sábado, setembro 30, 2023

Há pressa no ar

 JMJ 2023 - O Hino

 
Hino da JMJ Lisboa 2023 - "Há pressa no ar"
Autores: Pedro Ferreira e Padre João Paulo Vaz 


"Com Maria, ensaiamos um sim.
(...)
Foi Maria quem primeiro acolheu
A grande surpresa da vida sem fim."

sexta-feira, setembro 29, 2023

Eu por ti...

Grupo das Terças, Eu por ti
(partitura)

«Eu por ti, acertaria o meu passo ao teu caminhar. 
Eu por ti, o teu problema arcaria sobre mim 
e abraçaria o horizonte que trazes dentro do teu olhar. 

Eu por ti, buscar-te-ia no mar da tua solidão. 
Eu por ti, te encontraria no grito dos teus porquês, 
não pensando às minhas decisões e aos meus critérios, se falas tu... 

Eu por ti, palpitaria pelos teus desejos. 
Eu por ti, daria voz às tuas mil razões. 
Eu por ti, 
eu por ti, perder-me-ia no teu pranto, 
cantaria o teu próprio canto, 
que esta força em mim, 
deixaria a ti primeiro colher a flor do meu jardim.  

Eu por ti, faria ecoar no meu peito a voz da tua dor. 
Eu por ti, suportaria a tua fragilidade 
e ancorar-te-ia à minha mão se fosses arrastado na maré... 

Eu por ti, faria minha a angústia que vive em ti. 
Eu por ti, entregaria os meus trunfos à tua mão; 
por ti sentiria a saudade pelo fragor da terra que deixaste... 

Eu por ti, palpitaria pelos teus desejos. 
Eu por ti, daria voz às tuas mil razões. 
Eu por ti, 
eu por ti, seria o eco do teu canto,
na apatia e na alegria, 
que esta força em mim, 
deixaria a ti primeiro colher a flor do meu jardim.»

Original: "Vorreido grupo italiano "GEN Rosso".

Uma possível tradução mais literal de "Vorrei", para melhor compreensão da letra "Eu por ti":

Gostaria de sentir em primeira mão os teus problemas,

gostaria de carregar os teus fardos nos ombros,
gostaria de abraçar o teu horizonte
ver o mundo com os teus olhos.

Gostaria de sentir dentro de mim a angústia que sentes,
gostaria de senti-la completamente minha porque
gostaria de não pensar em soluções,
ou em minhas opiniões, se tu falares.

Eu gostaria de ser unido aos teus pensamentos.
Gostaria de ser unido aos teus desejos.

Eu gostaria, eu gostaria
de ser unido ao teu choro,
unido ao teu canto
sim, eu gostaria... eu gostaria...
porque na minha vida
eu coloquei-te antes de mim.

Eu gostaria de me sentir sem fôlego se o não tiveres
Gostaria de me sentir mal se não tivesses forças, 
gostaria de te ancorar em minhas mãos
se a tua vida perdesse altitude.

Gostaria de me sentir um sem-abrigo se tu não tiveres um tecto,
gostaria de me sentir um exilado se tu o estivesses,
gostaria de poder dar-te o meu emprego
se tu não conseguires encontrar um.

Gostaria de ser um com as tuas amarguras,
gostaria de ser um com as tuas certezas.

Eu gostaria, eu gostaria
de ser um de vocês no tédio,
um de vocês na alegria
sim, eu gostaria... eu gostaria...
porque na minha vida
vos coloquei antes de mim.

Para reflectir:
Quem é que está disposto a ser sempre pelos outros, 
a colocar os outros antes de si?...


segunda-feira, setembro 04, 2023

Ser discípulo

No 22.º Domingo Comum, a liturgia da Igreja convida-nos a descobrir “a loucura da cruz”, e é-nos proposto seguir os passos de Jesus, para uma entrega da vida, como oferta de amor. Deixemo-nos seduzir pelo Senhor, como Jeremias, para nos oferecermos, pela misericórdia de Deus, para agir segundo a sua vontade. Como discípulos, seguiremos o caminho de Jesus, e não andaremos à procura de triunfos e êxitos mundanos, mas queremos ter uma atitude semelhante a Jesus, no dom da vida, até à morte, se necessário.

