segunda-feira, julho 31, 2023

Saber discernir

«O Evangelho deste domingo recolhe algumas parábolas brilhantes de Jesus, que pretendem comunicar algo, que tantas vezes esquecemos: o encontro com Deus é a coisa mais bela que nos pode acontecer, é uma surpresa pela qual vale a pena abandonar tudo, uma alegria que nos faz esquecer todo o resto. Mas para que tal aconteça temos que agir com astúcia e urgência.»

 
Padre João Torres, Movidos pela alegria

«No XVII Domingo comum, a liturgia da Palavra interpela-nos para assentarmos a construção da nossa vida nos valores fundamentais que Cristo nos transmite. A 1ª leitura apresenta-nos o exemplo de Salomão, que não se deixa enganar por valores passagerios e frustrantes. Na continuidade, da carta aos romanos, somos chamados a descobrir como ”Deus concorre em tudo para o bem daqueles que O amam”. No evangelho, através das parábolas somos instruídos nos valores do Reino, através do tesouro escondido, da pérola mais preciosa e da rede.

"Senhor nosso Deus, protector dos que em Vós esperam, sem Vós nada tem valor, nada é santo. Multiplicai sobre nós a vossa misericórdia, para que, conduzidos por Vós, usemos de tal modo os bens temporais que possamos aderir, desde já, aos bens eternos. Por NSJC…" (Oração da colecta do XVII Domingo comum)

Com certeza que os bens deste mundo são bons, úteis e necessários. Mas não nos deixemos enganar: são passageiros, e não devem sobrepôr-se aos bens eternos. Por isso, precisamos viver as parábolas de hoje.

"Todo o escriba instruído sobre o reino dos Céus tira do seu tesouro coisas novas e coisas velhas". (Mt. 13, 44-52)

Não somos escribas, mas pedimos a Deus que nos instrua, para percebermos e experimentarmos o valor indispensável e riqueza mais preciosa do Reino, numa vida em Cristo.

Como Salomão, mais do que riqueza ou vida longa, precisamos da sabedoria, para fazermos as verdadeiras opções, pelos valores eternos.»

(Pe.Armando Duarte, partilha/reflexão para a semana que segue ao XVII Domingo Comum, ano A)

domingo, julho 30, 2023

Há pressa no ar

 JMJ 2023 - O Hino

 
Hino da JMJ Lisboa 2023 - "Há pressa no ar"
Autores: Pedro Ferreira e Padre João Paulo Vaz 


"Com Maria, ensaiamos um sim.
(...)
Foi Maria quem primeiro acolheu
A grande surpresa da vida sem fim."

domingo, julho 23, 2023

O trigo e o joio

«Volta o desafio das parábolas, para tentarmos perceber o sentido da semente do trigo e do joio. O evangelho é claro. 
Um desafio: meditem na íntegra o texto do evangelho. Se formos coerentes e autênticos, podemos descobrir uma grande riqueza. A beleza do texto tem uma profundidade inexcedível. Que nos enriqueça!

O 16º Domingo comum convida a continuar a viver as parábolas, com o tema da semente, na liturgia da Palavra. Mas, no centro, está a boa notícia do Reino de Deus.

O Senhor é indulgente e compassivo para com todos, lembra a 1ª leitura, e, através do Espírito Santo, vem em auxílio da nossa fraqueza, assim propõe a 2º leitura, da carta aos Romanos. Mas pelo evangelho percebemos como o trigo e o joio germinam ao mesmo tempo no nosso coração. Importa, pois, reflectir a mensagem que Jesus nos propõe.

"Sede propício, Senhor, aos vossos servos e multiplicai neles os dons da vossa graça, para que, fervorosos na fé, esperança e caridade, perseverem na fiel observância dos vossos mandamentos. Por NSJC…" (Oração de colecta do XVI Domingo comum)

Suplicamos ao Senhor, que envie sobre nós a abundância dos seus dons, para que progridamos na Graça, através das virtudes da fé, da esperança e da caridade.

