segunda-feira, março 27, 2023

Senhor, dá-me a Tua mão

Maria Durão (Simplus), Entrega

«Sei, Senhor, que na vida, 
nem sempre temos tudo, 
tudo dado. 
Por isso aqui estou 
pronto para ser 
ser ajudado… 

Senhor, a Ti me entrego 
com todo o coração 
eu nunca fui tão sincero, 
não sei mais o que fazer, 
sem Ti eu não sei viver, 
ouve a minha oração: 
Senhor, dá-me a Tua mão 

Sei Senhor que não posso 
ter tudo o que quero 
ou que gosto 
por isso peço-Te a Ti, 
que me leves sempre, 
sempre conTigo.»

domingo, março 26, 2023

Eu creio, Senhor!

«Caminhamos para a Páscoa! Aspiramos a uma vida nova! Para isso, mais uma mensagem interpeladora:

Como é maravilhoso acolher a vida com o sentido da plenitude! Mais do que seres viventes, como as plantas e os animais, nós somos marcados por uma dimensão, enriquecida com o dom da vida em Cristo, que realiza em nós o que há de mais belo e profundo. É em Cristo, Ressurreição e Vida, que somos chamados a viver.

Estamos no V Domingo da Quaresma, a aproximar-nos da celebração dos mistérios centrais da nossa fé. A liturgia oferece-nos a vivência dos desígnios de Deus, que comunica uma vida que ultrapassa a dimensão biológica.»

(um aparte:) «Por isso, abramo-nos aos dons que convidam a participar na forma mais profunda. Logo na primeira leitura, o Senhor nos chama a essa vida que vem do Espírito, com o convite a sairmos dos nossos túmulos. Depois, na Epístola aos Romanos, acolhemos a vocação a não vivermos apenas dum modo natural, segundo a carne, mas pelo baptismo, segundo o Espírito de Cristo. Mas é no Evangelho que está a proposta a uma vida definitiva, que Deus nos oferece.

Senhor nosso Deus, concedei-nos a graça de viver com alegria o mesmo espírito de caridade que levou o vosso Filho a entregar-Se à morte pela salvação dos homens. Por NSJC… (Oração de coleta do V Domingo da Quaresma)

Somos chamados a estar unidos a Cristo, que se entregou por amor, pela salvação dos homens. O cristão, que não se esforça por ter por o mesmo espírito de caridade, não é capaz de assumir a sua cruz, para ser seu discípulo, e completar em si o que falta à paixão do Senhor. Unamo-nos a Ele, e abracemos a nossa cruz.

Acredito, Senhor, que Tu és o Messias, o Filho de Deus. (Jo. 11, 1-45)

Acreditar é aderir à Sua pessoa e à Sua Palavra, é estar com Ele e viver em comunhão. Manifestemos a nossa unidade, inseparável, com Jesus, como Marta.»
(Pe.Armando Duarte, partilha/reflexão para a semana que segue ao V Domingo da Quaresma, ano A)

Uma outra reflexão - pelo padre Manuel Barbosa, scj:


domingo, março 19, 2023

A Luz que vem de Deus

«Prossegue a nossa caminhada quaresmal, pois chegou o quarto domingo. Oxalá a estejamos a aproveitar.

A Palavra de Deus deste domingo está marcada pela cura do cego, para ajudar a perceber que há uma cegueira pior, e que o Senhor quer curá-la nos baptizados. Diz o povo, na sabedoria milenária, que “não há maior cegueira do que não querer vê-la”. Peçamos ao Senhor que nos cure desta terrível cegueira. O convite que nos é dirigido apela à vivência do Baptismo, começando na primeira leitura, a propósito da unção com óleo, passando depois pela chamada de passar das trevas do pecado e do erro, para o caminho da luz. S. Paulo lembra: “Desperta, tu que dormes…” Mas agora Jesus nos quer curar pela fé, pois o pecado nos impede de ver.

Senhor nosso Deus que, pelo vosso Filho, realizais admiravelmente a reconciliação do género humano, concedei ao povo cristão fé viva e espírito generoso, a fim de caminhar alegremente para as próximas solenidades pascais. Por NSJC… (Oração de coleta do IV Domingo da Quaresma)

Para melhor vivermos o baptismo, com a cura da cegueira do pecado, o Senhor nos propõe o sacramento da Reconciliação. É esta graça que solicitamos logo no início da Eucaristia. Desta maneira nos preparamos para celebrar a Páscoa com verdade, passar da morte à vida nova.

Ele foi, lavou-se e começou a ver. (Jo. 9, 1-41)

Acolho esta Palavra. Também eu me quero lavar, curar as minhas cegueiras, libertar das prisões do pecado, e experimentar uma vida nova e plena em Cristo ressuscitado. Essa graça vem-me pela Confissão. Também “eu creio, Senhor”!» (Pe.Armando Duarte, partilha/reflexão para a semana que segue ao IV Domingo da Quaresma, ano A)

Uma outra reflexão - pelo padre Manuel Barbosa, scj:

domingo, março 12, 2023

Água viva

«Na caminhada quaresmal, chegámos ao III Domingo. Para nós, cristãos, é um dom que o Senhor nos oferece, para nossa conversão e renovação baptismal.

