domingo, abril 23, 2023

Ele é a nossa esperança viva!


«O evangelho de hoje, com o episódio dos discípulos de Emaús, desalentados e sem esperança, ajuda-nos a perceber o que se passa na Igreja, particularmente nos nossos dias, com tantos cristãos, desanimados, a afastar-se e a andar para trás. Porquê tudo isto? A segunda leitura dá parte da resposta: por causa da "vã maneira de viver". Mas na primeira leitura percebemos a nossa deficiente evangelização, esquecendo-nos do anúncio do kerigma: Cristo morto e ressuscitado, e do qual nós somos testemunhas. Nesta partilha, vai uma pequena ajuda.

Graça e paz vos sejam dadas em abundância, assim apresenta a primeira carta de S. Pedro (1, 2) a saudação inicial. Salienta a grande riqueza e bondade de Deus para connosco, que muito nos deve confortar! Desde logo, corresponde a uma necessidade vital, para incutir ânimo e esperança aos nossos corações, para que não nos deixemos invadir de tristeza e desalento, como os discípulos de Emaús. Só Jesus Cristo nos pode enriquecer com a sua graça e paz, e para isso Ele vem ao nosso encontro. Abramo-nos, e seremos vivificados!

Estamos no 3º domingo de Páscoa. A Palavra de Deus, que nos é anunciada, convida-nos a acolher Cristo, que vem ao nosso encontro e caminha connosco. Também nós precisamos de fortalecer a nossa esperança, que Ele nos transmite através da sua partilha. Só Ele tem poder para revelar-nos o sentido das Escrituras, e fazer a sua experiência libertadora. Deixemos que Ele se aproxime. Mais: que entre em nós! Aqueça os nossos corações e os transforme!

Com a Eucaristia, a partilha do pão da Palavra e do seu Corpo, Ele nos fortalece. Pelo seu Espírito, Ele nos liberta, e faz despertar. Acordemos, pois! Abramos o nosso coração desanimado e triste. Procuremos reconhecê-lo com os dons que Ele nos continua a oferecer. Vale a pena deter-nos e perceber que sinais nos manifesta, hoje.

Senhor nosso Deus, exulte sempre o vosso povo, com a renovada juventude da alma, de modo que, alegrando-se agora por se ver restituído à glória de adopção divina, aguarde o dia da ressurreição na esperança da felicidade eterna. Por NSJC…  (Oração de colecta do III domingo de Páscoa)

Se existe, duma forma subjacente, o desejo duma eterna juventude, ela só é possível pela ressurreição de Cristo nas nossas vidas, e pelo poder do seu Espírito. Segundo a natureza humana, vamos crescendo e envelhecendo. Só no Espírito do Senhor alcançamos a renovação. É essa graça que solicitamos na oração colecta de hoje.

"Tomou o pão, recitou a bênção, partiu-o e entregou-lho." (Lc. 24, 13-35)

Esta Palavra faz-nos perceber o que se realiza na Eucaristia, no relato da consagração, em que o sacerdote continua a fazer o que Cristo fez, e se transformam o pão e o vinho no Corpo e no Sangue de Jesus, para serem nosso alimento e nossa bebida [espirituais]. Então, repitamos várias vezes esta frase, pensando na Eucaristia, com o desejo de receber Cristo, para ser nossa vida.»

 (Pe.Armando Duarte, partilha/reflexão para a semana que segue ao III Domingo do Tempo Páscal, ano A)

domingo, abril 16, 2023

A Misericórdia de Cristo ressuscitado

 «O Deus da vida, que ressuscitou Jesus Cristo, destruindo as cadeias da morte, esteja convosco

Esta é a saudação, indicada no Missal romano, mais orientada para o tempo pascal.

Estamos no 2º domingo de Páscoa, também conhecido como domingo de Pascoela, e, mais recentemente, domingo da divina Misericórdia, em atenção à misericórdia de Jesus ressuscitado, para com o apóstolo Tomé, para fortalecer a sua fé. Mas, todos os domingos são de ressurreição, particularmente os do tempo pascal, e, por isso, é indispensável a nossa participação, para que sejamos bem-aventurados, como Jesus disse a Tomé, de modo a sermos felizes, acreditando, sem termos visto. Sem a participação na Eucaristia, o sinal maior da presença de Jesus no meio de nós, não se chega a essa felicidade!

Este é o grande milagre, de sermos a Igreja, que nasce da cruz e da ressurreição de Jesus, vivendo unidos e tendo uma só alma, como diz a 1ª leitura. É assim que a comunidade cristã é edificada, mergulhando na “fonte de uma alegria inefável e gloriosa”, lembra a 2ª leitura. 

Deus de eterna misericórdia, que reanimais a fé do vosso povo, na celebração anual das festas pascais, aumentai em nós os dons da vossa graça, para compreendermos melhor as riquezas inesgotáveis, do Baptismo com que fomos purificados, do Espírito com que fomos renovados, e do Sangue com que fomos redimidos. Por NSJC…       (Oração de colecta do II Domingo de Páscoa)

      Reparemos que esta oração faz alusão aos 3 sacramentos de iniciação cristã: Baptismo, Confirmação e Eucaristia. Por isso, a vivência da Eucaristia, deve ajudar a crescer nesta vida nova, que começou no Baptismo, e se renova com o dom de Deus, que recebemos no Crisma.

"Porque Me viste acreditaste: felizes os que acreditam sem terem visto". (Jo. 20, 19-31)

Tomé representa-nos. Ao manifestar-lhe a Sua misericórdia, Jesus pensa também em nós. Somos felizes, pela graça de se renovar o mistério pascal, esse caudal de graça que começou a brotar na tarde de quinta-feira, e culminou na vitória da madrugada no domingo da ressurreição. Manifestemos a Jesus a nossa gratidão por tanto amor e pela vida em plenitude.»

