segunda-feira, novembro 10, 2025

Dedicação da Basílica de Latrão

Das catacumbas à Luz 


Os primeiros cristãos usavam as catacumbas como locais de culto porque a sua fé era proibida e perseguida pelo Império Romano.

Quando o imperador Constantino se converteu ao Cristianismo, no ano 313, deu liberdade de culto aos cristãos e ofereceu-lhes as terras de Latrão para construir um templo.

Do quarto século ao décimo quarto, Latrão foi a principal sede do papado, tornando-se o símbolo e o coração da vida da Igreja.

"Ao longo dos séculos, a Basílica foi destruída, várias vezes, mas sempre reconstruída: sua última reconstrução deu-se sob o Pontificado de Bento XIII, que a reconsagrou em 1724. Desde então, a festa que hoje celebramos, foi estendida a toda a cristandade." 
(...)
"A festa da Dedicação da Basílica de Latrão, que celebramos hoje, nos permite recordar o caminho do Povo e o zelo constante e fiel de Deus. No entanto, recordamos que, hoje, cada um de nós é a "casa de Deus”, em Jesus ressuscitado, porque o Espírito mora em mim, em cada um de nós (1Cor 3,16)."

«Celebrar a Basílica de Latrão é recordar a nossa própria vocação:
ser templo.
Ser morada.
Ser Igreja.
(...)
somos pedras vivas do sonho de Deus.
E unidas a Cristo,
essas pedras formam o templo onde o Amor habita.» 
9 de Novembro, Dedicação da Basílica de Latrão

«Vi a água sair do templo
e todos aqueles a quem chegou esta água foram salvos» 
(da primeira leitura, retirada da Profecia de Ezequiel)

Salmo Responsorial (Salmo 45):
"Os braços dum rio alegram a cidade de Deus, a mais santa das moradas do Altíssimo." Salmo e Análise litúrgica e musical  
("Este salmo é muito profundo e com esta análise minuciosa acaba por nos conduzir à cidade santa e enchemo-nos de alegria quando o cantamos.")
 mp3 


sexta-feira, novembro 07, 2025

Dia Mundial dos Pobres

(actualização)

Por vontade explícita na Carta Apostólica Misericórdia et Misera (20 de Novembro de 2016), o Papa Francisco instituiu o XXXIII Domingo do Tempo Comum como Dia Mundial dos Pobres, pois, nas suas palavras, o encontro com os pobres que nos rodeiam "será um momento propício para encontrar o Deus que buscamos".


«Tu és a minha esperança» (cf. Sl 71,5)
9.º Dia Mundial dos Pobres - 16 de novembro de 2025

8.º Dia Mundial dos Pobres - 17 de Novembro de 2024
 
7.º Dia Mundial dos Pobres 19 de Novembro de 2023

 6.º Dia Mundial dos Pobres 13 de Novembro de 2022

«Sempre tereis pobres entre vós» (Mc 14, 7)
 5.º Dia Mundial dos Pobres - 14 de Novembro de 2021

«Estende a tua mão ao pobre» (Sir 7, 32)
 4.º Dia Mundial dos Pobres - 15 de Novembro de 2020
Este ano vivido numa situação ainda mais difícil, com a pandemia.

«A esperança dos pobres jamais se frustrará» (Sal 9, 19)
3.º Dia Mundial dos Pobres - 17 de Novembro de 2019

«Este pobre clama e o Senhor o escuta» (Sal 34, 7)
 2.º Dia Mundial dos Pobres - 18 de Novembro de 2018

 
 1.º Dia Mundial dos Pobres - 19 de Novembro de 2017
🔻

Fica sempre um pouco de perfume,
Nas mãos que oferecem rosas,
Nas mãos que sabem ser generosas. (Bis)

Dar o pouco que se tem
Ao que tem menos ainda,
Enriquece o doador,
Torna a alma ainda mais linda.

Dar um pouco de alegria,
Parece coisa tão singela,
Aos olhos de Deus, porém
É das graças a mais bela.
(Fica sempre um pouco de perfume, Irmã Judith Junqueira Vilella)  Acordes e ouvir
                                                                                  Pauta



segunda-feira, outubro 27, 2025

A humildade é a verdade


«Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

Esta é uma saudação bem conhecida, pois se usava muito há algumas décadas. E, é bom dizê-lo, que se usa ainda em ambientes e comunidades profundamente cristãs. Assim vamos também enriquecendo a nossa formação, para procurarmos cada vez mais ter uma vida em Cristo. Glória a Ele pelos séculos dos séculos, assim termina a segunda leitura, com uma expressão de louvor!