O Senhor abre-nos um horizonte de vida eterna, para uma vida plena e felicidade perfeita, que Ele oferece na vida nova do Baptismo. Que a água viva jorre do nosso coração, pelo dom do Espírito, “porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações”, como lembra a segunda leitura. Se conhecesses o dom de Deus, tu correrias até o encontrar! Moisés bateu com a vara no rochedo, donde brotou a água para matar a sede. Para nós, devemos solicitar a graça ao Espírito Santo. Como a samaritana, peçamos: “Senhor, dá-me dessa água”!

Senhor, nosso Deus, autor de todas as misericórdias e de toda a bondade, que nos fizestes encontrar no jejum, na oração e no amor fraterno os remédios do pecado, olhai benigno para a confissão da nossa humildade, de modo que, abatidos pela consciência da culpa, sejamos confortados pela vossa misericórdia. Por NSJC… 

(Oração de coleta do III Domingo da Quaresma) 


Esta oração sugere três meios penitenciais, fundamentais para a quaresma: a oração, o jejum e o amor fraterno. Com eles, queremos pedir a graça da misericórdia de Deus, para darmos frutos de renovação interior. 

Nós próprios ouvimos e sabemos que Ele é realmente o Salvador do mundo(Jo. 4, 5-42)

A samaritana foi anunciar aos vizinhos, a alegria do encontro com Jesus, e muitos acreditaram. Agora, devemos ser nós que nos juntamos, e também testemunhamos. Não é pelos outros, mas cada um deve encontrar-se com Jesus, e dizer-Lhe: Tu és o meu Salvador!...»
(Pe.Armando Duarte, partilha/reflexão para a semana que segue ao III Domingo da Quaresma, ano A)


domingo, março 05, 2023

Transfiguração

 «A graça e o amor de Jesus Cristo, que nos chama à conversão, estejam convosco!

Amigos, insisto na saudação quaresmal, apresentada no novo Missal romano, para que não esqueçamos facilmente a proposta da liturgia deste tempo, que é muito rico de graça e de misericórdia, para todos os que querem fazer uma experiência autêntica de vida cristã. Por isso, que não haja ninguém desatento, à margem e em ausência grave da experiência da fé.

No 2º Domingo da Quaresma podemo-nos enriquecer com as leituras bíblicas que, no ciclo A da liturgia deste tempo, nos oferecem a oportunidade de nos colocarmos em sintonia e comunhão com a vivência catecumenal, que a Igreja apresenta desde os tempos mais remotos.

Procuremos sintonizar com o projecto de Deus, que neste domingo nos convida a seguir o caminho de escuta e de adesão aos seus projectos, e com obediência total aos planos do Pai.

Senhor nosso Deus, que nos mandais ouvir o vosso amado Filho, fortalecei-nos com o alimento interior da vossa palavra, de modo que, purificado o nosso olhar espiritual, possamos alegrar-nos um dia na visão da vossa glória. Por NSJC… (Oração Colecta do II Domingo da Quaresma)

Deus vem ao nosso encontro, e fala-nos. E nós devemos estar disponíveis e atentos para o escutar, na pessoa do seu Filho. E assim Ele nos prepara para participarmos da sua glória. Recebamos a graça que nos quer transfigurar, isto é, passar da vida velha à vida nova.

Este é o meu Filho muito amado, no qual pus toda a minha complacência. Escutai-O. (Mt. 17, 1-9)

Procuremos, antes de mais, merecer a escolha de Jesus, para entrarmos na sua intimidade. E Ele nos conduz à comunhão com o Pai. 

Para ouvir a sua voz, peçamos ao Espírito Santo que venha em nosso auxílio, e nos ajude a rezar: Jesus, Tu és o meu Senhor! Contigo, quero ser filho. Acolho a tua voz no meu coração!...»

(Pe.Armando Duarte, partilha/reflexão para a semana que segue ao II Domingo da Quaresma, ano A)

domingo, fevereiro 26, 2023

Porque nem só de pão vive o homem

«A graça e o amor de Jesus Cristo, que nos chama à conversão, estejam convosco!

Esta é a saudação proposta na nova edição do Missal romano, para este tempo da Quaresma. Por isso a usamos na celebração da Eucaristia, e assim vos saúdo.

Iniciámos na passada quarta-feira a caminhada quaresmal, com a celebração das Cinzas. Muitos cristãos nunca participaram, inclusivamente no que há de mais importante nas celebrações, só porque ocorrem em dias em que não há obrigatoriedade de preceito. E, por isso, ficam privados de alguns dos momentos mais significativos da liturgia cristã, ao longo da sua vida.

