sábado, setembro 06, 2025

Acompanhantes, ou seguidores?

«A todos, a graça e a paz de Cristo!

Não sei se algum dos meus amigos teve a curiosidade de verificar como S. Paulo, normalmente, começa e termina as suas cartas, com saudações cristãs. Para vos ajudar, optei hoje por fazer uma dessas saudações. E assim quero desejar-vos o que há de mais belo e profundo na vida cristã.

Começámos o mês de Setembro, e vivemos o XXIII Domingo Comum, cuja liturgia nos convida a tomar consciência de quanto é exigente a dinâmica do "Reino". Realmente, optar pelo "Reino" não é escolher um caminho de facilidade, mas de verdade, e assim aceitar percorrer um caminho de renúncia e de dom da vida. O Evangelho traça as coordenadas do "caminho do discípulo": nele, o "Reino" deve ter a primazia sobre as pessoas que amamos, sobre os nossos bens, sobre os próprios interesses e esquemas pessoais. Jesus não admite meios-termos. É uma aventura a tempo inteiro, sem hesitações e “meias tintas”! Para isso, é preciso tomar uma decisão, para encontrar a verdadeira felicidade, como lembra a primeira leitura, e o amor é o valor fundamental, lembra a segunda.

 

"Senhor nosso Deus, que nos enviastes o Salvador e nos fizestes vossos filhos adoptivos, atendei com paternal bondade as nossas súplicas e concedei que, pela nossa fé em Cristo, alcancemos a verdadeira liberdade e a herança eterna. Por NSJC…" (Oração de colecta do XXIII Domingo comum)

Antes de mais, esta oração lembra-nos que somos baptizados e discípulos de Cristo, para que vivamos como filhos de Deus. Assim suplicamos, com fé em Cristo, a graça de sermos livres, para alcançar a felicidade eterna.

 

"Quem de entre vós não renunciar a todos os seus bens, não pode ser meu discípulo".    (Evangelho: Lc. 14, 25-33)

 

Os bens materiais podem tornar-se o deus da nossa vida. Por isso não nos podemos deixar escravizar por eles. Precisamos de força interior para escolher Jesus, e os valores que nos propõe, para nos tornarmos verdadeiros discípulos. Muitos não são capazes de ir além de “tirar” umas tantas comunhões, mas sem sentido nenhum. É preciso esta relação pessoal com Cristo, e o Reino. Daí a proposta a rezarmos esta Palavra.» 
(Pe. Armando Duarte, partilha/reflexão para o XXIII Domingo comum ano C e semana que se lhe segue)


«Viajar com alguém não é sinal de segui-Lo,
[segui-lo] é aderir ao seu projecto, identificar-se com Ele.
(...)
[Jesus] aproveita para fixar as linhas que distinguem acompanhantes de seguidores.
Não basta simplesmente acompanhar Jesus.

É necessário:
Dispor de si; ou seja, deixar de viver apenas para o “eu”.
Dispor dos seus; não é ignorar a sua família… esses laços são bons, mas não devem ser entraves.
Dispor do que é seu, dos bens; não é deitar tudo a perder. É querer fazer estrada sem cargas desnecessárias.
(...)
Jesus não quer alguém sem amor na vida,
sovina de afectos ou que julga amar o céu porque não ama ninguém sobre a terra.
JESUS QUER ALGUÉM QUE CONFIE N’ELE.
Se não o conheceres, não o amarás; mas se chegares a conhecê-Lo, nunca O abandonarás.»
Padre João Torres

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