«Celebramos o 2º domingo de Páscoa, ou de Pascoela. A razão de ser deste nome prende-se com a circunstância de, até este dia, no passado, os novos baptizados andarem com a túnica branca vestida, que tinham recebido na celebração do baptismo, na Vigília Pascal. Por isso, também é chamado de “domingo in albis”, isto é, de branco! Mais recentemente, o Papa São João Paulo II deu-lhe igualmente o nome de “domingo da misericórdia”, em atenção à misericórdia que Cristo teve com o apóstolo Tomé, ao mostrar-lhe as mãos e os pés, com as chagas que Ele recebeu na Cruz. “Porque me viste, acreditaste”, disse-lhe Jesus! “Felizes os que acreditam sem terem visto”, acrescentou, estendendo a todos nós a sua misericórdia.
Para beneficiarmos da felicidade, prometida por Jesus, deveremos viver profundamente o sentido do nosso baptismo. O baptismo não é uma coisa que se vem buscar à Igreja, mas um estilo de vida, a assumir. Oxalá o estejamos a viver, como nos propõe a Eucaristia deste domingo. Além disso, é um contributo indispensável para entender o próprio sentido da catequese que, ou é vivida como iniciação cristã, ou não é verdadeira catequese. Para isso, devemos fixar-nos no sentido da oração de colecta, feita no início da Eucaristia de hoje, para descobrir o valor dos três sacramentos de iniciação cristã. Por outro lado, torna-se necessário aprofundar que todos os domingos do tempo pascal são domingos de Páscoa, e não depois da Páscoa.
"Deus de eterna misericórdia, que reanimais a fé do vosso povo na celebração anual das festas pascais, aumentai em nós os dons da vossa graça, para compreendermos melhor as riquezas inesgotáveis do Batismo com que fomos purificados, do Espírito em que fomos renovados e do Sangue com que fomos redimidos. Por NSJC…" (Oração de colecta do Domingo II da Páscoa)
Primeiro invoca-se o Deus da misericórdia. Depois pede-se a renovação da fé pascal, para que se aumente e cresça a vida da graça. Assim se aprofunda a riqueza inesgotável do Baptismo, pela renovação do Crisma, e com a vida que a Eucaristia alimenta. Então se descobre que todos necessitamos desta iniciação cristã, e que sem ela não se entende a catequese.
"Meu Senhor e meu Deus" (Evangelho: Jo 20, 19-31)
Na celebração da Eucaristia, em algumas comunidades, ouve-se esta expressão, rezada em voz alta, por parte de muitos membros da assembleia, com a elevação, após a consagração. Contudo, se se rezar, que seja em silêncio, e como intimidade pessoal adorante. Mas importa rezá-la muitas vezes, ao longo da semana, e descobrir a sua presença na comunidade.»
(Pe. Armando Duarte, partilha/reflexão para o II Domingo de Páscoa e segunda semana da Páscoa, ano C)