"A boa semente são os filhos do Reino e o joio são os filhos do Maligno". (Mt. 13, 24-43)

Precisamos de aprender a discernir as sementes que frutificam em nós, pela qualidade do trigo ou do joio. A Palavra que proponho, para rezarmos durante a semana, ajudar-nos-á a frutificar. Mas não esqueçamos que em nós há sementes de trigo e de joio.»

(Pe.Armando Duarte, partilha/reflexão para a semana que segue ao XVI Domingo Comum, ano A)

 
"Alguém pergunta a um grupo de crianças como seriam os seus corações, se os corações maus fossem escuros e branquinhos os corações bons, respondeu imediatamente uma pequenina: “Ah! O meu é às riscas!” 
(...) 
O trigo e o joio não são dois tipos de pessoas, mas duas formas de conduta, que estão (sempre) presentes em cada um de nós." (Padre João Torres)

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segunda-feira, julho 17, 2023

A semente do Reino

«Vivemos estes dias de Julho intensamente, na perspectiva da Jornada Mundial da Juventude. Há jovens a despertar. E isso é muito positivo, pois deram-se conta de que não podiam ficar de lado ou para trás.

A nossa participação regular na Eucaristia é fundamental, para que muitos não fiquem arredados do essencial da vida de fé e da experiência autêntica da vida cristã. Tal como precisamos de alimentar-nos regularmente, igualmente a fé, para ser verdadeira, precisa do alimento fundamental.

Celebramos a liturgia do XV Domingo Comum, que nos convida a viver a importância da Palavra de Deus, para alimento da nossa fé. Tal como a chuva, ao cair sobre a terra, produz o seu fruto, assim a Palavra que sai da boca de Deus, lembra a 1ª leitura. É nosso dever preparar a terra do nosso coração, para frutificar. Mas é o Espírito que opera a renovação, pela libertação do nosso corpo, lembra a carta os Romanos. Por isso, Jesus quer continuar a lançar a semente do Reino, no terreno do nosso coração. É nosso dever prepará-lo para frutificar.

"Senhor nosso Deus, que mostrais aos errantes a luz da vossa verdade para poderem voltar ao bom caminho, concedei a quantos se declaram cristãos que, rejeitando tudo o que é indigno deste nome, sigam fielmente as exigências da sua fé. Por NSJC…" (Oração da colecta do XV Domingo Comum)

Declarar-se cristão não se faz apenas por palavras, mas leva ao compromisso de ser outro Cristo e a praticar as exigências da fé. É essa graça que pedimos na Eucaristia de hoje.

"E aquele que recebeu a palavra em boa terra é o que ouve a palavra e a compreende". (Mt. 13, 1-23)

A Palavra é eficaz: cumpre o que anuncia. Mas dará fruto mais abundante, pela nossa resposta, preparando o terreno do nosso coração. Na oração, o Espírto Santo vem ajudar-nos.»

(Pe.Armando Duarte, partilha/reflexão para a semana que segue ao XV Domingo Comum, ano A)


Podem vir a propósito, as palavras do Pe. António Vieira, no Sermão da Sexagésima:

"A pregação que frutifica, a pregação que aproveita, não é aquela que dá gosto ao ouvinte, é aquela que lhe dá pena.
Quando o ouvinte a cada palavra do pregador treme; quando cada palavra do pregador é um torcedor para o coração do ouvinte; quando o ouvinte vai do sermão para casa confuso e atónito, sem saber parte de si, então é a pregação qual convém, então se pode esperar que faça fruto: Et fructum afferunt in patientia.

Enfim, para que os pregadores saibam como hão-de pregar e os ouvintes a quem hão-de ouvir, acabo com um exemplo do nosso Reino, e quase dos nossos tempos. Pregavam em Coimbra dois famosos pregadores, ambos bem conhecidos por seus escritos; não os nomeio, porque os hei-de desigualar. Altercou-se entre alguns doutores da Universidade qual dos dois fosse maior pregador; e como não há juízo sem inclinação, uns diziam este, outros aquele. Mas um lente, que entre os mais tinha maior autoridade, concluiu desta maneira: “Entre dois sujeitos tão grandes não me atrevo a interpor juízo; só direi uma diferença, que sempre experimento: quando ouço um, saio do sermão muito contente do pregador; quando ouço outro, saio muito descontente de mim.” 

segunda-feira, julho 10, 2023

Revelação aos pequeninos

«Estamos no XIV Domingo Comum, em que a Palavra de Deus faz um convite à humildade e à pequenez (espiritualmente), pois os arrogantes, vaidosos e autosuficientes, não são capazes de perceber, pois que estão cheios de si. Deus revela-se aos simples e humildes.