No início de mais uma partilha eucarística, quando estamos a falar de saudações, quero também chamar a atenção para a saudação que se usa no início da Missa, que se inspira exatamente nas saudações bíblicas, que vos apresentei em partilhas anteriores. Na próxima semana, começarei a apresentá-las. Contudo, estejam já atentos a elas, e reparem como são normalmente trinitárias, isto é, convidam à relação com as três pessoas da Santíssima Trindade.

Como estamos gratos por chegarmos à celebração do XXX Domingo comum, aproximando-nos do fim do ano litúrgico, que ocorre daqui a cerca de um mês, com a solenidade de Jesus Cristo, Rei do Universo. Isto significa que tudo se encaminha para que Cristo reine em nossos corações, seja o nosso Rei e Senhor. É por isso que em cada semana, no domingo, que é dia do Senhor, vamos ao Seu encontro, para correspondermos ao chamamento que nos dirige como seus discípulos, seus seguidores.

Neste domingo, a liturgia da Palavra anuncia-nos que Deus está do lado dos humildes e dos pobres, sabendo que Ele não faz acepção de pessoas, como lembra a 1ª leitura.

"Deus omnipotente e omnipotente, aumentai em nós a fé a esperança e caridade; e para merecermos alcançar o que prometeis, fazei-nos amar o que mandais. Por NSJC…" (Oração de colecta do XXX Domingo comum)
A oração pede o aumento das três virtudes essenciais (teologais) da vida cristã. Para isso, há uma condição: viver o amor, para alcançar as suas promessas.
O crente, diante de Deus, deve ser humilde. Só assim pode acolher o dom da Deus. Demo-nos conta que, com muita frequência, se não nos apresentamos com a arrogância do fariseu, presumimos e estamos convencidos de sermos melhores e superiores aos outros. Cuidado!...
"Todo aquele que se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado" (Evangelho: Lc 18, 9-14)

Diz santa Teresa de Jesus que a humildade é a verdade! Húmus é terra. Por isso, rezemos com os pés assentes na terra, e não em bicos de pés, como o fariseu!»
(Pe. Armando Duarte, partilha/reflexão para o XXX Domingo comum ano C e semana que se lhe segue)

«A oração deve ser humilde, ou seja, o diálogo simples de um coração que não quer impor a Deus as suas próprias vontades e urgências, mas se dispõe a escutá-Lo e acolhê-Lo.
(...) Basta que te atires para o Seu colo e te deixes aí ficar.

Não precisas apresentar-Lhe os teus méritos nem justificar a tua vida.
Basta que sintas o que Ele quer de ti…
E depois, vivas a missão que te foi confiada, sendo testemunha d’Ele no mundo.»
  https://fb.watch/CYC2vfLy_3/

sábado, outubro 18, 2025

Rezar sempre sem desanimar

«A todos, chamados à santidade, as melhores bênçãos de Deus!

Queremos progredir no caminho que Jesus Cristo nos oferece na Sua Igreja, porque somos membros, uns com os outros, do mesmo Corpo, e assim procuramos manter uma relação estreita, uma comunhão íntima, que há-de crescer e frutificar. Tal desígnio justifica esta partilha, para manifestar um apoio ao aprofundamento do tesouro maravilhoso que o Senhor nos oferece na santíssima Eucaristia.

Como é bom sentirmo-nos próximos e unidos, na celebração dos mistérios centrais da nossa fé! Como estamos gratos a Deus por dom tão maravilhoso em que nos dá a participar! Vamos fazer da Eucaristia o momento mais alto, central e essencial, do domingo e da nossa semana.

Neste domingo celebra-se o 29º do Tempo comum. Uma vez mais, Deus veio ao nosso encontro, dialogar connosco e falar ao nosso coração. E sempre espera que não fiquemos surdos aos seus apelos, instalados no nosso comodismo, ou fechados na apatia, na indiferença ou no egoísmo. Queremos escutar a Sua Palavra, crescer na sabedoria divina, para progredir na fé e no testemunho, que devemos dar do seu amor. Assim nos convida na segunda leitura. Então Ele atende a oração perseverante do que n’Ele confia. Que a nossa fé seja firme!

