Entrámos na igreja de braço dado.
Uma entrada, de sorrisos rasgados, ao som do Hino da Alegria. Com um brilhozinho no olhar, emocionada, mas sem me deixar dominar totalmente pela emoção, dei um beijinho ao noivo, o meu filhote mais velho – que será sempre o meu menino, um dos meus meninos muito queridos – e fui ocupar o meu lugar no grupo coral, mesmo ao lado.
Tinha parado de chover há algum tempo.
A chuva assustara-me um pouco mas, felizmente, acabou por dar tréguas e pudemos, enfim, entrar no automóvel e percorrer os cerca de três quilómetros que nos separavam da igreja. A água do céu apenas veio trazer uma bênção.
O nosso motorista, tio da noiva, também se juntou ao coro com o seu bandolim. Ao órgão, o padrinho do noivo, para as músicas mais sóbrias: Hino da Alegria; Marcha Nupcial; Salmo Responsorial; e… Avé Maria de Schubert, em Acção de Graças; nos outros cânticos, a viola foi o seu instrumento de eleição, e o órgão foi do Pedro mas que o cedeu ao Rui quando foi tocar a flauta no Pai-Nosso. Um grupo coral constituído por elementos das duas famílias (do noivo e da noiva) que se esmeraram nos ensaios e na cerimónia.
Chega a noiva: e entra ao som da Marcha Nupcial, radiante, belíssima. O pai entrega-a ao futuro genro, com um cumprimento, e os dois jovens sorriem um para o outro. Beijam-se com o olhar.
Nossa Senhora da Boa Nova recebe os seus filhos no seu regaço.
“Queres saber de que cor são os sonhos de Deus? (…) Volta a olhar o amor pela primeira vez.” - O cântico de entrada introduz na dinâmica da Celebração - "Pois o Verbo de Deus habitou entre nós."
A primeira leitura é do Livro dos Provérbios: “Quem poderá encontrar uma mulher virtuosa? O seu valor é maior do que as pérolas.” …
E consegui cantar o Salmo Responsorial sem lágrimas: “O Senhor nos abençoe em toda a nossa vida” (…) “Teus filhos [são] como rebentos de oliveira/Ao redor da tua mesa” – pensei que ia chorar, mas aguentei-me.
Segunda Leitura da Primeira Carta de S. Paulo ao Coríntios: “Ainda que eu fale a língua dos anjos e dos homens, se não tiver amor, sou como o bronze que ressoa ou como o címbalo que retine (…) O amor não acabará jamais.”
Aleluia: Se nos amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós, e o Seu amor em nós é perfeito.
O Evangelho é do episódio das Bodas de Caná da Galileia, em que Jesus deu início aos seus sinais do Reino.
Depois da Homilia é chegada a altura especial: o Matrimónio.
Cristo vai abençoar este amor conjugal:
Os noivos recebem-se um ao outro como esposos - dão-se a si próprios o Sacramento do Matrimónio.
O celebrante apenas intervém para pedir ao Senhor que confirme o consentimento que manifestaram e os enriqueça com a Sua bênção:
Não separe o homem o que Deus uniu.“Nada te turbe, nada te espante
Quem a Deus tem, nada lhe falta
Nada te turbe, nada te espante
Só Deus basta.”
E prossegue a Celebração nos moldes habituais:
Oração Universal - em que se pediu pelos novos esposos, por todos os seus familiares e amigos, bem como pelos que já partiram, pelos casais ali presentes e por toda a Igreja para que continue a ser fonte de fé e de esperança para o mundo.
Ofertório – cantámos “ Como Borboletas”: “Como a paz não se constrói sem liberdade/ a verdade não se vive sem amor/ Povos todos agarrai-vos ao que é vida/ Porque o mundo foi tomado p´lo Senhor”.
Comunhão:
Jesus,
Meu Jesus, és o pão
Tu és meu alimento
Jesus,
Quero ser o teu lar
Amado da minh’alma
JesusAcção de Graças -
Avé Maria - Franz Schubert[Aqui 'doeu' já a finalizar o cântico, quando me emocionei… estava a ver que não me aguentava nas ‘canelas’… mas só deu uma tremedeira no fim de cantar e um choro levezinho…]
Cântico Final:
Renasce em mim,mostra como ama alguém,que precisa de mimp'ra mostrar o melhor que Deus tem!Reviver o que viviRenascer contigoConquistar o teu espaço astralPois quem ama não teme o bem e o mal(n.º 12 da playlist música escutista, ao lado)