Senhor nosso Deus, que, pela humilhação do vosso Filho, levantastes o  mundo decaído, dai aos vossos fiéis uma santa alegria, para que, livres da escravidão do pecado, possam chegar à felicidade eterna. Por NSJC…  (Oração de colecta do XIV Domingo Comum)

"Vinde a Mim… e aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração". (Mt. 11, 25-30)»

(Pe.Armando Duarte, partilha/reflexão para a semana que segue ao XIV Domingo Comum, ano A)

 
 Comentário/reflexão do padre Manuel Barbosa, scj, para o 14.º Domingo do Tempo Comum - Ano A.

domingo, julho 02, 2023

Escola de discipulado

«O assunto, apresentado em título, procura ajudar a entender o sentido da liturgia da Palavra da Eucaristia deste domingo. Bom seria que todos procurem esse aprofundamento, e se esforcem por procurar corresponder, porque Jesus bem nos diz quem "não é digno de Mim".

Numa refeição, temos uma variedade de alimentos e de bebidas, que a tornarão, não apenas mais agradável, mas indispensável para o fortalecimento das nossas forças, renovação das energias, crescimento e sustento do nosso corpo. Na Eucaristia buscamos o apoio indispensável, que Cristo nos oferece, desde a sua instituição na última Ceia. Como será possível haver baptizados, que a põem de lado, e são capazes de passar o domingo sem ela? Os mártires da Abitínia (norte de África), no séc.I, diziam: "Sine Dominico no possumus!" Mesmo sendo uma frase em latim, todos entendemos que não eram capazes de passar o domingo sem a Eucaristia. Torna-te também um apóstolo da Eucaristia. Não podemos viver sem ela.

Além de três leituras e de um salmo, nas Missas solenes, somos ainda alimentados por vários cânticos, bem como pela riqueza de outros momentos, e da oração eucarística, que nos proporcionam um alimento substancial e indispensável para a fé. Por isso é uma refeição sagrada e imprescindível, e que nos prepara para o banquete do fim dos tempos. Com discípulos de Jesus, alimentemo-nos com a sua Palavra, para termos a sua Vida, e sermos suas testemunhas. N’Ele, temos uma vida plena, segui-lO-emos, e partilhá-lO-emos aos outros.

"Senhor nosso Deus, que, pela graça da adopção nos tornastes fillhos da luz, não permitais que sejamos envolvidos pelas trevas do erro, mas permaneçamos sempre no esplendor da verdade. Por NSJC…" (Oração da colecta do XIII Domingo comum)

"Filhos da luz"…, que grande graça! Por isso, abandonamos as obras das trevas, do pecado e da vida velha. O mundo, e a sociedade de hoje, convidam as pessoas a procurar ser estrelas, a brilhar diante dos outros. Mas, afinal, pela graça de sermos e vivermos como filhos de Deus, pedimos a bênção de continuar no esplendor do Senhor, da verdade e da vida!

"Quem vos recebe, a Mim recebe, e quem Me recebe, recebe Aquele que Me enviou". (Mt. 10, 37-42)

Como discípulos de Jesus, somos chamados e enviados, em missão. Assumamos essa consciência na partilha da vida, no anúncio de Jesus, no serviço aos mais necessitados. Por isso rezamos esta Palavra, para nos sentirmos enviados por Jesus. Dar um copo de água fresca, não ficará sem recompensa! Há duas semanas rezávamos: "recebestes de graça, dai de graça"!»
(Pe.Armando Duarte, partilha/reflexão para a semana que segue ao XIII Domingo Comum, ano A)

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