"Deus eterno e omnipotente, dai-nos a graça de consagrarmos sempre ao vosso serviço a dedicação da nossa vontade e a sinceridade do nosso coração. Por NSJC…"  (Oração de colecta do XXIX Domingo comum)

Nesta oração pedimos uma graça fundamental para a nossa vontade e o nosso coração: a dedicação e a sinceridade. Sejamos firmes e verdadeiros na nossa relação com Deus.

Deus conhece as nossas necessidades, porque nos ama, e está atento ao que nos é necessário. Ele oferece a salvação a todas as pessoas, que precisam de confiar n’Ele, e estabelecer uma relação persistente. Ter fé é estar e viver n’Ele. Por isso, interroguemo-nos e rezemos:

“Quando voltar o Filho do Homem, encontrará fé sobre a terra?”  (Evangelho: Lc. 18, 1-8)

Este Evangelho começa com uma “parábola sobre a necessidade de rezar sempre sem desanimar”. Por isso, no diálogo, entreguemo-nos nas mãos de Deus, e confiemos sempre n’Ele. Convidando à oração, manifestemos a fé, para estarmos em Cristo. Como está a nossa fé? Será que transforma a minha vida? Frutifica? Compromete-nos?»

(Pe. Armando Duarte, partilha/reflexão para o XXIX Domingo comum ano C e semana que se lhe segue)


🙏 REZAR 🙏


«O evangelho deste domingo narra-nos uma parábola de Jesus,
“sobre a necessidade de orar sempre sem desanimar”.
(...)
Somos chamados a insistir não para convencer Deus,
mas para converter os nossos corações.
A oração é o santuário onde descobrimos o verdadeiro rosto de Deus.

A arte de rezar é a arte de ser —
não se trata de um mero falar, mas de um falar-se, um falar-se confiante.
O que realmente importa não são as palavras.
Podemos falar-nos de muitas maneiras — em silêncio,
naquela fronteira ardente que é o calar ou o ficar e nada mais.

💫 Rezar é respirar, porque a oração é como o ar para a nossa vida.
Rezar é pensar, é conhecer Deus, como fazia Maria,
que guardava os eventos no seu coração.

Rezar é também lutar com Deus, sobretudo quando se está na aridez,
na escuridão da vida, quando elevamos ao céu o nosso grito desesperado.

E, finalmente, rezar é amar, poder abraçar Deus.»

Porque:
"O nosso auxílio vem do Senhor, que fez o céu e a terra."
SALMO RESPONSORIAL Sl 120 (121)

sábado, outubro 11, 2025

Ser gratos e seguir caminho

«Graça e paz da parte de Deus nosso Pai, e da do Senhor, Jesus Cristo!

Esta é uma saudação corrente em várias cartas de S. Paulo, e que quero usar, para vos ajudar a mergulhar na Palavra de Deus, e perceber como ela é fonte de inspiração, para o nosso ser e agir de cristãos.

Estamos a retomar do caminho catequético em muitas comunidades. Que nos disponhamos a fazer a verdadeira iniciação cristã, progredindo na fé, na vivência sacramental e no crescimento comunitário. O grande ideal é crescer para uma fé adulta, e não nos contentarmos com umas vagas noções, que não permitem sinais de verdadeira maturidade cristã.

Chegámos ao XXVIII Domingo comum, em que a liturgia nos mostra, com exemplos concretos, como Deus tem um projecto de salvação para oferecer a todos os homens, sem excepção; reconhecer o dom de Deus, acolhê-lo com amor e gratidão, é a condição para vencer a alienação, o sofrimento, o afastamento de Deus e dos irmãos, e chegar à vida plena. Porque a Palavra de Deus “não está encadeada”, como lembra a segunda leitura, libertemo-nos das amarras, que impedem sermos curados e fazermos a experiência de salvação.


"Nós vos pedimos, Senhor, que a vossa graça preceda e acompanhe sempre as nossas acções e nos torne cada vez mais atentos à prática das boas obras. Por NSJC..."
(Oração de coleta do XXVIII Domingo comum)

Para realizar algo de bom, devemos estar abertos à graça de Deus, para que seja ela sempre a frutificar em nós! É o que pedimos nesta oração inicial.