 (Pe.Armando Duarte, partilha/reflexão para a semana que segue ao II Domingo de Páscoa, ano A)

Meu Senhor e Meu Deus! (Jo 20, 28)

domingo, abril 09, 2023

Ressuscitou o nosso Salvador!

«Chegámos à celebração central do mistério da fé, o fundamento indispensável para a vida cristã da comunidade. Celebramos a Páscoa do Senhor, com o apoio imprescindível da Ressurreição de Cristo, para vivificação da nossa fé. Sem vivência da ressurreição, a fé da Igreja não teria sentido. Se este é o dia que fez o Senhor, cada domingo é dia de ressurreição, mas estamos numa solenidade de uma semana, fundante da páscoa semanal. Alegremo-nos e rejubilemos, porque o Senhor ressuscitou, e imprime novo dinamismo da vida à nossa fé.

Após a celebração da passagem (páscoa), na Vigília pascal, nasceu o novo dia para toda a humanidade, pois a ressurreição de Cristo traz a boa notícia da vitória sobre o pecado, a morte e a vida velha. A esperança da vida nova é oferecida a todas as pessoas, que queiram despertar para a luz, da vitória sobre as trevas, com a vida em plenitude. Vivemos o domingo por excelência, dia dos dias, princípio duma nova criação, fundamento essencial para uma vida nova em Cristo. Assumimos esse novo dinamismo, pela graça do Baptismo, em que morremos para o pecado, para vivermos sempre para Deus, em Cristo Jesus, o Senhor ressuscitado.

     A liturgia deste domingo celebra a ressurreição e garante-nos que a vida em plenitude resulta de uma existência feita dom e serviço em favor dos irmãos. A ressurreição de Cristo é o exemplo concreto que confirma tudo isto. Como discípulos de Cristo, devemos anunciar Cristo, que passou pelo mundo fazendo o bem, lembro a 1ª leitura. Revestidos de Cristo, pelo baptismo, caminhemos numa vida nova (2ª leitura), e sejamos testemunhas da ressurreição.

 Senhor Deus do universo, que, neste dia, pelo vosso Filho unigénito, vencedor da morte, nos abristes as portas da eternidade, concedei-nos que, celebrando a solenidade da ressurreição de Cristo, renovados pelo vosso Espírito, ressuscitemos para a luz da vida. Por NSJC…   (Oração de colecta do Domingo da ressurreição)

Abriram-se as portas da eternidade, porque Cristo ressuscitou. Participemos dessa vitória, pela ressurreição e renovação do Espírito, para que vivamos na luz e na vida plena.

Juntemo-nos a Maria Madalena, a Simão Pedro e ao outro discípulo, para nos deixarmos inundar de alegria pelos sinais da ressurreição do Senhor. Sepulcro vazio, ligaduras no chão, o sudário… 

"Viu e acreditou." (Jo, 20, 1-9)

Que outros sinais podemos descobrir?»

 (Pe.Armando Duarte, partilha/reflexão para a semana que segue ao Domingo de Páscoa)

da Via Lucis (no santuário de Fátima - II estação)

domingo, abril 02, 2023

Santa semana!

 «Eis que chega a chamada semana maior da nossa fé. Efectivamente é assim que é conhecida a semana santa, por nela terem lugar os mistérios centrais da vida cristã. Nomeadamente, o Tríduo Pascal, sendo o mais pequeno, no tempo, da vida litúrgica, é o mais intenso nos mistérios que nos propõe para a vivência da fé. 

Vivemos o Domingo de Ramos na Paixão do Senhor. Destaque para a leitura da Paixão, que é central da liturgia da Palavra desta Eucaristia. Mas a celebração é enriquecida com a bênção e procissão dos ramos, com que se inicia, para viver a entrada solene de Jesus na cidade de Jerusalém. Juntemo-nos às crianças e jovens que aclamaram Jesus Cristo, com palmas e ramos de árvore, na sua entrada em Jerusalém. Bendito o que vem em nome do Senhor!

A liturgia da Palavra começa o texto de Isaías, que nos fala do Servo sofredor. Cristo foi quem o viveu por excelência. Muito bela é também a resposta orante do Salmo responsorial: Meu Deus, meu Deus, porque me abandonastes! A 2ª leitura fala-nos Cristo Jesus que, de condição divina, Se fez servo. Culmina depois com o relato da Paixão.

Deus todo poderoso e eterno, que, para salvar a humanidade, quisestes que o nosso Salvador Se fizesse homem e suportasse a cruz, fazei que vivamos unidos a Ele na sua paixão, para chegarmos a tomar parte na glória da sua ressurreição. Ele que é Deus… (Oração de colecta do Domingo de Ramos)

      Com o destaque da celebração da Paixão, pelo exemplo que Jesus Cristo nos deu, pedimos a graça de tomar parte, para igualmente merecermos participar na Sua ressurreição. Como discípulos, assumamos também a nossa cruz, para nos unirmos à Sua paixão e ressurreição.

"Este era verdadeiramente Filho de Deus." (Mt. 26, 14 - 27, 66)

Como estamos a sós, com Ele, primeiramente eu sugiro que leiamos e meditemos todo o relato da Paixão. Mas depois, procuremos, com a graça do Espírito Santo, unir-nos em oração a Cristo, Filho de Deus.

Porque estamos na semana maior, para a nossa fé, para além da participação indispensável na Eucaristia do Domingo da Ressurreição, procuremos ter igualmente alguma das celebrações do Tríduo, se possível, na Vigília Pascal.»  (Pe.Armando Duarte, partilha/reflexão para a semana que segue ao Domingo de Ramos, ano A)

Uma outra reflexão - pelo padre Manuel Barbosa, scj:

 

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