Deus todo poderoso, de quem procede todo o dom perfeito, infundi em nossos corações o amor do vosso nome e, estreitando a nossa união convosco, dai vida ao que em nós é bom e protegei com solicitude esta vida nova. Por NSJC…    (Oração de colecta do XXII Domingo comum)

Por bons que possamos ser, só o amor de Deus, no nosso coração, realiza o que há de melhor, e nos leva à plenitude pela vida nova. Peçamos essa graça.

“Se alguém quiser seguir-Me, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz, e siga-Me”   (Mt. 16, 21-27)

Jesus ensina-nos como ganhar a nossa vida, e adverte-nos de como podemos perdê-la. Procuremos ser seus discípulos, assumindo a nossa cruz, para darmos a vida. Por isso rezemos.

(Pe.Armando Duarte, partilha/reflexão para a XXII semana Comum, ano A)

 
«aceitar a nossa cruz significa compreender que o SOFRIMENTO faz parte da vida de toda a gente e que a nossa cruz não se deve transformar na cruz de mais ninguém... 
(...) 
Mas, "A cruz nada mais é do que o sofrimento (...) que teremos de partilhar com Cristo se realmente seguirmos os seus passos. 
(...)
Quem pensa só em si mesmo, quem usa os outros, quem muda de ideias, quem julga sem se expor, nunca entenderá a linguagem da cruz! Porque a cruz é outra coisa...»

segunda-feira, agosto 28, 2023

Quem é Cristo para mim?

«Quem sou Eu para ti? 
 Pergunta de Jesus a cada um de nós! 
(...) 
Eu posso ser seu: “simpatizante” e “ouvinte” ou seu “amigo” e “seguidor”. 
(...) 
Cristo não é o que digo d’Ele, mas o que vivo d’Ele... 
Cristo não é as minhas palavras, mas o que d’Ele arde em mim... 

Quem sou Eu para ti? 
Deus não quer saber do que sabemos d’Ele, mas da nossa paixão por Ele…»
(Padre João Torres, Quem sou Eu para ti?)

Vivemos o 21º Domingo comum, em que na liturgia da Palavra percebemos a necessidade de ter duas traves mestras para manifestar a autencidade da fé: a relação com Cristo e com a Igreja

A manifestação da fé em Cristo oferece-nos o dom da Igreja, que leva a dar testemunho da proposta de salvação que Jesus veio trazer. No evangelho deste dia verificamos a dificuldade de perceber a identidade de Jesus, mas nos nossos dias continua a haver tantas lacunas, no conhecimento da sua vocaçáo e missão, por parte de muitos cristãos! Por isso, continua a ser vital perceber quem é Jesus para nós.

Senhor nosso Deus, que unis os corações dos vossos fiéis num único desejo, fazei que o vosso povo ame o que mandais e espere o que prometeis, para que, no meio da instabilidade deste mundo, fixemos os nossos corações onde se encontram as verdadeiras alegrias. Por NSJC… (Oração de colecta do XXI Domingo comum)

Como é bela esta oração, num convite a mergulhar onde se encontram as verdadeiras alegrias, as únicas que nos realizam e tornam felizes! Reparem que nos basta um único desejo!

«Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo» (Mt. 16, 13-20)

Façamos também esta confissão de fé, como Pedro. Repitamo-la com frequência, ao longo da semana.

(Pe.Armando Duarte, partilha/reflexão para a XXI semana Comum, ano A)

segunda-feira, agosto 14, 2023

Jesus está connosco

«O tempo de férias, mais do que ser apenas aproveitado para descanso, deve proporcionar a descoberta de outros horizontes, privelegiar a relação pessoal, nomeadamente com a família e amigos, aprofundar a dimensão de Deus, e valorizar a beleza da natureza e do ambiente. Se isso não acontecer, podemos terminar este tempo de repouso mais cansados, deprimidos e empobrecidos. Que por isso seja bem vivido!

