Os tempos andam conturbados…
Tudo nos empurra para o materialismo, o individualismo, o ter…
Move-nos o alcançar mais do que o nosso vizinho.
Quando vou de férias quero poder gastar à farta e de regresso poder ostentar aos amigos quanto gastei. Assim, sim, as minhas férias foram as maiores porque numa semana gastei mais do que o meu vizinho em três. Isto é que são férias! Se tiver que contar os trocados nem me divirto nem descanso!
Quero a moto-quatro; o carocha; o dona Elvira; o BMW; o SLK; mulheres…
a mansão onde não se toca na decoração feita pelo decorador mais conceituado, nem se cozinha, para que tudo esteja sempre impecável… nada de crianças em casa…
quero a piscina aquecida; a casa na praia; a choupana na serra…
e já agora o barco de recreio; o helicóptero…
Isto é que é vida!
Onde é que arranjo dinheiro para isto tudo? Que importa?! Alguém há-de pagar…
(Hoje estou particularmente venenosa! Deve ser por me faltar a Net em casa…)
Raio! Não vivo sem isso!
Pergunto-me quem sou eu e o que faço aqui num mundo destes?
Decididamente ando fora do mapa!
Quando me debruço sobre a pobreza que grassa pelo mundo e em Portugal, fico estupefacta com os números e com a falta de vontade política para resolver esta questão.
Pudera! A fome do “ter” e do “poder” é tão grande, que ultrapassa de longe a fome dos bens de primeira necessidade! Por isso é que 20% da população mundial detém 82,7% da riqueza do mundo, enquanto os 20% mais pobres vivem mergulhados na miséria, tentando sobreviver com menos de um dólar por dia.
E, no entanto, nos últimos 50 anos as riquezas do Planeta foram multiplicadas por 7.
Isto brada aos céus! O bem de uns é o mal de outros!...
É a indiferença o que caracteriza esta sociedade. As pessoas vivem em função do que dá dinheiro. Ninguém faz nada de graça. Quem quiser que se “amanhe”…
Podemos dizer que os nossos tempos são “insossos”, porque lhes falta o tempero da gratuitidade, do fazer sem nada esperar em troca.
Daí resulta o pessimismo, o medo do futuro, a insegurança pessoal e colectiva…
Tudo isto demonstra o “apagão” interior em que vivem muitas pessoas. Ou seja, por vezes o estado do coração das pessoas é tal que não vêem “um palmo à frente do nariz”, nem uma “luz ao fundo do túnel”.
É preciso dizer que, felizmente, muitas pessoas ainda são capazes de ter em si o tempero e a luz necessários à sua vida, e assim vão experimentando o caminho da felicidade.
O cristão é chamado a ser “sal da terra” e “luz do mundo”, o que num contexto assim se revela uma tarefa deveras difícil.
De qualquer modo, acho que quem, apesar de todas as contrariedades, consegue encontrar o norte, não quererá fazer o caminho sozinho, gostará que outros também o percorram.
Sabemos bem que a palavra só não basta, o “olha para o que eu digo e não para o que eu faço” não resulta. Importa, sim, é o exemplo que se dá, o colaborar consciente e assumidamente na promoção da dignidade da pessoa humana e da família, no compromisso com o desenvolvimento económico e social, na promoção da justiça, passando até pelo empenhamento na política, entre outros.
Agora, sozinho ninguém consegue nada!
Quem não vive a sua fé em comunidade, dificilmente a testemunhará nestes ambientes sem sal nem luz. Em Cristo, verdadeira luz e verdadeiro sal é que encontramos a força necessária para actuar.
Incorporados na Igreja pela fé e pelo baptismo, os cristãos não se podem escusar a ser sal que tempera e dá gosto à vida, e luz que ilumina as razões de ser e viver no mundo.
Tudo nos empurra para o materialismo, o individualismo, o ter…
Move-nos o alcançar mais do que o nosso vizinho.
Quando vou de férias quero poder gastar à farta e de regresso poder ostentar aos amigos quanto gastei. Assim, sim, as minhas férias foram as maiores porque numa semana gastei mais do que o meu vizinho em três. Isto é que são férias! Se tiver que contar os trocados nem me divirto nem descanso!
Quero a moto-quatro; o carocha; o dona Elvira; o BMW; o SLK; mulheres…
a mansão onde não se toca na decoração feita pelo decorador mais conceituado, nem se cozinha, para que tudo esteja sempre impecável… nada de crianças em casa…
quero a piscina aquecida; a casa na praia; a choupana na serra…
e já agora o barco de recreio; o helicóptero…
Isto é que é vida!
