domingo, abril 06, 2025

É Preciso Renascer

«Estando a duas semanas do termo da caminhada quaresmal, com a Páscoa, o que melhor lhes posso desejar será que a Quaresma tenha um bom fim. E tê-lo-á se soubermos aproveitar bem este tempo de graça. Para isso, recordo a importância fundamental de celebrar o sacramento da Confissão. 

Lembrando a parábola do filho pródigo, do passado domingo, oxalá que cada um se reveja no filho mais novo, que teve a coragem de considerar os erros que tomou, ao afastar-se do amor do pai com uma vida dissoluta, regressando para pedir perdão: “Pai, pequei contra o céu e contra ti”, éramos convidados a rezar ao longo da semana. 

Agora, somos desafiados a não ficar no comodismo, e no desleixo da escravidão do pecado, como o presunçoso filho mais velho, mas, aspirando à vida nova baptismal, que na Páscoa somos chamados a viver, celebremos a Reconciliação!

Começámos esta partilha de hoje, lembrando o sacramento da Confissão, mas agora vamos de novo abordar a vivência eucarística, uma vez que ela é central na vida cristã. Aliás, estes dois sacramentos têm uma ligação profunda, para uma participação plena e autêntica. Se, por um lado, vamos buscar o remédio para o pecado, por outro, somos alimentados para crescer na vida nova em Cristo, que no Baptismo nos foi transmitida. 
Ninguém cresce, e se fortalece, sem se alimentar. A Eucaristia deste domingo volta a propor-nos a experiência do amor de Deus, que acompanha o nosso caminho, para a liberdade que Jesus Cristo nos oferece, convidando a fazer escolhas, ”para ganhar a Cristo, e n’Ele me encontrar”, como refere a segunda leitura.

Senhor nosso Deus, concedei-nos a graça de viver com alegria o mesmo espírito de caridade, que levou o vosso Filho a entregar-se à morte pela salvação dos homens. (Oração de colecta do V Domingo da Quaresma)

Porque aspiramos à felicidade e realização plena que, por nós, pelos valores da sociedade, com os avanças da ciência, nos caminhos do mundo, não conseguimos; No amor de Deus, por Jesus Cristo, essa oferta está ao nosso alcance. 
O dom do amor, que experimentamos no Senhor, não condena, mas liberta, e permite progredir no caminho da plenitude. Por isso, não olhamos para trás, não ficaremos amarrados à vida velha, e a libertação estará sempre no nosso horizonte, em Cristo. O seu amor nos estimula, pois não há maior amor do que dar a vida por quem se ama.

"Vai, e não voltes a pecar" (Evangelho: Jo. 8, 1-11)

O encontro com Cristo liberta e salva. A vida adquire novo sentido, pelo perdão de Deus, pelo amor em Cristo, pelo corte das amarras, pelo dom que nos é oferecido. 

Em Cristo, somos novas criaturas; alcançados por Ele, caminhamos na liberdade, não querendo mais ser escravos, mas progredindo para a meta, que começa já a aparecer.

Que bom é conhecer Cristo e a sua libertação! 

Jesus: tu me devolves a vida. É em Ti, e para Ti, que eu quero viver!»

(Pe.Armando Duarte, partilha/reflexão para o IV domingo da Quaresma ano C, e semana que se segue)

«somos chamados a largar as pedras.
A abrir as mãos, a abrir o coração.
O perdão não apaga o passado, mas liberta o futuro.
Acolher em vez de ferir.
Erguer em vez de esmagar.
Recomeçar, porque o amor sempre nos dá uma nova oportunidade.
Quem perdoa, renasce.
E quem renasce, ilumina o mundo.»
Nem Julgar, Nem Temer — Acolher (padre João Torres)



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