No caminho dez leprosos suplicam a Jesus que se compadeça deles. Jesus curou-os, mas só um soube agradecer. Nove foram curados na sua pele, e voltaram à vida velha; só um experimentou uma vida nova, grato pelo dom recebido, e seguiu o caminho de Jesus com fé.

“Levanta-te e segue o teu caminho; a tua fé te salvou”. (Evangelho: Lc. 17, 11-19)

Precisamos de abrir o coração a Jesus, para que seja renovado por Ele. Ter fé é viver n’Ele, libertar-se de todo o tipo de lepra, e seguir o seu caminho, como discípulo.»
(Pe. Armando Duarte, partilha/reflexão para o XXVIII Domingo comum ano C e semana que se lhe segue)

«Jesus cura dez leprosos, mas só um volta para dizer “obrigado”.
Talvez os outros pensassem que, «por serem judeus, por serem da casa», tinham o direito de serem curados!
Só o estrangeiro é que inverte a marcha da sua vida — para agradecer.
A verdadeira gratidão une aquele que dá e aquele que recebe, num amor gratuito, que não tem preço.
A gratidão toca o nosso ser essencial, pois ativa o que há de melhor em nós.
(...)
“Se a minha oração consistir apenas em dizer ‘obrigado’, já é bastante.”
Dizer obrigado — e senti-lo — muitas vezes muda a vida!»

sábado, outubro 04, 2025

A Aventura da Fé

 «Graça, misericórdia e paz!

Assim saúda a 2ª Carta de S. João. Deste modo, seguindo uma pedagogia bíblica, também é oportunidade de descobrir tanta riqueza que a Bíblia nos apresenta, e não ficamos limitados a uma simples saudação habitual!

Vivemos o XXVII Domingo comum. A Palavra de Deus apresenta vários temas, mas o Evangelho convida os discípulos a aderir, com alma e coração, ao projecto de vida que Deus nos oferece, em Jesus Cristo. O encontro com Deus, e a abertura aos dons que nos oferece, leva à vivência da fé. Com humildade e confiança nos comprometemos na construção do Reino, para que Deus possa realizar a Sua salvação. Empenhemo-nos, pois, com o auxílio do Espírito Santo, para que a fé nos comprometa num testemunho coerente, e finalmente nos sintamos instrumentos de Deus, como nos pede a segunda leitura.

"Deus eterno e omnipotente, que, no vosso amor infinito, cumulais de bens os que vos imploram muito além dos seus méritos e desejos, pela vossa misericórdia, libertai a nossa consciência de toda a inquietação e dai-nos o que nem sequer ousamos pedir. Por NSJC…" (Oração de colecta do XXVII Domingo comum)

Sempre nos devemos fixar nesta oração de entrada, pois ela apresenta motivos importantíssimos para a nossa participação regular. Reparai como a graça de Deus excede muito mais do que possamos desejar e pedir. Além disso nos liberta das inquietações e bloqueios interiores, para que nos enriqueça e frutifique. Que bom é o encontro com o nosso Deus!


O Senhor está sempre disponível a aumentar a nossa fé, mas espera a disponibilidade para lhe obedecermos e sermos coerentes com ela. Pode ser pequenina, mas deve transformar o nosso coração. Depois de pô-la em prática, devemos ser confiantes e humildes. Assim nos sugere o que Senhor nos convida a rezar ao longo desta semana:


‘Somos servos inúteis; fizemos o que devíamos fazer’  (Evangelho: Lc. 17, 5-10)


Esta oração nos ajudará a não cair na arrogância dos fariseus, e a sermos constantes na relação com Deus.»

(Pe. Armando Duarte, partilha/reflexão para o XXVII Domingo comum ano C e semana que se lhe segue)



"Seguir Jesus é viver a aventura da fé: 

 🌟 fazer caminho com Ele,
 🌟 identificar-se cada vez mais com Ele, 
 🌟 revestir-se do Seu estilo de vida. 

 A fé não é peso, é caminho. Não é medo, é confiança. Não é rotina, é aventura com Deus."

sábado, setembro 27, 2025

Fazer da vida uma coisa maior

«A todos, saúde!

