"Faz muitos, muitos anos, usavam-se no Japão lanternas de papel e bambú, com uma vela no seu interior.
Uma noite, um certo senhor ofereceu uma dessas lanternas a um cego que o tinha ido visitar, para que ele pudesse voltar para casa.
O cego disse-lhe:
- A mim não serve para nada uma lanterna! A luz e a escuridão para mim são a mesma coisa.
- Já sei que tu não precisas de uma lanterna para veres o caminho - respondeu-lhe o outro -. Mas, se não a levares, pode vir alguém para cima de ti. Portanto deves levá-la, para advertires quem vem em sentido contrário.
O cego partiu com a lanterna, mas ainda não se tinha afastado muito da casa do amigo quando alguém lhe deu um encontrão que o atirou para o meio do chão.
- Olha por onde andas! - Exclamou o cego enraivecido -. Por acaso não viste a minha lanterna?
O desconhecido respondeu-lhe:
- Levas a lanterna apagada, irmão!"
(Bruno Ferrero, Histórias para acordar el camino)
Quantas vezes não somos nós esse cego?
Sim, somos esse cego quando não mostramos a Luz do Espírito Santo ao mundo, quando não nos guiamos por essa Luz, quando trazemos a lanterna apagada e deixamos que os outros colidam connosco, atirando-nos ao chão.
Espírito de Deus,
Manda-nos do céu um raio de Vossa Luz.
Vem, ó Pai dos pobres,
Doador das graças,
Luz dos corações.
Vem consolador,
Hóspede da alma,
Doce alívio, vem.
No labor descanso,
Na aflição remanso,
No calor aragem,
Vem, ó Luz Santíssima,
Encher de claridade o coração fiel.
Sem a Vossa luz nada o homem pode,
Nenhum bem há nele.
Lava o que é impuro,
Rega o que está seco,
O que é doente, cura.
Dobra o que enrijece,
O que está frio aquece,
Reconduz o errante.
Aos fiéis concede,
Toda Igreja pede,
Os teus sete dons.
Concede o prémio do bem,
A boa morte do justo,
A eterna alegria.
Amén! Aleluia!
(Sequência do Pentecostes)