quarta-feira, janeiro 02, 2008

Na margem


(Pintura de Karl Albert Buehr)

Sento-me na margem
E ouço os ruídos do mar
É fria a aragem!
Encolho-me
Prefiro recolher-me
À minha insignificância
E nem sequer ousar
Desvendar
Os segredos das ondas
Sou ave pequenina
Perante uma vastidão
De desconhecido
Gosto de me saber humilde
Com a certeza de que a humildade
Nunca fez mal a ninguém!
E o mar
Torna-se revolto
Agita-se
Arroga-se um deus
Deixá-lo!...
Bem pode crescer
Depois recuar
Não vou na onda
Nunca aprendi a surfar
E sei bem que é a lua
Que influencia as marés
Por isso fico na margem
Com o sol a doirar nos pés!

8 comentários:

Anónimo disse...

Ave pequenina com alma de poeta,
que não vai na onda nem se assusta à toa,
gosto de ti assim
ao sol... esperando a lua!

(desculpa, deu-me para isto... )

Beijo.

Tiago R Cardoso disse...

belos momentos poéticos que se vivem por aqui.

gaivota disse...

tão bonito o teu poema...
também de ficar na margem
mas gosto tanto de entrar no mar e senti-lo, conversar com ele, cheirá-lo...
um bom ano para ti
e um beijinho

quintarantino disse...

... mas, aqui e ali, por vezes, e ocasionalmente, posso ousar aventurar-me na onda... experimentar a sensação de desafiar os elementos e sentir a maresia.

Carol disse...

Que coincidência, Fá, termos decidido falar do mar. E cada uma com a sua visão dele, tão diferente... Gostei do teu poema!
Beijinhos e... Até à próxima onda!

jo ra tone disse...

Sempre que brilha o sol, naquela praia.
Sinto um grande desejo dentro de mim.
Beijar o teu rosto com sabor a humildade.
Gesto simples e saudável para qualquer idade.

BEIJINHOS

Meulen disse...

De esos embates aprendemos...no siempre vamos por aguas mansas y de todas sacamos una experiencia.

Besos.

Porventura escrevo disse...

A lua tem influencias em nos de tantas mabeiras
Ate na escrita
Gostei

Partilhas maiores