quarta-feira, julho 18, 2007

Família ou a célula da sociedade



A estabilidade familiar parece hoje ameaçada.

Nos tempos que correm as pessoas casam-se por amor, mas muitas já não encaram o casamento como sendo para toda a vida. Outros, prevendo um amor de curta duração, optam por nem casar. Este tipo de amor, efémero, que considero apenas carnal, ignora muitas vezes a necessidade de proteger e acompanhar os filhos, os quais, muitos deles, desde pequeninos se vão dividindo entre a casa do pai e a da mãe, sendo obrigados a adaptar-se a novas tentativas dos pais para refazerem as suas vidas amorosas.

Mesmo nas famílias que permanecem unidas, os pais não têm tempo para os filhos, sendo a educação destes deixada em mãos alheias desde pouco tempo após o nascimento.

Já nada é como dantes…

Os casais têm um filho, dois quando muito, ou nenhum, pois os tempos de hoje não permitem essas aventuras.
Encontram-se hoje mais famílias monoparentais do que famílias alargadas, constituídas por pais, filhos e avós.
O convívio com os mais velhos vai deixando de existir, pois estes, em muitos casos, são vistos como fardos e largados em lares de terceira idade.
Se não há tempo para os filhos, como haverá tempo para os pais nesta sociedade tão ávida de riqueza, sucesso e facilidades?

No entanto, é o bom relacionamento e entendimento entre as várias gerações desta comunidade de vida e de amor que permite um futuro feliz da sociedade.
Sabemos que não somos perfeitos. Mas se, apesar dos defeitos e das dificuldades de cada um, estivermos dispostos a cooperar, valorizando o amor de uns pelos outros acima de outros valores, como os económicos, de bem-estar e de prazer, tendo como prioridade a união e o entendimento entre todos os membros da família, esta manter-se-á unida e coesa.

Há pois que valorizar momentos de encontro e de diálogo entre os diversos membros da família, o exercício do amor e da ternura, o empenho na resolução dos problemas que sempre surgem, fazendo da família uma comunidade que seja lugar primordial da felicidade e da realização pessoal.
Só assim a família será de verdade a célula duma sociedade equilibrada, acolhedora e justa, onde todos nos sentiremos amados, seguros e felizes.

Acho que se não se conseguir inverter uma certa tendência para as facilidades, para o egoísmo, para o adormecimento das consciências que vão achando que tudo é normal… estamos a caminho de criar uma sociedade despudorada onde vale tudo.

Não era numa sociedade assim que eu gostaria que os meus netos nascessem!

18 comentários:

Anónimo disse...

passei aqui só para te dar um grande beijo.
mchuuuuuuaa chegou ai ?


adriana
pitinha.13@sapo.pt

Anónimo disse...

Olá Fa,

Hoje não assino em baixo do teu post. Mas acho que devo comentar, gosto da diferença.
Vamos por partes, os divorcios aumentaram. Certo. Será só pq estamos numa sociedade de amores efémeros? Eu diria que isto acontece, principalmente pq desde há umas décadas que as mulheres deixaram de precisar de um homem que as sustente.
Eu não preciso de um homem... isso vai desde fazer um furo a berbequim até apertar uns parafusos, conduzir um carro ou sustentar-me... eu só estou com um homem por amor... a geração da minha mãe, mantinha-se casada por conveniencia.
Filhos, aqui o assunto é mais delicado, a maioria dos casais não tem mais de um ou dois filhos, pq lhes quer dar o melhor, pq quer que os filhos possam frequentar uma faculdade, ter melhores condições de vida do que tiveram, ou pelo menos iguais... confesso que entendo!
Os nossos idosos... aqui estou de acordo, temos hj mais condições financeiras, podemos hj ter assistência para ter os nossos pais ou avós nas nossas casas, sem ser necessário desistirmos das nossas vidas profissionais. Não simpatizo com depósitos de velhos... a convivência de gerações é na minha opinião sempre bem vinda. A diversidade de pensamentos, faz-nos pensar, mm que nem sempre concordemos.

Enfim, não temos a sociedade perfeita, isso é certo, mas há 50 anos era perfeita? Não creio.
Li outro dia em qq lado, que não recordo, que nós temos sempre saudades do passado, pq temos tendência a esquecer como ele foi.

