Há quem ache que o sol gira à sua volta e que os outros – à excepção, talvez, de um ou dois, também iluminados pela mesma estrela – estão todos na periferia, sem serem bafejados pela sua luz. Têm, quantas vezes, vocação crónica para julgar os outros e estão sempre prontos a tecer juízos de valor, à luz da sua verdade.
Só que, todos temos as nossas verdades, as nossas convicções… – e também as nossas mazelas e as nossas dores; algumas delas chocam e doem nas dos outros quando lutamos por elas.
Lembremo-nos:
“Não julgueis para que não sejais julgados (…) com a medida com que tiverdes medido, vos hão-de medir a vós”. (Mt. 7, 1 -2)
Não foi com a roda do carro como da outra vez e morreu: ttrrrr... parecia pisar correntes.
Não, foi com o salto do sapato: aarrggh...
Eu distraída e: “pisaste uma cobra”, saltei! E era: mal olhei e pareceu-me. E fugi. Transpirei. Arrepiei-me, levantaram-se-me os cabelos em pé como se tivesse levado um choque eléctrico. Ela atingira-me no calcanhar (pelo salto do sapato acima) que eu bem senti... aarrggh!
Parecia fina, pequena... e estava morta. Dizem-me que fui eu que a matei... mas eu não acredito: só me gozam: tal pai tal filha, gente sem coração, sem dó nem piedade!
Imaginam algo mais horrível para quem tem fobia a cobras?
Mas agora, visto a um ano de distância, esbatem-se os porquês da importância que lhe dei, e lembro-me de pormenores que então não ditei. Era lusco-fusco e, por isso, não a vi; e ela já estava morta. Só a senti depois de a ter pisado. Ajuízo, agora, que não era mesmo nada grande... nem grande coisa. Pelo contrário, afigura-se-me pequenota e mirradota; no entanto, para mim, foi obra: não deixava de ser uma cobra. E eu que não vi nada. Só sei porque me disseram: "pisaste uma cobra". E eu que corri esbaforida, arrepiada, sacudindo os pés na estrada... olhem só se a tivesse visto, e se ela estivesse viva! E se corresse atrás de mim! Qual não seria o meu fim?
Bah, lembrei-me disto, sei lá, porque neste ano já lá vai o tempo delas e, felizmente, não vi nenhuma, só ouvi alguém falar, à boca pequena, que tinha avistado uma... Que pena!
Se calares, calarás com amor; se gritares, gritarás com amor; se corrigires, corrigirás com amor; se perdoares, perdoarás com amor. Se tiveres o amor enraizado em ti, nenhuma coisa senão o amor serão os teus frutos.
A medida do amor é amar sem medida."
(Santo Agostinho)
E, no entanto, a cada tropeço e mais algum pontapé, encontram-se vidas tão pelas vias da morte, pelas ruas da amargura, pelos caminhos mais escuros, pelas veredas mais sombrias, pelas vielas da deseducação... pelos cruzamentos mais azedos e tristes... pelas pontes mais que deprimentes...
"Não há nada mais triste do que a tristeza", disse alguém e com razão.
apareceu no céu
uma mulher
uma mulher vestida com o sol
tendo a lua sob os pés
e uma coroa de doze estrelas
está grávida e grita
com os tormentos para dar à luz
Apareceu então outro sinal no céu
um grande dragão cor de fogo
com sete cabeças
e dez chifres
o dragão colocou-se diante da mulher
da mulher que estava para dar à luz
a fim de devorar-lhe o filho
quando nascesse
e ela deu à luz um filho, um varão
aquele que irá reger todas as nações da terra
seu filho, porém, foi arrebatado
para junto de Deus e de Seu trono
Houve então uma batalha no céu
Miguel e seus anjos
combateram contra o dragão
um grande dragão
o dragão batalhou juntamente com os seus anjos
mas foi derrotado
e não se encontrou mais um lugar para eles no céu
foi expulso o dragão
o grande dragão, a antiga serpente
o chamado diabo ou satanás
o sedutor do mundo inteiro
foi expulso para a terra e seus anjos foram expulsos com ele
Ao ver que fora expulso para a terra
o dragão pôs-se a perseguir a mulher
que dera à luz um filho varão
ela porém recebeu as duas asas
da grande águia, para voar ao deserto
onde deve ser alimentada
um tempo, dois tempos e metade de um tempo
E ali vai um padre atrás de oito andores, remoendo festas e feiras, e outras dores.
Sabores de romarias, festejos, santinhos populares; ou mesmo que sejam comunhões, sermões e outras pregações; são sempre, e por todo o lado, das mesmas sinfonias, alegrias, calores, ventanias, rumores e alergias de certos paroquianos e foliões, que acabam por deixar amargos de bocas a quem a isso se expõe.
Ora bem… oremos bem. Que este mundo precisa de muitas, repetidas e fervorosas orações.
Oremos, pois, sem desfalecer, que ainda há muito caminho a percorrer.
A minha continuação da (in)completa 3, em resposta ao desafio do Confessionário dum Padre.
(Maria) Somos todos teus filhos, queremos amar-te
(Maria) como até hoje ninguém te amou. (bis)
Contigo, na tua estrada, o nosso caminho é seguro,
contigo os nossos passos tocam a meta.
E mesmo na noite escura a tua presença nos guia,
transformas o nosso medo em confiança,
ave Maria
Queremos ser, ó Maria, a tua coroa de rosas,
uma coroa de filhos todos teus.
