segunda-feira, julho 17, 2023

A semente do Reino

«Vivemos estes dias de Julho intensamente, na perspectiva da Jornada Mundial da Juventude. Há jovens a despertar. E isso é muito positivo, pois deram-se conta de que não podiam ficar de lado ou para trás.

A nossa participação regular na Eucaristia é fundamental, para que muitos não fiquem arredados do essencial da vida de fé e da experiência autêntica da vida cristã. Tal como precisamos de alimentar-nos regularmente, igualmente a fé, para ser verdadeira, precisa do alimento fundamental.

Celebramos a liturgia do XV Domingo Comum, que nos convida a viver a importância da Palavra de Deus, para alimento da nossa fé. Tal como a chuva, ao cair sobre a terra, produz o seu fruto, assim a Palavra que sai da boca de Deus, lembra a 1ª leitura. É nosso dever preparar a terra do nosso coração, para frutificar. Mas é o Espírito que opera a renovação, pela libertação do nosso corpo, lembra a carta os Romanos. Por isso, Jesus quer continuar a lançar a semente do Reino, no terreno do nosso coração. É nosso dever prepará-lo para frutificar.

"Senhor nosso Deus, que mostrais aos errantes a luz da vossa verdade para poderem voltar ao bom caminho, concedei a quantos se declaram cristãos que, rejeitando tudo o que é indigno deste nome, sigam fielmente as exigências da sua fé. Por NSJC…" (Oração da colecta do XV Domingo Comum)

Declarar-se cristão não se faz apenas por palavras, mas leva ao compromisso de ser outro Cristo e a praticar as exigências da fé. É essa graça que pedimos na Eucaristia de hoje.

"E aquele que recebeu a palavra em boa terra é o que ouve a palavra e a compreende". (Mt. 13, 1-23)

A Palavra é eficaz: cumpre o que anuncia. Mas dará fruto mais abundante, pela nossa resposta, preparando o terreno do nosso coração. Na oração, o Espírto Santo vem ajudar-nos.»

(Pe.Armando Duarte, partilha/reflexão para a semana que segue ao XV Domingo Comum, ano A)


Podem vir a propósito, as palavras do Pe. António Vieira, no Sermão da Sexagésima:

"A pregação que frutifica, a pregação que aproveita, não é aquela que dá gosto ao ouvinte, é aquela que lhe dá pena.
Quando o ouvinte a cada palavra do pregador treme; quando cada palavra do pregador é um torcedor para o coração do ouvinte; quando o ouvinte vai do sermão para casa confuso e atónito, sem saber parte de si, então é a pregação qual convém, então se pode esperar que faça fruto: Et fructum afferunt in patientia.

Enfim, para que os pregadores saibam como hão-de pregar e os ouvintes a quem hão-de ouvir, acabo com um exemplo do nosso Reino, e quase dos nossos tempos. Pregavam em Coimbra dois famosos pregadores, ambos bem conhecidos por seus escritos; não os nomeio, porque os hei-de desigualar. Altercou-se entre alguns doutores da Universidade qual dos dois fosse maior pregador; e como não há juízo sem inclinação, uns diziam este, outros aquele. Mas um lente, que entre os mais tinha maior autoridade, concluiu desta maneira: “Entre dois sujeitos tão grandes não me atrevo a interpor juízo; só direi uma diferença, que sempre experimento: quando ouço um, saio do sermão muito contente do pregador; quando ouço outro, saio muito descontente de mim.” 

3 comentários:

J.P. Alexander disse...

Profunda reflexion.

Meulen disse...

Bueno , se dice que la Palabra entra por el oído , así que quien predica debe saber que según el enfoque que tenga su decir ahondará mejor en el corazón y mente del oyente ...realmente quien a mi me ha llegado más profundo que otros es el Padre Luis Toro , un mensajero de Dios que hace apologética y que en verdad a veces es muy duro el sermón pero todo basado en la Palabra divina.

Abrazos.

Ailime disse...

Boa tarde Fá ,
Bela e completa partilha da Palavra do passado Domingo.
Que saibamos fazer frutificar no nosso coração as palavras do Mestre.
Beijinhos e continuação de boa semana.
Ailime

Partilhas maiores