sábado, agosto 23, 2025

A salvação é oferecida a todos…

mas a entrada não é automática.


«Saúdo a todos com amizade! 

Quando nos saudamos, estamos a desejar e a transmitir aos outros a salvação de Deus. Por isso, o povo interiorizou na sua cultura, que não se nega a “salva” a ninguém. Se nos cruzamos com alguém, e lhe dizemos “bom dia”, é a forma mais breve de dizer “bom dia nos dê Deus”, como faziam os nossos antepassados. Mas usavam-se outras saudações, com sentido cristão, como me recordo a que fazia um morador, no meu lugar de infância e naturalidade: “louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo”. Por isso, saudar alguém é transmitir-lhe a salvação de Deus. 
Mesmo longe, a saúde e a salvação para todos! Vivemos o XXI Domingo comum, em que a liturgia da Palavra nos oferece também a salvação de Deus. É um dom, para todos sem excepção, mas importa cooperar com a iniciativa divina, de modo a experimentar a salvação, porque esta tem que ser vivida. E para isso, ela deve sentir-se no nosso coração. O bom Deus oferece-a, mas cada um precisa de se afeiçoar, para a acolher, e deixar transformar o mais profundo de si mesmo. É este o mistério do Reino, o mundo novo, que Jesus nos oferece, levando à vida plena, à felicidade verdadeira e total.

Deus trata-nos como filhos, assim nos lembra a segunda leitura, e por isso não nos extraviemos do caminho que nos leva a experimentar o Seu amor, sem desânimo, e deixando-nos corrigir, para que sejamos curados e salvos.


   

 "Senhor Deus, que unis o coração dos fiéis num único desejo, fazei que o vosso povo ame o que mandais e espere o que prometeis, para que, no meio da instabilidade deste mundo, fixemos os nossos corações, onde se encontram as verdadeiras alegrias. Por NSJC…" (Oração de coleta do XXI Domingo comum)

 

Tenhamos cuidado, e não nos distraiamos e desviemos. Que o nosso coração mergulhe na fonte, que permite a realização do que há de mais belo e profundo, em Deus. Só assim experimentaremos a verdadeira alegria, felicidade e realização plena!

 

"Esforçai-vos por entrar pela porta estreita" (Evangelho: Lc. 13, 22-30)

 

Numa casa, a porta estreita dá acesso à intimidade do lar. Em paralelo, a porta larga é por onde se estabelece o comércio, a relação do negócio… 
Queremos passar pela porta que leva à relação pessoal, de comunhão. É pela oração, na intimidade com Deus, com Cristo, que encontramos o caminho, para experimentar o Reino e a vida plena, que Ele nos oferece.

 

D. Manuel Pelino, sobre a porta estreita:
“E esclarece que, para se salvar, não basta dizer que se é membro da Igreja ou que pratica alguns ritos e até ouviu algumas prédicas. Importante é passar pela porta estreita. Ora Jesus afirmou-se como a “verdadeira porta” que nos introduz na luz e no amor de Deus”. Por isso devemos interrogar-nos se estamos a procurar passar, pela porta que leva à intimidade com Jesus, ao encontro com Ele na Eucaristia e na oração, à experiência de vida comunitária"»
(Pe. Armando Duarte, partilha/reflexão para o XXI Domingo comum ano C e semana que se lhe segue)

«Quantas vezes na vida… 
temos de passar por lugares estreitos.
(...)
e percebemos que nem tudo cabe pela porta. 
O supérfluo fica para trás. 
Só o essencial entra connosco. 

Assim é o Evangelho de hoje. 
Jesus não ameaça… convida.
A porta estreita é o caminho do coração livre. 
Não entram máscaras, nem orgulhos. 
Só passa quem ama. 
Quem perdoa. 
Quem partilha. 
Quem permanece fiel.

A salvação é oferecida a todos… 
mas a entrada não é automática. 
Não basta estar perto. 
É preciso deixar-se transformar. 
Não basta conhecer o Nome… 
é preciso conhecer o Rosto.

A porta estreita educa o coração.
Às vezes dói. 
Às vezes exige deixar cair o excesso. 
Mas abre para a verdadeira liberdade. 

E hoje, diante desta porta, 
a pergunta é simples e decisiva: 
Que pesos ainda carrego? 
O egoísmo? O medo? As falsas seguranças? 

Só o coração leve… 
entra na plenitude da Vida.»

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