Estou a saudar-vos como o faz também a carta de S. Tiago (cf. Tgo. 1,1). Tem sempre sentido e actualidade. Com a saúde nos aproximamos com o que aspiramos mais profundamente: a salvação. Ela é a saúde plena, do corpo e da alma! Que todos então possamos respirar a saúde integral e total!

Estamos em tempo de retomarmos a caminhada catequética. Devemos todos procurar entender o que sempre foi a catequese: iniciação cristã. Esta iniciação requer também vida sacramental, de oração, e relação comunitária.

Naturalmente nunca deveremos interromper a vivência sacramental, como se depreende, pois ninguém sobrevive sem alimento.

A Igreja convidou-nos a celebrar o XXVI Domingo comum. Ela propõe-nos, de novo, a reflexão sobre a nossa relação com os bens deste mundo... Aliás, já no passado domingo éramos convidados a rezar: “Não podeis servir a Deus e ao dinheiro”.

"Senhor, que dais a maior prova do vosso poder quando perdoais e Vos compadeceis, derramai sobre nós a vossa graça, para que, correndo prontamente para os bens prometidos, nos tornemos um dia participantes da felicidade celeste. Por NSJC…"      (Oração de colecta do XXVI Domingo comum)

Reparai bem no que pedimos nesta oração: que a graça de Deus seja derramada sobre nós! Para isso, precisamos de correr prontamente para viver na felicidade celeste. Como é possível ficarmos indiferentes, adormecidos, e não participar na Eucaristia dominical?


“Eles têm Moisés e os Profetas: que os oiçam!” (Evangelho: Lc. 16, 19-31)


Para nós a resposta será: temos a Sagrada Escritura, a Palavra de Deus na Bíblia! Esta é a melhor fonte, onde devemos mergulhar. Então, podemos abrir a Bíblia, na citação que acima é apresentada, e voltar a meditar o texto do evangelho deste domingo. Procuremos confrontar a nossa vida, com esta parábola, e verifiquemos se não estaremos também a ter atitudes como aquele rico avarento, se não embarcamos num espírito consumista, a pensar só em nós, desatentos aos mais necessitados, se não nos fechamos no nosso comodismo!...»

(Pe. Armando Duarte, partilha/reflexão para o XXVI Domingo comum ano C e semana que se lhe segue)


"Nós não vivemos apenas em função de nós próprios, das nossas PAIXÕES, dos nossos DESEJOS, das nossas IDEIAS, nós somos chamados a fazer da vida uma coisa maior....
(...)
Ainda que sem moralismos bacocos, não podemos fugir a esta verdade: a pessoa não vale por aquilo que tem, mas por aquilo que ama! Uma dimensão deste amor que constrói a Vida com um alcance que derrota a própria morte, é a PARTILHA.
(...)
 A posse das coisas não é eterna. E quem vive empanturrado de si descobrir-se-á, na Vida, o quão magro se pode ficar quando a irmã Morte nos rouba o que temos e nos deixa ficar apenas com o que somos… Quem se fecha radicalmente em si próprio talvez se venha a descobrir assim, eternamente desiludido e isolado… Esta é a armadilha do individualismo.

✨ Tudo o que tivermos de fazer pelo outro, é agora!
Não é amanhã, nem depois de morrer! É em vida, irmãos, em vida!"

sábado, setembro 20, 2025

Não se trata de ter ou não ter, mas de partilhar ou não partilhar

«Graça e paz vos sejam dadas em abundância!

Hoje apresento a saudação das cartas de S. Pedro. Facilmente descobrem que esta é também uma pedagogia, para vos convidar a abrir regularmente a Bíblia, porque nela está um alimento de vida eterna. Recordem o que Jesus disse: “Nem só de pão vive o homem, mas…”

Vivemos o XXV Domingo comum, em que a Palavra de Deus nos sugere uma reflexão sobre o lugar que o dinheiro e os outros bens materiais devem assumir na nossa vida. De acordo com a mensagem que nos é proposta, os discípulos de Jesus devem evitar que a ganância ou o desejo imoderado do lucro manipulem as suas vidas e condicionem as suas opções; em contrapartida, são convidados a procurar os valores do "Reino".