Onde é que arranjo dinheiro para isto tudo? Que importa?! Alguém há-de pagar…
(Hoje estou particularmente venenosa! Deve ser por me faltar a Net em casa…)
Raio! Não vivo sem isso!
Pergunto-me quem sou eu e o que faço aqui num mundo destes?
Decididamente ando fora do mapa!
Quando me debruço sobre a pobreza que grassa pelo mundo e em Portugal, fico estupefacta com os números e com a falta de vontade política para resolver esta questão.
Pudera! A fome do “ter” e do “poder” é tão grande, que ultrapassa de longe a fome dos bens de primeira necessidade! Por isso é que 20% da população mundial detém 82,7% da riqueza do mundo, enquanto os 20% mais pobres vivem mergulhados na miséria, tentando sobreviver com menos de um dólar por dia.
E, no entanto, nos últimos 50 anos as riquezas do Planeta foram multiplicadas por 7.
Isto brada aos céus! O bem de uns é o mal de outros!...
É a indiferença o que caracteriza esta sociedade. As pessoas vivem em função do que dá dinheiro. Ninguém faz nada de graça. Quem quiser que se “amanhe”…
Podemos dizer que os nossos tempos são “insossos”, porque lhes falta o tempero da gratuitidade, do fazer sem nada esperar em troca.
Daí resulta o pessimismo, o medo do futuro, a insegurança pessoal e colectiva…
Tudo isto demonstra o “apagão” interior em que vivem muitas pessoas. Ou seja, por vezes o estado do coração das pessoas é tal que não vêem “um palmo à frente do nariz”, nem uma “luz ao fundo do túnel”.
É preciso dizer que, felizmente, muitas pessoas ainda são capazes de ter em si o tempero e a luz necessários à sua vida, e assim vão experimentando o caminho da felicidade.
O cristão é chamado a ser “sal da terra” e “luz do mundo”, o que num contexto assim se revela uma tarefa deveras difícil.
De qualquer modo, acho que quem, apesar de todas as contrariedades, consegue encontrar o norte, não quererá fazer o caminho sozinho, gostará que outros também o percorram.
Sabemos bem que a palavra só não basta, o “olha para o que eu digo e não para o que eu faço” não resulta. Importa, sim, é o exemplo que se dá, o colaborar consciente e assumidamente na promoção da dignidade da pessoa humana e da família, no compromisso com o desenvolvimento económico e social, na promoção da justiça, passando até pelo empenhamento na política, entre outros.
Agora, sozinho ninguém consegue nada!
Quem não vive a sua fé em comunidade, dificilmente a testemunhará nestes ambientes sem sal nem luz. Em Cristo, verdadeira luz e verdadeiro sal é que encontramos a força necessária para actuar.
Incorporados na Igreja pela fé e pelo baptismo, os cristãos não se podem escusar a ser sal que tempera e dá gosto à vida, e luz que ilumina as razões de ser e viver no mundo.
17 comentários:
Oláááááááá :)
Plenamente de acordo com o que partilhaste connosco! Concordo 100%.
Sabes, aqui à dias, uma colega minha de trabalho, contou-nos que uma pessoa sua conhecida foi este Natal de férias para o Brasil (penso que foi Brasil?!!) e não é que fez um empréstimo para o puder fazer? Vai estar dois anos e meio a pagar esses quinze dias de férias! Pode ser? FAZEREM-SE EMPRÉSTIMOS PARA IR DE FÉRIAS!!!!???? RIDICULO!
É a mesma coisa em relação aos avultados lucros dos bancos Portugueses!!! Como é possível? Olha, eu cá não lhes dei lucro de certeza absoluta! lol lol
Já agora... QUERO CONVIDAR-TE/VOS A AJUDAREM CRIANÇAS A SEREM UM POUCO MAIS FELIZES! Passem no meu cantinho, por favor!!!!!
Obrigado :)
www.flor-odesabrochar.blogspot.com
Um abraço solidário da Flor
Como vai? Sempre gosto de passar por aqui, e ler suas reflexões, que me fazem crescer. Concordo, e peço a Deus que me permita ser sempre alguém a levar um pouco do sal e da luz à vida de meus queridos e até dos que não conheço.
Deixei um Meme para você em meu blog. Passe por lá.
Abraços em cristo.
o dinheiro não é tudo na vida se não tiver saude de que me serve ter dinheiro...temos de dar graças a DEUS todos os dias pelo o que temos que á quem tenha mt menos que nos
Beijinhos
Flor,
Este mundo consumista dá cabo das minhas energias...