E volte, por nosso meio, a tua presença ao mundo,
notas em harmonia, coro dos céus,
ave Maria
Queremos ser, ó Maria, a tua coroa de rosas, uma coroa de filhos todos teus.
«No Teu silêncio acolho o mistério
Vindo viver bem dentro de mim
És Tu que vens, só Tu és verdadeiro
Só Tu me acolhes em Ti, Jesus
Nascente viva que me nasce dentro
É este dom que mora em mim
A Tua presença é um fogo de amor
Que envolve a minha alma, Jesus
Ora o Teu Espírito em mim, diz Pai
Já não sou eu a falar, és só Tu
No infinito oceano de Paz
Vives em mim e eu em Ti, Jesus» (GEN Verde, Gen Rosso - Nel tuo silenzio)
Perante tanta incoerência, qual é a
Resposta Certa: 1; 2; 3; 4; ou 5?
Quem me responde com certeza e convincentemente?
Mas uma certeza nos guia: Jesus Cristo Vive.
Ressuscitou no Domingo de Páscoa, como havia dito. Porque "se Cristo não ressuscitou é vã a nossa fé".(1Cor.15,14.17)
Jesus Cristo está Vivo entre nós, Aleluia!
Desejo a todos uma feliz e santa Páscoa, na alegria de Jesus Ressuscitado.
Adenda
Comentário de José António Carneiro com a resposta correcta: «a Quaresma começa com as cinzas e termina na Quinta feira santa, antes da Missa da Ceia do Senhor e depois da Missa Crismal que o bispo preside e na qual concelebra o clero diocesano e na qual benze os óleos... Nao sei se acaba às 12h ou às 17h... Mas isso é o menos importante... Com a missa da Ceia do Senhor começa o Tríduo Pascal que já nao é Quaresma.
A Carta apostólica de Paulo VI, aprovando as Normas Universais do Ano Litúrgico e o novo Calendário Romano geral, diz, no n. 28: "O tempo da Quaresma vai de Quarta-feira de Cinzas até a Missa na Ceia do Senhor (Quinta-feira santa, à tarde), exclusive".»
Elas são Mulheres São mil e uma coisas Ao mesmo tempo entre as mãos Em luta por aquilo em que acreditam Sem aceitarem um “não” São hoje e amanhãs por direitos aguerridas Dentro de segredos e mistérios Que lhes poluem as vidas Tantas vezes assustadas Amam incondicionalmente Mesmo quando vêem ser-lhes negado o presente E quantas vezes cantam Se lhes apetece chorar E sorriem Até quando as suas dores São custosas de curar Seguem por desertos estrelas Ainda que com passos incertos Vão atrás de sonhos invertendo pesadelos Cantando aos abismos poesias de degredos Sem mordaças E sem couraças para se proteger Com aquele equilíbrio que só possui a Mulher Elas são Mulheres E o mar O calor Um areal A face do sol Cabelos de lua Os pés são o chão À cintura flores Nas entranhas a dor Nos olhos o dia Nas mãos o suor
Todos sabem que os presentes oferecidos ao Menino Jesus pelos Reis Magos foram: ouro, incenso e mirra.
Mas há uma lenda, formada na Idade Média, que nos fala de um outro Rei Mago que lhe levava Pérolas. Será que lhas chegou a oferecer?... vamos ver:
Reza a lenda que o Rei Mago Artaban também viu a estrela brilhar sobre Belém, mas chegava sempre atrasado aos lugares onde Jesus poderia estar, porque encontrava pobres e miseráveis a precisar da sua ajuda.
Primeiro desencontrou-se de Melchior, Gaspar e Baltasar, porque lhe apareceu um homem meio morto no caminho, a quem o coração lhe pediu para ajudar.
Quando chegou a Belém, teve de comprar a vida de uma criança que estava para ser assassinada, às ordens de Herodes, tendo dado ao soldado uma das pérolas que levava para oferecer ao Menino Jesus.
Ficando a saber que José e Maria tinham fugido para o Egipto, pôs-se a caminho mas Jesus já havia regressado a Nazaré. Quis ir lá adorá-lO mas um escravo ia ser levado à força para as galés e Artaban achou por bem oferecer-se em troca dele para esse trabalho.
Depois de trinta anos de trabalhos forçados chega então a Jerusalém... quando é tarde demais: o menino já é homem e está a ser crucificado nesse dia.
Este Rei Mago tinha comprado pérolas para Cristo, mas precisou de as vender quase todas para ajudar as pessoas que foi encontrando no seu caminho.
Sobrou apenas uma pérola – e o Rei Mago pensa com ela comprar a libertação de Jesus. Mas encontra uma mulher aflita a ser levada por uns homens. E salvou-a, oferecendo a pérola aos atacantes.
Agora já nada mais podia fazer. Nem uma pérola lhe restava para resgatar Jesus.
– Falhei a missão da minha vida – pensou o Rei Mago.
Mas nesse momento, ouviu uma voz:
– Ao contrário do que pensas, tu encontraste-me durante toda a tua vida. Eu estava a morrer e tu resgataste-me. Tu livraste-me da morte quando acudistes àquelas pessoas necessitadas. Eu estava em todos os pobres e indefesos do teu caminho. A tua caridade para com essas pessoas necessitadas foi a melhor pérola que me podias dar. Muito obrigado por tantos presentes de Amor!
Este Rei Mago pode ser cada um de nós, quando oferecemos as nossas pérolas a Jesus, nas pessoas dos nossos próximos.
"Virão adorar-Vos, Senhor, todos os povos,
todos os povos da terra." (Salmo 71 (72))