sábado, novembro 29, 2025

De vigia


«O Senhor, que vem salvar-nos, esteja convosco!

Amigos: ano novo, vida nova!
Assim, ao começarmos um novo ano litúrgico, saúdo-vos com a proposta do Missal Romano para este tempo de Advento, que agora inicia. Sempre, um novo ano é expressão de alegria, não apenas pelo dom da vida com que continuamos a ser contemplados, mas sobretudo por esta vida nova, que recebemos de Cristo, no dinamismo da ressurreição. É para nós, então, a expressão da graça e do amor de Deus. Acolhemos com gratidão este dom, no encontro com Jesus Cristo, que vem salvar-nos! Efetivamente, o Advento evoca Aquele que vem. 
Até ao dia 16 de Dezembro, a liturgia convida-nos a abrir o coração, a preparar-se para a segunda vinda gloriosa de Cristo; 
a partir do dia 17, voltamo-nos para preparar, e celebrar, a primeira vinda do Senhor, que por amor nasceu no meio de nós!


Vivemos o primeiro domingo do Advento. 

Em comunhão com o Povo da primeira aliança, que esperou a chegada do Messias, e foi caminhando na fé, também nós, novo Povo de Deus, [esperamos] a segunda vinda jubilosa do Senhor. 

Por isso mesmo, as primeiras leituras destes domingos apresentam-nos a mensagem dos antigos profetas, nomeadamente Isaías, com o apelo ao acolhimento e realização das promessas de Deus. Neste domingo, em particular, suspiramos por um mundo de concórdia, de harmonia e de paz sem fim. 

A segunda leitura é da carta aos Romanos, com o apelo a despertar e a abandonar as obras das trevas. 

De sublinhar, no Evangelho, o convite de Jesus, aos seus discípulos, a uma atitude de vigilância, lembrando o que sucedeu nos dias de Noé.


"Despertai, Senhor, nos vossos fiéis, a vontade firme de se prepararem, pela prática das boas obras, para ir ao encontro de Cristo, de modo que, chamados um dia à sua direita, mereçam alcançar o reino dos Céus. Por NSJC…" 

(Oração de colecta do I Domingo do Advento)


Esta oração não só nos convida para o Natal, como também nos prepara para a segunda vinda de Cristo, mas sempre com gestos concretos, através das obras ajustadas a essa vivência. Neste sentido, vale a pena voltar a saboreá-la, como forma de vigilância orante.


"Estai vós também preparados" (Evangelho: Mt, 24,37-44)


Vigilância, é uma palavra de ordem do Evangelho deste domingo: para não andarmos desatentos, com falta de preparação, adormecidos e desviados da vivência da fé, num estilo de vida apenas a pensar neste mundo e no momento presente. 

Que a nossa oração nos leve a concretizar o modo de estar preparados, com obras e compromisso ajustado e coerente.


(Antes de mais, para vivermos bem o Advento, e prepararmos o Natal, procuremos concretizar alguma proposta da paróquia. Mas também nos ajudará, fazer algum propósito de ter um gesto de amor por alguém mais necessitado, ou de procurar viver o sacramento da Confissão, quando for possível, para celebrar mais autenticamente o Natal.)» (Pe.Armando Duarte, partilha/reflexão ao I Domingo Advento ano A e semana que se lhe segue)


.

«Precisamos cada vez mais de fazer este exercício de vigilância sobre nós mesmos, de estarmos atentos à nossa vida, ao que se passa dentro de nós (desejos, angústias, temores, expetativas) e à nossa volta; precisamos de ler os grandiosos e humildes sinais dos tempos, para discernir se tal coisa, tal sentimento, tal movimento, tal acontecimento, se vem por bem ou, se pelo contrário, vem do Mal, para nos destruir.


A vigilância está ligada à fulgurante arte de tecer a vida colocando-a constantemente nas mãos de Deus, falando com Ele; ousar re-nascer e fazer re-nascer quem sofre ao nosso lado; dar sabor à nossa vida, colocando ao serviço de todos os nossos talentos.» Padre João Torres

sábado, novembro 22, 2025

Jesus Cristo reina em nós

«A graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, que por nós morreu e ressuscitou, esteja convosco!

Saúdo-vos, de novo, a partir do Missal Romano, como tenho referido, para vos ajudar a aprofundar toda a riqueza que nos proporciona, na perspectiva da vivência eucarística. Na saudação vai toda a expressão do que de mais belo nos habita. Um simples “bom dia” manifesta a nossa bondade e a comunicação do que de bom transmitimos aos outros. Por isso, numa vivência cristã e eucarística, comunicamos o dinamismo da vida que há em nós!