Já passo pelo teu sítio...
bjinho
Ecclesiae Dei,
temos que ser sal e luz, amigo, sempre! Caso contrário caímos num vazio, e isso não é nada bom, nem para os outros nem para nós!
Tenho que ver isso do Meme...
Abraços em Cristo
Enfim,
o dinheiro não é tudo na vida, pois não!... o raio é que ninguém passa sem ele, e por causa disso é cá uma guerra!...
Se bem pensássemos... que existe alguém ainda em pior situação, seriamos bem mais felizes!
Bjinho
pois é mesmo assim, concordância absoluta!e como é possível haver tanta chatice e o dinheiro só presta para se gastar... é triste!
beijinho
Gaivota,
o dinheiro só presta para se gastar, certo. E nós precisamos dele para gastar. Agora, há gastos e gastos, gasta-se o que se tem e o que não se tem; o que é nosso e o que não esperamos de pagar...
e tantos a morrer à fome!
Ui, como é complicado ser sal e luz!
bjinho
Amiga Fa
Tens toda a razão e o remédio está em Act 2,42-47 - As primeiras comunidades cristãs.
Só agora reparei que o Ecclesiae Dei te deixou um Meme igual ao que eu te deixei agora no Verdade.
Já não mudo, por isso, de "uma só cajadada, matas dois coelhos", salvo seja...
Abraço amigo em Cristo
Joaquim,
tenho de reler essa passagem que indicas...
e quanto ao Meme... hei-de debruçar-me sobre isso assim que tiver um tempito. Isto agora anda um bocado complicadito de tempo livre :)
vamos lá a ver para a semana.
Abraço amigo em Cristo
Há dias assim. Olhamos ao redor e tudo o que sabemos, conhecemos e vemos ganha uma dimensão tão intensa que a nossa impotência nos faz ficar zangados.
férias para mim sõa outra coisa bem diferente num regresso total despojado do denominado conforto total das nossas casa, num local sossegado onde a família e o convívio é a única coisa relevante.
estou seguro que, como eu, muitas pessoas existem
fraterno abraço
Eremita,
Nunca tinha pensado nisso... que é a nossa impotência que nos faz ficar zangados!
Quanto a férias, acho que estas devem servir para que ganhemos novo ânimo para continuar a luta do dia-a-dia,
Abraço fraterno
Sejamos o sal que tempera a vida em Jesus Ressuscitado.
Um bom e luminoso fim de semana
Bjs :)
Olá boa tarde.Obrigada pela visita e espero que gostes das receitas que lá deixei, eu ainda não esprimentei..eheheheh
Um beijinho e bom fim de semana, espero-te mais vezes no meu lugar de descanso
Mafaoli,
O sal é muito poderoso...
Que sejamos capazes de atingir o seu poder!
Um muito bom fim de semana para ti também e
Beijinhos
Miki,
ainda não provaste? Isso é batota!
eheheh
Obrigada pela visita
Beijinho
Essa do SLK tem direitos de autor...
Sim, sozinho ninguém consegue nada, mas se cada um de nós nada fizer, então em conjunto estaremos parados. Sejamos pois esse sal a que nos desafias.
Que bem te entendo, que bem disseste o que sinto.
E apesar de ser verdade que doi, gostei do texto (grande) Fá.
Bom Domingo, bjs.
Sábias palavras...
Às vezes também penso que só ficaria feliz e sossegada se tivesse uma vida como a das estrelas de cinema (sem paparazzi e revistas cor de rosa atrás, é claro)... Mas logo a seguir, caio na "realidade" e penso nos outros que têm muito menos do que eu: os pobres de bens e os pobres de espírito! E aí sei que está na altura de "trabalhar" para todos e para que o Mundo fique mais justo e equilibrado.
Bom Domingo e beijinhos
António,
Por acaso estive mesmo mesmo para trocar o S por um C mas este é visto por aqui e nunca se sabe quem é que pode ler isto... ainda podiam pensar que me estava a referir a alguém em concreto. Não me querias ir visitar à cadeia pois não? Mas agora com essa dos direitos de autor é que me mataste...
Quanto ao sal, acho que hoje em vez de temperar, salguei... tenho que beber muita água!
Ai, Malu, Malu!
Dói, dói.
Não me chames grande que hoje sinto-me mais pequenina do que uma pedra de sal.
Bjinhos
Lilicat,
Bem vinda a este meu pequeno mundo, que hoje está de pernas para o ar. É sempre muito agradável receber amigos novos.
Amanhã o meu ânimo já será melhor, espero! e visitar-te-ei.
Bjinhos
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