Já fez um ano que pisei uma cobra.
Não foi com a roda do carro como da outra vez e morreu: ttrrrr... parecia pisar correntes.
Não, foi com o salto do sapato: aarrggh...
Eu distraída e: “pisaste uma cobra”, saltei! E era: mal olhei e pareceu-me. E fugi. Transpirei. Arrepiei-me, levantaram-se-me os cabelos em pé como se tivesse levado um choque eléctrico. Ela atingira-me no calcanhar (pelo salto do sapato acima) que eu bem senti... aarrggh!
Parecia fina, pequena... e estava morta. Dizem-me que fui eu que a matei... mas eu não acredito: só me gozam: tal pai tal filha, gente sem coração, sem dó nem piedade!
Imaginam algo mais horrível para quem tem fobia a cobras?
Mas agora, visto a um ano de distância, esbatem-se os porquês da importância que lhe dei, e lembro-me de pormenores que então não ditei. Era lusco-fusco e, por isso, não a vi; e ela já estava morta. Só a senti depois de a ter pisado. Ajuízo, agora, que não era mesmo nada grande... nem grande coisa. Pelo contrário, afigura-se-me pequenota e mirradota; no entanto, para mim, foi obra: não deixava de ser uma cobra. E eu que não vi nada. Só sei porque me disseram: "pisaste uma cobra". E eu que corri esbaforida, arrepiada, sacudindo os pés na estrada... olhem só se a tivesse visto, e se ela estivesse viva! E se corresse atrás de mim! Qual não seria o meu fim?
Bah, lembrei-me disto, sei lá, porque neste ano já lá vai o tempo delas e, felizmente, não vi nenhuma, só ouvi alguém falar, à boca pequena, que tinha avistado uma... Que pena!
Aarrrrgggggh
8 comentários:
Também não gosto de cobras.
Dizem que elas comem ratos que são parte do nosso ecossistema.
Se as vejo não as mato, respeito-as.
Que sigam o seu caminho e que me respeitem também.
Há uns trinta anos agarrei uma aqui no quintal. Estava a dormir. Depois deixei-a ir à vida dela e eu fui à minha. Nunca disse nada a ninguém...
Cobras assustam-me...Acho que também tinha fugido sem olhar mais para trás.
Bem relatado. Gostei muito
Bom fim de semnana
Bjgrande do Lago
Não gosto de cobras, apesar de algumas serem belíssimas. Se pisasse uma, mesmo morte, fugiria a " sete pés" também. Beijinhos, amiga e desculpa a ausência. Estarei mais por perto agora. Um bom fim de semana...sem cobras. Há muitas por aí...bem disfarçadas.
Emília
Olá Fá, sempre um prazer lê-la, até como neste caso ao relatar esta história! Penso eu todas nós mulheres temos grande receio de cobras! Eu também tenho e a última vez que as vi (cobras a sério;), foi no Zoo de Lisboa e conforme entrei, sai! Amiga, um tema que tem pano para mangas! Agora já nem sei se é a minha imaginação a divagar:))! Beijinhos e bom fim de semana. Ailime
Não deve haver mulher à face da Terra que não tenha pavor das cobras...
Eu gosto de as ver, coisa que não é fácil. Mas há umas pequeninas, penso que não devem ultrapassar os 20 ou 30 cm, que vivem nas ervas e não fogem muito. Há tempos vi duas delas numa luta de morte. Estive a assistir... até que uma delas desistiu e enterrou-se na relva.
Pois, tenho destas cobrinhas na relva mas não as mato. Estou convencido que elas afugentam as toupeiras...
Menorzinha, minha querida amiga, tem um bom domingo e uma boa semana.
Beijo.
Não tenho medo de cobras, mas se trocar por «rato», entendo a força do texto!
Beijinho e feliz Domingo.
Que medo danado é esse, menina? Vem visitar meu post A BUSCA DO NIRVANA, que o medo some. Meu beijo.
Fa,
Uma linda história,
rica de humor
e afectos.
Recordo, da infância, algumas serpentes
que mereciam o máximo respeito.
Era o único animal que largava a "camisa" - a fim de renovar
a pele - extraordinário mistério!
Beijo.
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