"Senhor, que fizestes consistir a plenitude da lei no vosso amor e no amor do próximo, dai-nos a graça de cumprirmos este duplo mandamento, para alcançarmos a vida eterna. Por NSJC..." (Oração de colecta do XXV Domingo comum)

O amor, para ser verdadeiro, deve ser a Deus e aos outros. A graça, que hoje pedimos a Deus, é de não ficarmos com um coração estreito e velho! Mas que seja grande e novo, para termos a vida eterna. Demo-nos conta que hoje muita gente não acredita na vida eterna, e só pensa neste mundo. Por isso, que Ele nos permita alargar a estreiteza dos horizontes deste mundo!

O Evangelho apresenta a parábola do administrador astuto. Nela, Jesus oferece aos discípulos o exemplo de um homem que percebeu como os bens deste mundo eram caducos e precários e que os usou para assegurar valores mais duradouros e consistentes... Jesus avisa os seus discípulos para fazerem o mesmo.


"Não podeis servir a Deus e ao dinheiro." (Evangelho: Lc. 16, 1-13)

 

Com uma história que apresenta contornos de caso real, tirado da vida, Jesus instrui os discípulos acerca da forma como se hão-de situar face aos bens deste mundo. Ser-nos-á muito útil rezar ao longo da semana esta Palavra. O dinheiro pode ser um ídolo, um falso deus, que queremos evitar.
(Pe. Armando Duarte, partilha/reflexão para o XXV Domingo comum ano C e semana que se lhe segue)


Ver também:

segunda-feira, setembro 08, 2025

Acompanhantes ou seguidores?

«A todos, a graça e a paz de Cristo!

Não sei se algum dos meus amigos teve a curiosidade de verificar como S. Paulo, normalmente, começa e termina as suas cartas, com saudações cristãs. Para vos ajudar, optei hoje por fazer uma dessas saudações. E assim quero desejar-vos o que há de mais belo e profundo na vida cristã.

Começámos o mês de Setembro, e vivemos o XXIII Domingo Comum, cuja liturgia nos convida a tomar consciência de quanto é exigente a dinâmica do "Reino". Realmente, optar pelo "Reino" não é escolher um caminho de facilidade, mas de verdade, e assim aceitar percorrer um caminho de renúncia e de dom da vida. O Evangelho traça as coordenadas do "caminho do discípulo": nele, o "Reino" deve ter a primazia sobre as pessoas que amamos, sobre os nossos bens, sobre os próprios interesses e esquemas pessoais. Jesus não admite meios-termos. É uma aventura a tempo inteiro, sem hesitações e “meias tintas”! Para isso, é preciso tomar uma decisão, para encontrar a verdadeira felicidade, como lembra a primeira leitura, e o amor é o valor fundamental, lembra a segunda.

 

"Senhor nosso Deus, que nos enviastes o Salvador e nos fizestes vossos filhos adoptivos, atendei com paternal bondade as nossas súplicas e concedei que, pela nossa fé em Cristo, alcancemos a verdadeira liberdade e a herança eterna. Por NSJC…" (Oração de colecta do XXIII Domingo comum)

Antes de mais, esta oração lembra-nos que somos baptizados e discípulos de Cristo, para que vivamos como filhos de Deus. Assim suplicamos, com fé em Cristo, a graça de sermos livres, para alcançar a felicidade eterna.

 

"Quem de entre vós não renunciar a todos os seus bens, não pode ser meu discípulo".    (Evangelho: Lc. 14, 25-33)

 

Os bens materiais podem tornar-se o deus da nossa vida. Por isso não nos podemos deixar escravizar por eles. Precisamos de força interior para escolher Jesus, e os valores que nos propõe, para nos tornarmos verdadeiros discípulos. Muitos não são capazes de ir além de “tirar” umas tantas comunhões, mas sem sentido nenhum. É preciso esta relação pessoal com Cristo, e o Reino. Daí a proposta a rezarmos esta Palavra.» 
(Pe. Armando Duarte, partilha/reflexão para o XXIII Domingo comum ano C e semana que se lhe segue)


«Viajar com alguém não é sinal de segui-Lo,
[segui-lo] é aderir ao seu projecto, identificar-se com Ele.
(...)
[Jesus] aproveita para fixar as linhas que distinguem acompanhantes de seguidores.
Não basta simplesmente acompanhar Jesus.

