Progredimos
na nossa caminhada pascal, com um horizonte cada vez mais belo, porque se
realiza com o sentido mais pleno, em Cristo ressuscitado. É d’Ele que brota a
Vida, que partilhamos no caminho, em comunidade, e se edifica, dando continuidade
ao dinamismo do Espírito, que conduz a Igreja desde a primeira hora, para abrir
a todos “a porta da fé” (Act. 14, 27). Permaneçamos, pois, firmes, para que o
Senhor realize a maravilhosa obra, que em nós começou. Não desanimes, nem te
demitas desta aventura!
Caminhemos juntos, em atitude de escuta, de diálogo e de partilha. Que ninguém se feche e se isole, porque estaria a negar o sentido da pessoa humana, que é relação, abertura e complementaridade. A
maravilha do plano de Deus aponta para a criação de novos céus e nova terra,
com o Espírito de Deus a “renovar todas as coisas” (Ap 21, 5ª).
A nota
característica dos cristãos, em Igreja, há-de ser com a sinalização do amor.
Assim o indica a liturgia deste domingo, para identificar os seguidores de
Jesus, com capacidade de amar e dar a vida. É o mandamento novo que Jesus deixa
ficar aos Seus discípulos, após o lava-pés na última Ceia. Ele lembra aos
cristãos de todos os tempos: “Como Eu vos amei, amai-vos também uns aos outros!
(Jo. 13, 34). Precisamos de continuar o dinamismo da comunidade inicial, como
lembra a primeira leitura, progredindo para a nova Jerusalém, com a certeza de
que Deus vai no nosso meio, libertando e salvando.
"Senhor
nosso Deus, que nos enviaste o Salvador e nos fizestes vossos filhos adoptivos,
atendei com paternal bondade as nossas súplicas e concedei que, pela nossa fé
em Cristo, alcancemos a verdadeira liberdade e a herança eterna. Por NSJC…" (Oração de colecta do domingo V da Páscoa)
Deus
manifesta o Seu amor pelos homens, enviando-nos o Filho, Jesus Cristo, que deu
a Vida para nos salvar. Não só se fez um de nós, mas tornou-nos participantes
da Sua vida, sobrenatural, divina e eterna. Por isso Lhe suplicamos, com toda a
confiança, que acolha o nosso pedido, para termos verdadeira liberdade e uma
herança que não se corrompe! A grande graça que experimentamos é sermos filhos
no Filho, com a vida divina e eterna!
"Dou-vos um
mandamento novo: que vos ameis uns aos outros." (Evangelho: Jo. 13, 31-33ª.34-35)
Jesus deu
o exemplo, lavando os pés aos discípulos. E eles não devem ser mais do que o
Mestre.
Como estou eu, então, a distinguir-me como discípulo de Cristo? Que
gestos concretos de amor manifesto no meu testemunho cristão? Não seria bom eu
dar sinais de amor, oferecendo-me para alguns serviços na comunidade?
(Pe. Armando Duarte, partilha/reflexão para o V Domingo de Páscoa ano C e semana que se lhe segue)
«O mais fácil… é amar quem nos ama. Quem nos entende. Quem nos faz bem.
É fácil ser atento com os nossos. Viver fechado no nosso pequeno mundo.
(...)
Jesus disse: "Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei."
Não é amar à nossa maneira. Nem só quando sentimos. Mas com um amor sem medida. Que se aproxima de quem ninguém vê. Que dá tempo. Que dá perdão. Que dá tudo.
Este amor… não nasce só da vontade. Não se aprende só nos livros. Este amor vem de Jesus.
Se deixarmos que Ele nos ame primeiro, o nosso coração começa a alargar. E então… amar torna-se possível.»
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