Tão cedo passa tudo quanto passa!
Morre tão jovem ante os deuses quanto
Morre! Tudo é tão pouco!
Nada se sabe, tudo se imagina.
Circunda-te de rosas, ama, bebe
E cala! O mais é nada.
(Ricardo Reis)
Perco-me num mundo pronto a…:
Pronto-a-vestir, pronto-a-comer, pronto-a-consumir…
Consumir. Consumir-me!
Quem sou eu? Que faço aqui?!
Oh! Ilusão…
A vida é como uma rosa em botão,
Com tantos espinhos quanto de beleza!
Pois será uma vida de facilidades verdadeira vida?
As pedras do caminho, tantas vezes difíceis de ultrapassar, ajudam a rosa a crescer, a desabrochar.
Mas perco-me.
Perco-me, sim! Tão cheia de coisas e permanentemente insaciada, tão cheia de nada!
Sinto-me incapaz de lutar contra o que não poderei mudar. Apenas o posso contornar.
Conformada, eu? Não. Nunca!
Só tenho que agarrar a vida, o amor, com todas as forças que me assistirem.
Não passar pela vida sem a viver condignamente, mesmo que muitas coisas me sejam apresentadas de maneira diferente.
“E se um dia-hei de ser pó, cinza e nada,
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder... para me encontrar...”
(Florbela Espanca)
Carpe diem