Celebrámos o XIX Domingo comum. Mas, durante a semana, ocorre a solenidade da Assunção de Nª Senhora, que não podemos ignorar. A autenticidade da nossa fé não pode passar à margem, ou no esquecimento, desta perspectiva. Oxalá tenhamos a determinação de não esquecer esta participação.

A liturgia deste domingo convida a abrir-nos à revelação de Deus. Fala-nos de um Deus apostado em percorrer, de braço dado com os homens, os caminhos da história. Como o profeta Elias, o encontro com Deus faz-se na simplicidade e na interioridade. Ele está na “brisa suave”. Que não tenhamos recusas, na relação com Ele, como S. Paulo lembra aos romanos. Mas, as adversidades devem proporcionar a experiência da fé, para sermos fortalecidos na confiança, como Jesus lembrou a Pedro, no episódio da tempestade na barca.

"Deus todo poderoso e eterno, a quem o Espírito Santo nos ensina a chamar confiadamente nosso Pai, fazei crescer o espírito filial em nossos corações para merecermos entrar um dia na posse da herança prometida. Por NSJC…" (Oração de  Colecta do XIX Domingo comum)

"Tu és verdadeiramente o Filho de Deus." (Mt. 14, 22-33)

Como os discípulos, prostremo-nos e adoremos, rezando esta Palavra, com frequência.

Como é bom experimentar a presença de Jesus, na barca da Igreja, acompanhando a caminhada da História, para enfrentar as tempestades de todos os tempos! Também a nós, Jesus poderá ter de dizer: "homem de pouca fé, porque duvidaste?" No reconhecimento da sua divindade, Ele continua a encher-nos de confiança.»

(Pe.Armando Duarte, partilha/reflexão para  XIX semana do Tempo Comum, ano A)

 
«Às vezes estamos no meio de uma tempestade... levantam-se ondas de obscuridades sem sentido, de medos paralisantes, de dúvidas angustiantes... sopram outros ventos tempestuosos que nos ameaçam, arrastando tantas seguranças que nos sustentaram, quebrando tantos salva-vidas aos quais nos agarrávamos... 

Mas, no meio das tempestades urge não perder a calma, ter a coragem de “permanecer na barca” e não permitir que o ruído dos ventos nos vença, que os relâmpagos nos ceguem, que as ondas nos levem... 

Afinal, somos “seres de travessia”. Jesus está connosco e nos diz: “Coragem! Sou eu, não tenhais medo!»



domingo, agosto 06, 2023

Transfigurados por Cristo

«A celebração da Eucaristia é fundamental, para uma fé autêntica e coerente. Não pode haver domingo sem Eucaristia.

Hoje celebrar-se-ia o XVIII Domingo comum, mas como ocorre no dia 6 de Agosto, tem preferência a celebração da festa da Transfiguração do Senhor, que é própria deste dia. Será bom saber que a festa da Transfiguração do Senhor, celebrada no Oriente desde o século V, celebra-se no Ocidente desde 1457. Por ser importante, o Papa S. João Paulo II, ao propor novos mistérios para a recitação do terço (Luminosos), um deles reflecte precisamente a Transfiguração do Senhor. A Transfiguração, manifestação da vida divina, que está em Jesus, é uma antecipação do esplendor, que encherá a noite da Páscoa. Os Apóstolos, quando virem Jesus na sua condição de Servo, não poderão esquecer a sua condição divina.

Deus eterno e omnipotente, que na gloriosa transfiguração do vosso Filho Unigénito confirmastes os mistérios da fé, com o testemunho da Lei e dos Profetas, e de modo admirável anunciastes a adopção filial perfeita, fazei que, escutando a Palavra do vosso amado Filho, mereçamos participar da sua glória. Por NSJC…  (Oração de colecta da Transfiguração do Senhor)

Que belíssimo quadro da transfiguração do Senhor! Queremos participar com Ele, para obtermos também a graça da transfiguração. Na oração do fiéis, na Eucaristia de hoje, pedimos esse dom!