Estamos no último domingo do ano litúrgico, com a solenidade de Cristo Rei.
A Palavra de Deus convida-nos a tomar consciência da realeza de Jesus. Deixa claro, no entanto, que essa realeza não pode ser entendida à maneira dos reis deste mundo: é uma realeza que se exerce no amor, no serviço, no perdão, no dom da vida. Jesus Cristo é nosso Rei, e de todo o universo, porque n’Ele, e para Ele, todas as coisas foram criadas, lembra a 2ª leitura. Nós, que somos seguidores de pessoas e coisas, marcadas pela caducidade e precariedade, saibamos seguir e testemunhar Aquele que é nosso Rei eterno. Só Ele realiza plenamente a nossa vida!

«Deus eterno e omnipotente, que no vosso amado Filho, Rei do universo, quisestes instaurar todas as coisas, concedei propício que todas as criaturas, libertas da escravidão, sirvam a vossa majestade e Vos glorifiquem eternamente. Por NSJC…» (Oração de colecta XXXIV Domingo comum – Solenidade de Cristo Rei)

A realeza de Cristo não se manifesta num poder temporal e terreno, mas interior e espiritual. Ele quer reinar em nossos corações, libertando daquilo que nos escraviza. Como precisamos de assumir a beleza e a riqueza desta oração!

Logo na saudação inicial, invocámos Cristo morto e ressuscitado. É assim que somos convidados a contemplar Cristo, no alto da cruz, morto por nosso amor, que o Pai O ressuscitou, e O apresenta como nosso Rei e Senhor. Rezemos-Lhe como o malfeitor arrependido:

 

"Jesus, lembra-Te de mim, quando vieres com a tua realeza." (Evangelho: Lc. 23, 35-43)

 

Também Ele nos responderá, e nos oferecerá o Seu amor e a vida plena.
 Jesus, Tu és o meu único Rei e Senhor!

É dia de Cristo Rei, e é também Dia Mundial da Juventude. 
Se a juventude arrefecer, o mundo vai morrer de frio! Põe-te a mexer!»
(Pe. Armando Duarte, partilha/reflexão para o XXXIV Domingo comum ano C  – Solenidade de Cristo Rei, e semana que se lhe segue)


«Cristo Rei… Em que o seu Reino és tu.
Ele é Rei de cada rosto e de cada coração.
(...)
Abre as portas da tua vida a este Rei que quer reinar em ti.»
(Padre João Torres)

A cruz é o trono de um Deus que recusa qualquer poder e escolhe reinar no coração dos homens através do amor e do dom da vida.

segunda-feira, novembro 17, 2025

Vigilância comprometida com os valores do Reino

«A graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, que por nós se fez homem, esteja convosco!

Nesta saudação, assumi mais uma das versões, que nos apresenta o missal romano. Este novo missal, em vigor em Portugal, apresenta variadíssimas saudações, para o início da Eucaristia. Entre elas, são também propostas sugestões concretas para os tempos litúrgicos fortes, como o Advento, o Natal, a Quaresma e a Páscoa. É um objectivo enriquecedor, para não cair na monotonia. 

 

Recordo que estamos no penúltimo domingo do ano litúrgico, o XXXIII domingo do tempo comum. 
A liturgia deste dia reflecte sobre o sentido da história da salvação e aponta a meta final para onde Deus nos conduz: o novo céu e a nova terra da felicidade, e da vida plena e definitiva. 
Na nossa caminhada, cada dia faz renascer esta esperança, enfrentando adversidades, e assumindo um verdadeiro combate espiritual. Daí, importa assumir um cuidado vigilante para não sermos uns vencidos. Tudo começou na ressurreição de Jesus Cristo e culmina na sua segunda vinda gloriosa.

Alimentados pela Palavra do Senhor, em nós deve nascer “o sol da justiça”, que traz os “seus raios de salvação”, como nos anuncia a 1ª leitura. Para isso, não vivamos na ociosidade, lembra a 2ª leitura, e estejamos atentos aos sinais dos tempos, que nos alertam para a vigilância, comprometida com os valores do Reino.

"Senhor nosso Deus, concedei-nos a graça de encontrar sempre a alegria no vosso serviço, porque é uma felicidade verdadeira e profunda ser fiel ao autor de todos os bens. Por NSJC…" (Oração de colecta do XXXIII Domingo comum)

O advérbio sempre exprime a atitude permanente, que precisamos viver, para alcançar a felicidade e a vida plena. Para isso, sejamos constantes na nossa relação pessoal com Deus.

 

"Pela vossa perseverança salvareis as vossas almas" (Evangelho: Lc. 21, 5-19)

 

O evangelho de hoje convida-nos ao compromisso pela transformação do mundo, a partir dos valores do Reino. Será um caminho cheio de dificuldades e perseguições, mas o Senhor é a nossa força! Não tenhamos medo, pois nenhum cabelo da nossa cabeça se perderá!»