Destaca-se na vivência quaresmal o convite à conversão, isto é, a mudança de atitudes e comportamento que não estão de acordo com a experiência genuína da fé. Precisamos de autenticidade, na resposta à Palavra de Deus e às propostas que nos são feitas, para uma vida cristã frutuosa.

Neste 1º domingo da Quaresma somos convidados e recolocar a nossa vida na perspectiva de Deus, tal como um ramo enxertado só floresce se participa da seiva que brota da cepa. Deus criou o homem como ser vivo, mas é em Cristo que lhe dá vida plena. Alimentemo-nos da Palavra.

Não desperdicemos os meios para alcançar a compreensão, e a vivência do mistério de Cristo, para que se manifeste na autenticidade dos frutos e das obras. À luz desta reflexão, rezemos esta oração:

Concedei-nos, Deus Todo Poderoso, que, pelas práticas anuais do sacramento quaresmal, alcancemos maior compreensão do mistério de Cristo e demos testemunho dele com uma vida digna. Por NSJC… (Oração Colecta do I Domingo da Quaresma)

Do Evangelho deste I domingo da Quaresma, Mt. 4,1-11:

Nem só de pão vive o homem…

Não tentarás o Senhor, teu Deus…

Adorarás o Senhor, teu Deus…

Vale a pena repetir e saborear cada uma destas respostas de Jesus, perante o tentador. Podemos rezá-las, ao longo da semana, para fortalecer a nossa fé, e não cairmos em tentação. Não esqueçamos que as tentações de Jesus são também as tentações da Igreja, e, se não fizermos combate espiritual, poderemos ser vencidos. Com a graça de Jesus, e a força do Espírito, não permitamos.»

(Pe.Armando Duarte, partilha/reflexão para a semana que segue ao I Domingo da Quaresma, ano A)

sábado, fevereiro 25, 2023

Toma-me de entre a minha dispersão


"Manifesta a tua santidade em mim
Toma-me de entre a minha dispersão,
Recolhe-me de onde me perdi
Enche-me de novo o coração.

Tu és a água viva,
Tu és a água pura,
Inunda-me, inunda-me
E tudo se transformará em mim."

(Ir. Glenda Hernandéz, Tu És a Água Viva)




Só Jesus Cristo oferece a água que mata definitivamente a sede de vida e de felicidade do homem.

sexta-feira, fevereiro 24, 2023

O Cântico dos Cânticos

A Comissão que coordena a nova tradução da Bíblia da Conferência Episcopal Portuguesa  acaba de tornar público o texto provisório do Cântico dos Cânticos

pdf do texto na imagem:


"Num trabalho iniciado em 2012, e que conta com a participação de 34 investigadores, a tradução realiza-se a partir das línguas originais." (in: Educris|02.06.2022)

"O título de Cântico dos Cânticos é a tradução das duas primeiras palavras do texto hebraico desse livro: Shir hashirim. A expressão é uma forma de superlativo e significa 'o mais belo dos cânticos' ou 'o cântico maior'. 

Poema lírico de tema amoroso, o Cântico dos Cânticos "celebra encontros e desencontros entre dois amados, dando-lhes a palavra de forma alternada, num diálogo estruturado em forma narrativa e de encenação teatral"; "o tema, o género e algumas das imagens e metáforas utilizadas são comuns na poesia lírica dos povos vizinhos de Israel e de Judá no Próximo Oriente Antigo".

 "O erudito judeu Saadia Gaon (séc. IX-X d.C.) escreveu que o Cântico dos Cânticos era como uma porta fechada, da qual há muito se perdera a chave. Esta metáfora exprime bem a variedade e as subtilezas com que nas tradições judaica e cristã sempre se processou a sua leitura e interpretação. 

Mas, quer no judaísmo quer no cristianismo, impôs-se, desde muito cedo, uma interpretação alegórica do Cântico dos Cânticos: o amor entre os amados é imagem ou metáfora do amor entre Deus e o povo de Israel ou entre Cristo e a Igreja". 

"Nos últimos duzentos anos, a tendência tem sido para redescobrir a possibilidade de ler o Cântico dos Cânticos nos seus próprios termos, enquanto celebração do desejo apaixonado e do amor mútuo entre um homem e uma mulher".

"Trata-se, portanto, de poesia lírica de tema amoroso que celebra e descreve os avanços e recuos, o jogo de distância e intimidade que caracteriza a expressão do amor, na sua dimensão afetiva e sexual".

"O leitor actual não precisa de assumir uma interpretação em detrimento da outra. A tradição de leitura alegórica legou-nos um riquíssimo património literário e espiritual". 

"Por outro lado, ao assumir desta maneira o sentido literal, a exegese moderna e contemporânea reabriu a porta ao reconhecimento de que o amor entre homem e mulher é um lugar teológico a redescobrir: a beleza e sublimidade do encontro amoroso é dom divino e, por isso, sacramento da presença e intimidade de Deus com as suas criaturas."


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