"Este é o meu Filho muito amado, no qual pus toda a minha complacência. Escutai-O". (Mt 17,1-9)

Que bom escutarmos também nós!»
(Pe.Armando Duarte, partilha/reflexão para  XVIII semana Comum, ano A)

 

«A JMJ é uma verdadeira Transfiguração de luz e de beleza... Trata-se de ver Jesus como o sol da nossa vida, e a nossa vida mover-se debaixo do sol de Deus. Isso provoca alegria e contágio. Ajuda-nos a alcançar outra perspectiva de vida, mais luminosa, mais positiva, mais confiante.
 
O primeiro passo para se ser contagiado pela beleza e luz de Deus é a escuta, dar tempo e coração ao seu Evangelho. E depois segui-lo, amando as coisas que Ele amava, preferindo aqueles que Ele preferia, reprovando o que Ele reprovava.»

Então veremos a gota de luz oculta no coração vivo de todas as coisas, veremos um rebento de luz despontar e subir dentro de nós.»

terça-feira, agosto 01, 2023

Senhor, dá-me a Tua mão

Maria Durão (Simplus), Entrega

«Sei, Senhor, que na vida, 
nem sempre temos tudo, 
tudo dado. 
Por isso aqui estou 
pronto para ser 
ser ajudado… 

Senhor, a Ti me entrego 
com todo o coração 
eu nunca fui tão sincero, 
não sei mais o que fazer, 
sem Ti eu não sei viver, 
ouve a minha oração: 
Senhor, dá-me a Tua mão 

Sei Senhor que não posso 
ter tudo o que quero 
ou que gosto 
por isso peço-Te a Ti, 
que me leves sempre, 
sempre conTigo.»

segunda-feira, julho 31, 2023

Saber discernir

«O Evangelho deste domingo recolhe algumas parábolas brilhantes de Jesus, que pretendem comunicar algo, que tantas vezes esquecemos: o encontro com Deus é a coisa mais bela que nos pode acontecer, é uma surpresa pela qual vale a pena abandonar tudo, uma alegria que nos faz esquecer todo o resto. Mas para que tal aconteça temos que agir com astúcia e urgência.»

 
Padre João Torres, Movidos pela alegria

«No XVII Domingo comum, a liturgia da Palavra interpela-nos para assentarmos a construção da nossa vida nos valores fundamentais que Cristo nos transmite. A 1ª leitura apresenta-nos o exemplo de Salomão, que não se deixa enganar por valores passagerios e frustrantes. Na continuidade, da carta aos romanos, somos chamados a descobrir como ”Deus concorre em tudo para o bem daqueles que O amam”. No evangelho, através das parábolas somos instruídos nos valores do Reino, através do tesouro escondido, da pérola mais preciosa e da rede.

"Senhor nosso Deus, protector dos que em Vós esperam, sem Vós nada tem valor, nada é santo. Multiplicai sobre nós a vossa misericórdia, para que, conduzidos por Vós, usemos de tal modo os bens temporais que possamos aderir, desde já, aos bens eternos. Por NSJC…" (Oração da colecta do XVII Domingo comum)

Com certeza que os bens deste mundo são bons, úteis e necessários. Mas não nos deixemos enganar: são passageiros, e não devem sobrepôr-se aos bens eternos. Por isso, precisamos viver as parábolas de hoje.

"Todo o escriba instruído sobre o reino dos Céus tira do seu tesouro coisas novas e coisas velhas". (Mt. 13, 44-52)

Não somos escribas, mas pedimos a Deus que nos instrua, para percebermos e experimentarmos o valor indispensável e riqueza mais preciosa do Reino, numa vida em Cristo.

