sábado, abril 26, 2008

"Nem Pai-Nosso nem Ave-maria"

"Não ensines os teus filhos sobre religião... outros tratarão de os ensinar por ti"
In: Uma discussão com muito interesse
Aqui


Pergunto-me:

Se quero o melhor para os meus filhos, não terei o dever (e o direito) de os educar nos valores em que acredito?

Não é aos pais que cabe o principal papel da educação dos filhos?

Vou deixar toda a sua educação, em matéria de religião, de moral e, até, de sexo e de comportamentos de risco, nas mãos de terceiros?

E depois queixam-se de que há uma grande crise de valores!

17 comentários:

C Valente disse...

Os pais tem o dever de encaminhar os filhos, ensinar e orientar o melhor que sabem e podem, não deverão é impor,determinadas situações
Saudações amigas e bom semana de trabalho

Fá menor disse...

CValente,
Não se trata de impor o que quer que seja. Eu também não concordo com imposições. Aliás, não funciono bem com elas. Mas como "de pequenino se torce o pepino" pergunto-me se será correcto deixar que os filhos, quando em idade em que os pais ainda têm domínio sobre eles, possam fazer tudo o que querem, mesmo sem saber bem o que fazem, ou porque fazem. Não é dever dos pais orientá-los no sentido do que julgam correcto, e não lhes permitir tudo?
Não se trata de obrigar ninguém, porque se tudo for feito com amor e com base no exemplo não existem imposições.
Até onde vai a imposição e o facilitismo?
Uma boa semana de trabalho para si também
Saudações amigas

PDivulg disse...

Essa ideia de deixar para mais tarde é ridícula. Então não meteremos os nossos filhos na escola, pois eles não querem ir...
Os Pais tem o dever de educar os filhos de acordo com os seus parâmetros de vida e claro se eu sou Católico irei educar de acordo com essa minha crença e convicções. Mais tarde eles optarão.
Isso é como na política é normal que se janto com os meus filhos, ao ver informações poderei tecer comentários que provoam influencias políticas, não o deverei fazer para não os influenciar??
Andamos com uma sociedade que quer formar os jovens numa vida que não é a real. Não podemos fazer mal aos meninos, não podemos contrariá-los, na escola eles tem sempre razão perante os professores, não devem ter contacto do religioso porque coitados dos meninos ficam viciados...
Que estranha sociedade esta que está por vir...
Os Pais tem de ser acima de tudo exemplo para os filhos.

Cátia disse...

Ola querida amiga,

Gostei deste post, dá-nos que pensar... Como não sou mãe, faço aqui o exercicio de pensar e reflectir contigo.

Quero que um filho meu tenha valores e por isso pretendo que, desde mt pequeno, aprenda a respeitar os outros e o que é dele. Ao contrario que se sucede actualmente, pretendo dar-lhe uma educação rigorosa (ja tive até algumas discussões sobre isto com a minha mãe). Não estou a dizer que não o mimarei ou que será diferente de outros... quer dizer, espero que seja, pelo menos em alguns aspectos! Não permitirei que outros decidam, primeiro que eu, o que é melhor para um filho meu: os seus valores, atitudes e comportamentos... Falo isto em relação a tudo. Como mae, devo ser eu (e o pai, claro) a definir, enquanto menor, os seus limites.

Referirei isso tambem em relação à igreja e à religião. Primeiro do que os catequistas, quero ser eu a dar-lhe os valores em que acredito: o amor, o bem, a solidariedade, o respeito pelo próximo!

Se ensinarei o Pai Nosso ou a Avé-Maria? Não sei, na altura verei... Mas estou certa que, ao colocar um filho meu na catequese, quero seguir a sua aprendizagem de perto.

Desculpa a extensão do comentario e desculpa a ausencia por aqui.

Bjão cheio de carinho

Anónimo disse...

Bom dia Fa,

Conheço o post e a discussão que gerou. Tal como tu considero-a interessante. Consigo entender os dois lados. Não comento o blogue, mas sou visitante assídua.

Quanto às questões que colocas.