É necessário:
Dispor de si; ou seja, deixar de viver apenas para o “eu”.
Dispor dos seus; não é ignorar a sua família… esses laços são bons, mas não devem ser entraves.
Dispor do que é seu, dos bens; não é deitar tudo a perder. É querer fazer estrada sem cargas desnecessárias.
(...)
Jesus não quer alguém sem amor na vida,
sovina de afectos ou que julga amar o céu porque não ama ninguém sobre a terra.
JESUS QUER ALGUÉM QUE CONFIE N’ELE.
Se não o conheceres, não o amarás; mas se chegares a conhecê-Lo, nunca O abandonarás.»
Padre João Torres

sábado, agosto 30, 2025

Nos valores do Reino

«Shalom!

Será bom saber que shalom, em hebraico, significa paz! É uma saudação claramente bíblica. 
Além de saudar, quero desejar-vos essa paz que só o Senhor pode dar. E que permaneça sempre convosco! Para que tal aconteça, deveremos vivê-la com verdade, no mais profundo do nosso ser. Por isso, numa paz com Deus, com os outros, com a natureza, connosco mesmos. Além disso, seremos bem-aventurados (felizes), se formos construtores da paz!

Este é um dos muitos valores que devemos evidenciar no testemunho da nossa vida e do empenho duma fé comprometida. São os valores do Reino, que o Evangelho nos convida a descobrir, como a humildade, a gratuidade, o amor desinteressado. Mas só na regularidade duma vivência cristã podemos fazer essa descoberta, para dar o maior sentido à nossa vida.

 

Vamos avançando na caminhada do ano litúrgico, com o XXII Domingo comum. 
Como sempre, procuramos alimentar-nos da Palavra de Deus, para que ela nos leve a experimentar a aliança de amor com o Senhor e as atitudes coerentes com a vivência da fé. Para termos êxito e sermos felizes, procuremos adquirir a sabedoria que ela nos inspira, particularmente no espírito de humildade. Assim aconselha a primeira leitura. 
Tentados à instalação numa fé cómoda e pouco exigente, procuremos redescobrir a essência do cristianismo: uma experiência de comunhão verdadeira com Deus, na vivência comunitária. É o que nos propõe a segunda leitura. 
Com o Evangelho, somos convidados ao banquete do Reino, com atitude de humildade, e sem espírito de superioridade, em relação aos outros.

 

"Deus do universo, de quem procede todo o dom perfeito, infundi em nossos corações o amor do vosso nome e, estreitando a nossa união convosco, dai vida ao que em nós é bom e protegei com solicitude esta vida nova. Por NSJC…" (Oração de colecta do XXII Domingo comum)

 

Porque o Senhor é a fonte duma vida em plenitude, invocamos os seus dons, para realizar o que há de melhor em nós, e crescermos na vida nova, estreitando a relação com Cristo.

 

"Quem se exalta será humilhado e que se humilha será exaltado."   (Evangelho: Lc. 14, 1.7-14)

 

Na humildade e na verdade, agradeçamos o amor que Deus nos tem, ao dar-nos a alegria de participar na Eucaristia, verdadeira boda do Reino. Na gratuidade desse amor, preparemo-nos para o banquete da glória, na ressurreição final. Mas é já antecipação e realização, hoje, na vida da comunidade. O convite é universal, mas só quem o acolhe beneficia, e será feliz!»
(Pe. Armando Duarte, partilha/reflexão para o XXII Domingo comum ano C e semana que se lhe segue)

«somos todos de barro.
Somos terra.
E somos chamados a ser o lugar feliz onde o outro se possa encontrar.

À mesa, Jesus não fala de etiquetas, nem de lugares de honra.
Ele propõe os valores do Reino.
E no banquete da vida não basta dar e receber generosamente: é preciso acolher com gratuidade aqueles que nada podem oferecer em troca.

No Reino de Deus, todos têm lugar.
Seja qual for a origem, a crença ou a história de vida.
Ali não valem privilégios, nem méritos exclusivos, nem dignidades adquiridas.
Ali só conta a bondade, a humildade, a hospitalidade.

Por isso, não procuremos “ter um lugar”...
Sejamos antes um lugar para os outros.
Aberto, disponível, gratuito.
Um espaço de vida, de encontro e de amor.

Porque o Banquete da Vida não é troca de favores,
mas dom gratuito.»

Partilhas maiores