Beijinhos.

Fá menor disse...

Marta!
Não considero que estejas em total desacordo comigo. Tal como eu não deixo de concordar contigo em parte!
"as mulheres deixaram de precisar de um homem que as sustente"
Certo, Marta! Ainda bem que assim é! Nessa matéria também gosto da minha independência.
Agora, para mim, há outras coisas...interessantes e importantes num relacionamento amoroso que leva à constituição duma família, e não podemos ver isso de ânimo leve, ou só pensando naquilo que "eu" preciso!
Não sei se serei da geração da tua mãe, mas não me mantenho casada por conveniência. Mantenho-me casada porque, não só me casei por amor, como continuo a amar. E porque amo a família que constituí, a sua estabilidade é o que de mais importante existe para mim.
Entendo que o amor é muito mais que atracção física ou paixão. Com a vivência em comum criam-se afinidades e cumplicidades que fazem aumentar o amor, muito embora a paixão possa sofrer alterações, ir diminuindo ou passar por picos mais altos ou mais baixos. Existem sempre dificuldades ou desentendimentos que se vão ultrapassando desde que as pessoas estejam empenhadas nisso. O amor é uma construção do dia-a-dia. Este têm que estar sempre presente se se quer uma família feliz. E só com famílias felizes se constrói uma sociedade melhor!

Jinhos

e não deixes de comentar se não concordares comigo, afinal, a minha visão é só mesmo a minha, há outras mais...

Anónimo disse...

Fa,

Eu não deixaria de comentar, foi um "aviso", uma preparação, é que eu nem sempre sou politicamente correcta, aliás quase nunca.
Mas gosto de dizer o que penso, o que sinto, fazer um comentário de outra forma na minha cabeça não faz sentido. Sei tb que por xs me excedo na forma como digo algumas coisas, espero não ter sido o caso.

Qd falei da geração da minha mãe, que está acima dos 60 anos, não o disse por ser o caso dos meus pais. Felizmente. Mas vi mts casos dos que referi. Se fosse o caso dos meus pais, eu própria teria preferido que fossem felizes em separado. Pode haver hj pouca tolerância, mas tb houve em tempos demasiada submissão... eu prefiro ter liberdade a sujeitar-me a um homem que me violente seja de que forma for.
Não sou casada, não tenho filhos... já podia ter cometido esse erro, mas nunca me senti segura para o fazer, por isso digo que seria erro.
Mas acredito no amor. Acredito que o encontrarei, tlv o tenha encontrado há pouco tempo, aliás, estou certa de que encontrei... mas terá que ser o tempo a confirmar, qd a paixão esmorecer.

Gostei desta troca de ideias! :)
Respeito a tua opinião e senti respeitaste a minha. (q pode até nem ser assim tão diferente...)

Beijinhos.

123 disse...

Vou para o Festival Jota, n�o queres vir tamb�m?

Fá menor disse...

Marta,
consigo entender-te perfeitamente!
Afinal, sou Kota, mas uma Kota jovem, eheheh!

Bjinhos

Fá menor disse...

Tiaguinho,
Oh quebom, eu também quero!!!
Mas é que hoje ainda tenho muito trabalho.
Aproveita muito

Bjinhos

Cátia disse...

Ola querida,

Estive aqui super entretida a ler as tuas trocas de ideias com a Marta... Estou a ver que a publicidade no ticho do antigo Confesso aqui funcionou e que a amizade ficou... Fico feliz, gosto muito de ti e da minha "primota Marta". Depois das vossas trocas de ideias fiquei sem palavras... Acho que não ha muito mais para dizer... Concordo muito com a Marta, concordo muito contigo noutras coisas também.

As coisas não são como eram, mas também já NADA o é... Temos é que tentar melhorar nas nossas proprias familias todos estes bocadinhos e fazer o melhor que se sabe e pode. E amar muito... Os filhos, os pais e o nosso "outro".

Beijinhos grandes minha querida

Fá menor disse...

Minha querida Cátia!

Pois, olha, a trocar ideias é que nos podemos entender, não é mesmo? Se todos pensassem igual, não se gastava o amarelo…lol
E assim se fazem amizades!

O amor sempre e acima de tudo!

Um jinho grande e um xi apertadinho para ti, lindinha!

mimika disse...