(Pe. Armando Duarte, partilha/reflexão para o XXXIII Domingo comum ano C e semana que se lhe segue)


 
"Jesus adverte-nos: «Não vos deixeis enganar, nem perturbar!»
Esse é o desafio — orientar o nosso olhar e o nosso coração para o essencial.
(...)
É hora de dizer: eu estou aqui!
É o momento de cultivar um estilo de vida cristã, paciente e tenaz, que nos ajude a responder a novas situações e desafios sem perder a paz nem a lucidez."

domingo, novembro 09, 2025

Dedicação da Basílica de Latrão

Das catacumbas à Luz 


Os primeiros cristãos usavam as catacumbas como locais de culto porque a sua fé era proibida e perseguida pelo Império Romano.

Quando o imperador Constantino se converteu ao Cristianismo, no ano 313, deu liberdade de culto aos cristãos e ofereceu-lhes as terras de Latrão para construir um templo.

Do quarto século ao décimo quarto, Latrão foi a principal sede do papado, tornando-se o símbolo e o coração da vida da Igreja.

"Ao longo dos séculos, a Basílica foi destruída, várias vezes, mas sempre reconstruída: sua última reconstrução deu-se sob o Pontificado de Bento XIII, que a reconsagrou em 1724. Desde então, a festa que hoje celebramos, foi estendida a toda a cristandade." 
(...)
"A festa da Dedicação da Basílica de Latrão, que celebramos hoje, nos permite recordar o caminho do Povo e o zelo constante e fiel de Deus. No entanto, recordamos que, hoje, cada um de nós é a "casa de Deus”, em Jesus ressuscitado, porque o Espírito mora em mim, em cada um de nós (1Cor 3,16)."

«Celebrar a Basílica de Latrão é recordar a nossa própria vocação:
ser templo.
Ser morada.
Ser Igreja.
(...)
somos pedras vivas do sonho de Deus.
E unidas a Cristo,
essas pedras formam o templo onde o Amor habita.» 
9 de Novembro, Dedicação da Basílica de Latrão

«Vi a água sair do templo
e todos aqueles a quem chegou esta água foram salvos» 
(da primeira leitura, retirada da Profecia de Ezequiel)

Salmo Responsorial (Salmo 45):
"Os braços dum rio alegram a cidade de Deus, a mais santa das moradas do Altíssimo." Salmo e Análise litúrgica e musical  
("Este salmo é muito profundo e com esta análise minuciosa acaba por nos conduzir à cidade santa e enchemo-nos de alegria quando o cantamos.")
 mp3 


sexta-feira, novembro 07, 2025

Dia Mundial dos Pobres

(actualização)

Por vontade explícita na Carta Apostólica Misericórdia et Misera (20 de Novembro de 2016), o Papa Francisco instituiu o XXXIII Domingo do Tempo Comum como Dia Mundial dos Pobres, pois, nas suas palavras, o encontro com os pobres que nos rodeiam "será um momento propício para encontrar o Deus que buscamos".


«Tu és a minha esperança» (cf. Sl 71,5)
9.º Dia Mundial dos Pobres - 16 de novembro de 2025

8.º Dia Mundial dos Pobres - 17 de Novembro de 2024
 
7.º Dia Mundial dos Pobres 19 de Novembro de 2023

 6.º Dia Mundial dos Pobres 13 de Novembro de 2022

«Sempre tereis pobres entre vós» (Mc 14, 7)
 5.º Dia Mundial dos Pobres - 14 de Novembro de 2021

«Estende a tua mão ao pobre» (Sir 7, 32)
 4.º Dia Mundial dos Pobres - 15 de Novembro de 2020
Este ano vivido numa situação ainda mais difícil, com a pandemia.

«A esperança dos pobres jamais se frustrará» (Sal 9, 19)
3.º Dia Mundial dos Pobres - 17 de Novembro de 2019

«Este pobre clama e o Senhor o escuta» (Sal 34, 7)
 2.º Dia Mundial dos Pobres - 18 de Novembro de 2018

 
 1.º Dia Mundial dos Pobres - 19 de Novembro de 2017
🔻

Fica sempre um pouco de perfume,
Nas mãos que oferecem rosas,
Nas mãos que sabem ser generosas. (Bis)

Dar o pouco que se tem
Ao que tem menos ainda,
Enriquece o doador,
Torna a alma ainda mais linda.

Dar um pouco de alegria,
Parece coisa tão singela,
Aos olhos de Deus, porém
É das graças a mais bela.
(Fica sempre um pouco de perfume, Irmã Judith Junqueira Vilella)  Acordes e ouvir
                                                                                  Pauta



Partilhas maiores