Não só tens o direito, como tens o dever de educar os teus filhos com valores e princípios. Mas... será que sem uma religião não se têm valores nem princípios? Creio que temos.

Se não são os pais a ter o papel principal na educação dos filhos, pois se não são deveriam ser. Ser pai/mãe não é fazer filhos, isso qualquer um faz bem.

Matéria de religião, deves ser tu a indicar o que acreditas creio eu, deves ser tu a indicar o caminho que julgas correcto e deves ter o bom senso de não pressionar qd vejas que há um recuo. Já os comportamentos sexuais, se lhes falares no que "manda" a igreja, eles terão comportamentos de risco, porque inevitavelmente te mentirão.

Enfim, como em tudo é preciso bom senso.

beijo

joaquim disse...

Amiga Fa

Como pai e avô que até já sou, tenho para mim, que compete aos pais, mais do que competir, é seu dever darem aos filhos tudo aquilo que será a matriz da sua futura vida.
E nesta matriz incluem-se não só as regras da boa educação, mas também os valores porque se devem reger em sociedade.
Dentro destes valores está obviamente a religião, se os pais professam alguma religião.
Se eu cristão e católico acredito firmemente que esse é o caminho da vida plena tenho por minha obrigação indicá-lo, ensiná-lo aos meus filhos, não só com as palavras, mas também e sobretudo com o meu testemunho de vida.
Mas não basta ensinar como se de uma qualquer matéria se tratasse, mas para além disso, com a graça de Deus, fazer que a fé viva nos corações dos filhos e se faça vida neles.
Porque se assim não for, assistiremos àquilo que já é habitual, finda a catequese, desaparece a prática religiosa.
E digo prática, porque se o ensinamento, se o testemunho foi verdadeiro, a fé permanece, poderá estar adormecida, quase extinta, mas em qualquer altura pode renascer e tornar-se vida nova.
Sei do que falo, porque em mim "hibernou" dos 18 anos até aos 43.
Dou por isso graças a Deus pelos pais que me deu e me ensinaram a matriz do que hoje vivo.
Quanto à matéria dos comportamentos sexuais, deve ser em casa também que se deverão dar os primeiros ensinamentos e valores desses comportamentos, não numa óptica de proibição mas de explicação que há um tempo para tudo e que ao falharmos os passos do tempo, colocamos muitas vezes em risco, o todo de uma vida.
Isto para ser muito simples em palavras.

Abraço amigo em Cristo

Fá menor disse...

PDivulg,
Eu acho que se devem educar os filhos, enquanto são moldáveis...
mais tarde é tarde demais.
Obrigada pela tua opinião. Vem ao encontro da minha.
Boa semana


Cátia,
as perguntas que aqui deixei são para fazer reflectir a todos, pois sabes que relativamente à educação dos meus, o que fiz está feito, e o que não fiz, agora será tarde, quando muito,agora apenas poderei aconselhar.
Se calhar nem sempre terei agido da melhor maneira, afinal todos temos limitações, mas acho que estão em condições de poderem fazer as suas escolhas sem fugirem muito à educação que receberam dos pais. Acima de tudo, orgulha-me o facto de serem boas pessoas... [gaba-te cesto! :)]
Obrigada pela tua partilha
Beijão


Marta,
É claro que sem uma religião se têm valores e princípios...
Mas se eu sou crente em Deus, professo uma religião que faço por praticar, quererei educar os meus filhos a seguir uma via que acho que lhes trará o sentido certo para a vida. Não terei esse direito, e dever?!
Beijinho grande


Joaquim,
Plenamente de acordo contigo.
A matriz deve estar lá. Podem desviar-se, mas se houve a preocupação dos pais em os educar num bom sentido, acabarão por nunca lhe fugir muito, ou a ele acabarem por voltar mais tarde ou mais cedo, porque os princípios estão lá! É o que acho!
Obrigada pela força.
Abraço muito amigo em Cristo

Luna disse...