Como Salomão, mais do que riqueza ou vida longa, precisamos da sabedoria, para fazermos as verdadeiras opções, pelos valores eternos.»

(Pe.Armando Duarte, partilha/reflexão para a semana que segue ao XVII Domingo Comum, ano A)

domingo, julho 30, 2023

Que precioso é Teu Amor, Senhor Meu Deus!


"Porque toda a Vida vem de Ti
Em Tua Luz, vejo a Luz.
Porque toda a Vida vem de Ti
E Tua Luz faz-me ver a Luz.


Que precioso é Teu Amor, Senhor Meu Deus,
Mais do que a Vida, sim.
E na sombra das Tuas asas
Buscarei refúgio e paz.

Na abundância do Amor me prostrarei
Ante Teu Trono, oh Deus.
Nos Teus átrios com Temor Te louvarei
Por Tuas Graças, Senhor.

Na abundância dos Teus átrios
Gozarei como o melhor festim.
Do Teu rio de delícias
Beberei todo o melhor."

[Porque toda a Vida vem de Ti (Baseado no Salmo 36, 7-9)
Autoria de John Keating - Servants of the Word – Sword of the Spirit
Traduzida do original 'In your light we see light']

domingo, julho 23, 2023

O trigo e o joio

«Volta o desafio das parábolas, para tentarmos perceber o sentido da semente do trigo e do joio. O evangelho é claro. 
Um desafio: meditem na íntegra o texto do evangelho. Se formos coerentes e autênticos, podemos descobrir uma grande riqueza. A beleza do texto tem uma profundidade inexcedível. Que nos enriqueça!

O 16º Domingo comum convida a continuar a viver as parábolas, com o tema da semente, na liturgia da Palavra. Mas, no centro, está a boa notícia do Reino de Deus.

O Senhor é indulgente e compassivo para com todos, lembra a 1ª leitura, e, através do Espírito Santo, vem em auxílio da nossa fraqueza, assim propõe a 2º leitura, da carta aos Romanos. Mas pelo evangelho percebemos como o trigo e o joio germinam ao mesmo tempo no nosso coração. Importa, pois, reflectir a mensagem que Jesus nos propõe.

"Sede propício, Senhor, aos vossos servos e multiplicai neles os dons da vossa graça, para que, fervorosos na fé, esperança e caridade, perseverem na fiel observância dos vossos mandamentos. Por NSJC…" (Oração de colecta do XVI Domingo comum)

Suplicamos ao Senhor, que envie sobre nós a abundância dos seus dons, para que progridamos na Graça, através das virtudes da fé, da esperança e da caridade.

"A boa semente são os filhos do Reino e o joio são os filhos do Maligno". (Mt. 13, 24-43)

Precisamos de aprender a discernir as sementes que frutificam em nós, pela qualidade do trigo ou do joio. A Palavra que proponho, para rezarmos durante a semana, ajudar-nos-á a frutificar. Mas não esqueçamos que em nós há sementes de trigo e de joio.»

(Pe.Armando Duarte, partilha/reflexão para a semana que segue ao XVI Domingo Comum, ano A)

 
"Alguém pergunta a um grupo de crianças como seriam os seus corações, se os corações maus fossem escuros e branquinhos os corações bons, respondeu imediatamente uma pequenina: “Ah! O meu é às riscas!” 
(...) 
O trigo e o joio não são dois tipos de pessoas, mas duas formas de conduta, que estão (sempre) presentes em cada um de nós." (Padre João Torres)

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segunda-feira, julho 17, 2023

A semente do Reino

«Vivemos estes dias de Julho intensamente, na perspectiva da Jornada Mundial da Juventude. Há jovens a despertar. E isso é muito positivo, pois deram-se conta de que não podiam ficar de lado ou para trás.

A nossa participação regular na Eucaristia é fundamental, para que muitos não fiquem arredados do essencial da vida de fé e da experiência autêntica da vida cristã. Tal como precisamos de alimentar-nos regularmente, igualmente a fé, para ser verdadeira, precisa do alimento fundamental.