É verdade que os casamentos, de uma forma geral, são menos duradouros, resta saber se o são porque as pessoas têm mais liberdade e são mais independentes (especialmente as mulheres) se porque, de facto, há menos tolerância. Eu acho que as duas razões são válidas e isso faz com hoje haja muito mais divórcios do que no passado. Hoje as mulheres têm um lugar na sociedade e uma palavra a dizer e ainda bem, apesar de ainda haver muito caminho a percorrer. No entanto, a banalização do divórcio faz com que a sociedade o ache normal, logo parece, à primeira vista, ser o caminho para a resolução dos problemas.

Quanto ao número de filhos, também tem, naturalmente, a ver com o facto da mulher hoje trabalhar e não poder estar em casa com os eles. Ela trabalha porque se emancipou, mas também porque é impossível gerir financeiramente uma casa apenas com um salário.

A nossa sociedade, dita moderna, está de costas voltadas para a família, isso é um facto! Na minha modesta opinião, completamente utópica, cada elemento do casal devia trabalhar em part time, um trabalhava de manhã e outro de tarde por exemplo, isto para poderem estar com os filhos.

Eu pergunto-me muitas vezes, nas férias escolares dos meninos, quando eles não têm avós por perto, como é que se faz? Passam a maior parte das férias no Atl? Isto entristece-me. A minha irmã diz muitas vezes que teve um filho para dar a criar aos outros (escola, atl, tia…)

Desculpa…se não for muita indiscrição, quem é a nossa amiga comum?

Beijinhos

Fá menor disse...

Olá Mimika!

É muito isto que me preocupa:
"a banalização do divórcio faz com que a sociedade o ache normal, logo parece, à primeira vista, ser o caminho para a resolução dos problemas."

Acho que hoje se tem tendência para recorrer ao divórcio por dá cá aquela palha.
É certo de dantes as pessoas aguentavam muito, mas hoje não se quer aguentar nada, à menor chatice vai cada um para seu lado.
Então que podemos chamar a isso?
Não é falta de amor?!
Isto, do meu ponto de vista, porque se confunde muito o amor com paixão, e se a paixão acaba...logo é no que dá! Só que a paixão, tal como o amor, também se cultiva, pelo menos devia cultivar-se mais, mas as pessoas esquecem-se e tornam-se desleixadas.
E então, muitas vezes, "a galinha da minha vizinha é melhor do que a minha"...


Quem é a nossa amiga comum?
Bem...
É mesmo uma amiga pessoal...Helena...

Beijinhos

Anónimo disse...

Abençoa Senhor as familias....amén
Abençoa Senhor ....a minha

também...

E aqueles que não pretendem constituir família.....também.

Fá menor disse...

Tá giroooooooooo, anónimo!

Amen.

antonio disse...

Somos uma família pouco vocacional. E acima de tudo uma família que não reza em conjunto. Que por vezes nem consegue partilhar o mesmo programa de televisão. Criamos relações desconexas e de interdependência.

Só numa relação de amor, partilha e respeito pelo outro se tem uma família capaz de ultrapassar os maus momentos e até crescer com eles.

Fá menor disse...

Aí está a grande verdade, António!
Sempre ouvi dizer que família que reza unida, permanece unida.
A mim, particularmente, faz-me falta os bons momentos de oração em família durante a infância dos meus meninos! Também por isto digo que já nada é como dantes.

Fá menor disse...

Adriana,
querida, desculpa por não te ter respondido aqui antes, apesar de o ter feito de outra forma. Chegou cá o teu beijo, sim!

Só agora, ao reler os comentários, verifiquei que tinha respondido a todos menos a ti, talvez pelo calor que se foi gerando na troca de ideias!

É que, também, nem sempre costumo responder...

Um beijão grande para ti também!

mimika disse...

O amor cultiva-se e de que maneira! São necessários pequenos/ grandes gestos que mostrem que o Outro é importante para nós.

Os gestos, porventura mais difíceis, mas aboslutamente necessários são a humildade para percebermos que erramos e o perdão.

ahhhh a Helena, sim :)

Beijinhos

Fá menor disse...

Humildade, perdão...
Lá está, Mimika! Tudo muito difícil nos tempos de hoje, onde reina precisamente o oposto!

bjinhos pa ti

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