È claro que são os pais, as crianças precisam desde o inicio de formação de transmissão de valores ,para encontrarem o recto caminho, depois de terem a noção correcta do caminho a seguir, competem-lhes as escolhas a eles mas aí já não serão crianças, e já podem fazer comparações do que lhes aprouver

Bj

Anónimo disse...

Essa agora, Fá!

Que teria sido de mim sem o exemplo dos meus pais, sem que eu os tivesse (aos exemplos cristãos? como as verdadeiras lições da minha vida?
A teceiros? Quem? E quais outros ensinamentos e por que os desses serão melhores que os dos pais?

Ele há coisas.... É preciso hoje estar-se muito atentos a estas (novas-modernas) ideias. Sim, que não passam de ideias... ou idiotices?

Bjinho grande.

Anónimo disse...

Emendo: (aos exemplos cristãos) tinha 1 ponto de interrogação em vez de fechar parênteses.

Soinita disse...

Por Alice Vieira, Escritora in JN, 30.3.2008:

"Há anos que as nossas crianças não são educadas por pessoas. Há anos que as nossas crianças são educadas por ecrãs.

E o vidro não cria empatia. A empatia só se cria se, diante dos nossos olhos, tivermos outros olhos, se tivermos um rosto humano.

E por isso as nossas crianças crescem sem emoções, crescem frias por dentro, sem um olhar para os outros que as rodeiam.
...
A casa, hoje, serve para tudo menos para dar (as mínimas) noções de comportamento."

Infelizmente tenho que adimitir que em muitas famílias é isto que acontece! :(

Enfim... disse...

exactamente se a educação não partir de casa não partirá de mais lado nenhum

beijinhos

Nilson Barcelli disse...

Claro que estás com toda a razão.
O assunto é tão óbvio que nem sequer merece discussão e, por isso, não vou ler o outro site.

E não é um direito, é um dever dos pais.

Beijinhos.

Fá menor disse...

Multiolhares,
Então que os pais não se demitam dessa função!
Bjinhos


Malu,
Pois... por terceiros eles terão muito tempo para serem desencaminhados :)
Bijinho


Menina Soina,
É bem verdade!
E alguém pode dar o que não tem?
Bjinho


Enfim,
A deseducação depressa se faz, mesmo entre aqueles que foram bem educados pelos pais. Por isso, todo o cuidado ainda é pouco.
Beijinho


Nilson,
É um dever dos pais, mas acho que é também um direito que temos e que às vezes nos querem cortar.
Beijinhos

C Valente disse...

Hoje é um dia de comemorações: Dia do trabalhador, de Ascensão, da espiga , dos Maios
Hoje é o 1º de Maio. Viva a classe trabalhadora
Saudações amigas e bom feriado

Eremit@ disse...

Muitas vezes há tendência para confundir religião com moral.
O papel de educadores dos pais tem que ser total e amplo, mas no tocante a religião assumo que é uma escolha que os filhos - cada pessoa - devem fazer por si, tendo antes tido informação sobre as diversas.
Obrigada pela visita neste intervalo do nosso 3º Jogo das 12 Palavras em que já chegaram 17 textos e creio será, no mínimo, tão entusiasmante, pela qualidade e variedade a que já nos vamos habituando.
fraterno e solidário abraço

Fá menor disse...

C Valente,
Obrigada.
Tanta comemoração num dia só, não é? :)
Saudações amigas


Eremita,
Moral não é o mesmo que religião. Ponto assente.
Quanto ao papel de educadores dos pais relativamente à religião, para mim é mais do que óbvio, que se os pais têm uma religião que vivem com toda a seriedade, seja ela qual for, e se forem pais que querem o melhor para os filhos, procurarão educá-los nela.
Se os filhos, mais tarde, optarem por querer, por eles próprios, conhecer outras, convertendo-se ou não a elas, aí sim é que já é com eles. Aliás, uma pessoa que vive e professa uma religião deve saber com clareza aquilo em que acredita e procurar sempre conhecer cada vez mais. Isso poderá passar, e passará muitas vezes, por confrontar-se com outras religiões, e até com teorias anti-religiosas, ao longo da vida.

Abraço fraterno

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