Celebramos a liturgia do XV Domingo Comum, que nos convida a viver a importância da Palavra de Deus, para alimento da nossa fé. Tal como a chuva, ao cair sobre a terra, produz o seu fruto, assim a Palavra que sai da boca de Deus, lembra a 1ª leitura. É nosso dever preparar a terra do nosso coração, para frutificar. Mas é o Espírito que opera a renovação, pela libertação do nosso corpo, lembra a carta os Romanos. Por isso, Jesus quer continuar a lançar a semente do Reino, no terreno do nosso coração. É nosso dever prepará-lo para frutificar.

"Senhor nosso Deus, que mostrais aos errantes a luz da vossa verdade para poderem voltar ao bom caminho, concedei a quantos se declaram cristãos que, rejeitando tudo o que é indigno deste nome, sigam fielmente as exigências da sua fé. Por NSJC…" (Oração da colecta do XV Domingo Comum)

Declarar-se cristão não se faz apenas por palavras, mas leva ao compromisso de ser outro Cristo e a praticar as exigências da fé. É essa graça que pedimos na Eucaristia de hoje.

"E aquele que recebeu a palavra em boa terra é o que ouve a palavra e a compreende". (Mt. 13, 1-23)

A Palavra é eficaz: cumpre o que anuncia. Mas dará fruto mais abundante, pela nossa resposta, preparando o terreno do nosso coração. Na oração, o Espírto Santo vem ajudar-nos.»

(Pe.Armando Duarte, partilha/reflexão para a semana que segue ao XV Domingo Comum, ano A)


Podem vir a propósito, as palavras do Pe. António Vieira, no Sermão da Sexagésima:

"A pregação que frutifica, a pregação que aproveita, não é aquela que dá gosto ao ouvinte, é aquela que lhe dá pena.
Quando o ouvinte a cada palavra do pregador treme; quando cada palavra do pregador é um torcedor para o coração do ouvinte; quando o ouvinte vai do sermão para casa confuso e atónito, sem saber parte de si, então é a pregação qual convém, então se pode esperar que faça fruto: Et fructum afferunt in patientia.

Enfim, para que os pregadores saibam como hão-de pregar e os ouvintes a quem hão-de ouvir, acabo com um exemplo do nosso Reino, e quase dos nossos tempos. Pregavam em Coimbra dois famosos pregadores, ambos bem conhecidos por seus escritos; não os nomeio, porque os hei-de desigualar. Altercou-se entre alguns doutores da Universidade qual dos dois fosse maior pregador; e como não há juízo sem inclinação, uns diziam este, outros aquele. Mas um lente, que entre os mais tinha maior autoridade, concluiu desta maneira: “Entre dois sujeitos tão grandes não me atrevo a interpor juízo; só direi uma diferença, que sempre experimento: quando ouço um, saio do sermão muito contente do pregador; quando ouço outro, saio muito descontente de mim.” 

segunda-feira, julho 10, 2023

Revelação aos pequeninos

«Estamos no XIV Domingo Comum, em que a Palavra de Deus faz um convite à humildade e à pequenez (espiritualmente), pois os arrogantes, vaidosos e autosuficientes, não são capazes de perceber, pois que estão cheios de si. Deus revela-se aos simples e humildes.

Senhor nosso Deus, que, pela humilhação do vosso Filho, levantastes o  mundo decaído, dai aos vossos fiéis uma santa alegria, para que, livres da escravidão do pecado, possam chegar à felicidade eterna. Por NSJC…  (Oração de colecta do XIV Domingo Comum)

"Vinde a Mim… e aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração". (Mt. 11, 25-30)»

(Pe.Armando Duarte, partilha/reflexão para a semana que segue ao XIV Domingo Comum, ano A)

 
 Comentário/reflexão do padre Manuel Barbosa, scj, para o 14.º Domingo do Tempo Comum - Ano A.

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