«A liturgia deste domingo, (que seria o XI do Tempo Comum), convida-nos a celebrar a Santíssima Trindade, sempre após a solenidade do Pentecostes.
Em comum com a religião judaica e muçulmana, afirmamos a fé num Deus único, de unidade e de comunhão; é uma família divina, uma Comunidade de vida e de amor. É um só Deus em três pessoas divinas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
Na Eucaristia, começamos com essa invocação, logo no início, vamos renovando a comunhão com a Santíssima Trindade inúmeras vezes, ao longo da celebração, que termina com a bênção “em Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. Assim, queremos acolher os dons e a graça, para uma vida íntima com Deus, realizando uma relação pessoal com cada uma das pessoas da Santíssima Trindade.
Esta vivência, exprimindo a relação íntima e pessoal com Deus, faz-se sempre com o sentido comunitário de Igreja.
Mais do que celebrar um só Deus em três pessoas, sempre difícil para a nossa compreensão, é um convite a celebrar o Deus de Amor, o sentido de família, pois fomos criados para entrar na comunhão deste mistério. Precisamos, por isso, mais do que compreender, viver e experimentar esta relação de amor.
A oração que fazemos deve distinguir bem, quando falamos com Deus Pai, ou com Deus Filho, Jesus Cristo, ou ainda com Deus Espírito Santo, “Senhor que dá a Vida”, como afirmamos no Credo. Há o perigo de se tornar abstrata, e vaga, se não existe a relação pessoal.
Se podemos ter acesso a Deus, a partir da criação, como nos anuncia a 1ª leitura, é pela fé em Cristo que apoiamos a nossa esperança, lembra a 2ª leitura, e com o amor de Deus, que nos foi dado pelo Espírito Santo.
"Deus Pai, que revelastes aos homens o vosso admirável mistério, enviando ao mundo a Palavra da verdade, e o Espírito da santidade, concede-nos que, na profissão da verdadeira fé, reconheçamos a glória da eterna Trindade e adoremos a unidade na sua omnipotência. Por NSJC…" (Oração de colecta na solenidade da Santíssima Trindade)
Reparemos que a oração se dirige a Deus Pai, que nos enviou o seu Filho Jesus, a Palavra da verdade, e o Espírito de santidade. Pela profissão da verdadeira fé, pede-se a graça de reconhecer um só Deus, em três pessoas, o único Absoluto a quem adoramos.
"Quando vier o Espírito da verdade, Ele vos guiará para a verdade plena."
(Evangelho: Jo. 16,12-15)
Também nós temos dificuldade em compreender, quem é Deus, e tudo o que Ele tem para nos ensinar. Pelo amor, derramado em nossos corações, pelo Espírito Santo, temos a graça da vida plena e verdadeira, numa profunda comunhão no amor de Deus. Por isso, rezamos!»
(Pe. Armando Duarte, partilha/reflexão para a Solenidade da Santíssima Trindade – ano C e semana que se lhe segue)
Deus é
amor (1Jo.
4, 8)
«Deus tem três jeitos de AMAR...
Chamamos a esses “jeitos” de Pessoas.
Deus é Trindade: Comunhão perfeita de Três Jeitos de Ser, de amar, de se dar, de se abrir, de estar em relação.
Jeito de amar do Pai:
“Sou todo para ti! Dou-te todo o Meu Amor, dou-Me todo a Ti!”
→ Amor com jeito de dom total, de sonho, de iniciativa, de graça.
→ É o Amor que Jesus nos ensinou a chamar “Abba”, Papá.
Jeito de amar do Filho:
“Sou todo por ti! Acolho o Teu Amor, recebo-Me todo de Ti!”
→ Amor com jeito de acolhimento, escuta, obediência, abertura.
→ É o Amor revelado na vida, palavras e gestos de Jesus.
Jeito de amar do Espírito Santo:
“Sou todo para todos! Acolhe o Amor, acolhe o Amor!”
→ Amor com jeito de abraço, aliança, inspiração, laço de encontro.
→ É a ternura maternal de Deus, que nos une, anima e guia.