"Uma tribo selvagem aprendeu a caçar macacos valendo-se apenas da cobiça deles. O curioso método era bem simples. Os membros da tribo saíam com contas coloridas e brilhantes dentro de grandes potes de vidro para que os macacos as pudessem ver. A curiosidade e o desejo pelas contas levavam os macacos a enfiar as mãos dentro da pequena abertura dos potes com o objectivo de as alcançar. Como o gargalo dos potes era muito apertado, os macacos não conseguiam retirar as mãos em que seguravam as suas riquezas. Os macacos enfrentavam uma escolha agonizante: largar as quinquilharias e fugir ou manter as mãos fechadas e ser capturado. Em geral eles escolhiam a captura. Eles adquiriam o tesouro, mas apenas por um momento. E assim perdiam a liberdade e a vida." (desconheço o autor)
Vem este conto a propósito da Porta Estreita, aquela pela qual somos todos convidados a entrar.
E é verdade que são muitos os que por ela querem entrar mas é preciso esforço para passar através dela.
Os que são demasiado grandes e largos não cabem. Temos que ser pequeninos, despojar-nos de tudo o que nos causa aumento de volume e que não nos deixa caber na porta.
Na minha opinião, a porta foi feita à nossa medida, e não para nos exigir sacrifícios. Nós somos pequenos, não necessitamos de portas grandes, por isso temos que nos reduzir à nossa pequenez. O que acontece é que temos a mania das grandezas, mas não podemos ser maiores do que a porta, senão não conseguimos entrar. Corremos o risco de ficar do lado de fora e ouvir “Não vos conheço”.
Pudera! Se se está demasiado grande e gordo, toma-se outros ares, outra figura, já não se parece a mesma pessoa.
Lembrei-me agora daquela publicidade: Mudaste, mudaste!...
Como é que podemos reconhecer uma pessoa que já não vemos há muito tempo, se essa pessoa está diferente?! Mesmo que diga “Então eu andei contigo por aí…”. Mas deixou de haver contacto e ocorreram modificações.
Pois é!...
Se nos tornarmos diferentes do que éramos originalmente, grandes em vez de pequenos… gordos em vez de magros… orgulhosos em vez de humildes… pecadores em vez de inocentes…, para além de não cabermos na porta, ouviremos “Não vos conheço”, tal é a nossa mudança, a nossa desfiguração.
Aí, seremos caçados como os macacos, pelo caçador que nos espreita à espera que não consigamos largar o isco que nos lançou.
15 comentários:
Ola querida,
É tao facil engordar, tender a crescer.. E depois nao conseguiremos passar pela porta. Que possamos ter noção do que se passa em nós e manter-nos humildes... Podemos crescer, progredir e mantermo-nos como sempre fomos... Ser grande por dentro e nao por fora.
Que o facto de querermos as contas não seja razão para sermos capturados. Se tivermos inteligencia, aprenderemos a construi-las por nós proprios...
Beijinhos grandes para ti
ps- ja cá vim buscar o premio que me deste
Como seríamos mais felizes, como faríamos os outros mais felizes e como o Pai seria muito mais feliz...
beijos em Cristo
Obrigada por te juntares à campanha Por Darfur.
A história dos macacos vem muito a propósito! Boa comparação.
Quantos de nós somos como esses macacos, incapazes de abrir mão da efémera bijutaria da vida... e escolhermos a liberdade!
Será que iso não está já a acontecer? não somos já meros pigmeus à espera de algum milagre que não acontece só por nossa culpa e causa?
Bjs.
Gostei muito do texto
Brilhante Fá. Resumo a isto porque me parece j+a tudo ser dito.
Bjs!
Linda!!
Adorei, está muito bem!
Hoje venho agradecer a tua gotinha e VAMOS CONTINUAR a lutar pela paz do DARFUR!
BEIJINHOS!
Ola querida,
Tenho tido uma semana de muito trabalho... Mas hoje venho retribuir-te o teu beijinho. É sempre muito bom ter-te no meu cantinho e receber o teu carinho.
Espero que estejas bem.
Beijinhooooossss
Adorei o texto!
A tua reflexão... está muito boa tb! Parabéns!
Beijinhos.
Minha querida Cátia,
Pego nas tuas palavras “Se tivermos inteligencia, aprenderemos a construi-las por nós proprios... “ e digo que, de facto, o nosso tesouro deve ser construído por nós. Pois “onde estiver o teu coração, aí estará o teu tesouro”. Que ele seja recheado das “contas” do amor, humildade, perdão…e de tudo aquilo que podermos pôr ao serviço dos outros. Que possamos, como dizes, “Ser grande por dentro e nao por fora”
Beijão!
Maria João,
Fiquei muito feliz com a tua visita. E não tens que me agradecer absolutamente nada. O que eu fiz foi nada!
Beijinho
António,
De facto às vezes agarramo-nos mais às bijutarias e esquecemos o essencial…
Beijo
Carlos,
Quanta verdade no que dizes! Esperamos que nos salvem e não damos, muitas vezes, um passo para a nossa própria salvação! É como a história do outro que pedia a Deus para ganhar a lotaria… e Deus à espera que ele comprasse a cautela… é que sem a nossa colaboração, nada feito!
Bjs
Oh, Malu!
Faz-se o que se pode… nada assim tão brilhante…
Beijinhos
Elsa,
Obrigada!
Força nessa e noutras lutas em que sempre combates!
Beijinho
Marta,
Ainda bem que gostaste...
A minha escrita é muito diferente da tua... gostava de saber escrever como tu :)
Jinhos
é... é mesmo urgente encontrar, descobrir a nossa essência mais profunda, aí, onde habita o nosso Deus... e ser... simplesmente ser o que somos, nem mais, nem menos...
abraço grande... agradeço a tua presença sempre tão simpática, no meu espaço
Anawîm!
Sábias e santas palavras que me vieram confortar!
Não tens do que agradecer-me...
eu muitas vezes apenas passeio por lá silenciosamente... faltam-me as palavras perante tamanha beleza que sempre lá encontro.
Eu é que te fico imensamente grata.
Gostava de ter sempre o discernimento para perceber, na hora, quais são essas coisas que nos tornam balofos...às vezes até as vemos, mas não queremos ver, ou melhor não nos interessa vê-las!
Bj
Mimika,
Eu acho que tudo o que nos torna balofos, eu até diria inchados, será tudo o que, mais tarde ou mais cedo, acabamos por carregar com um peso na consciência (quem tiver consciência!). Seria bom, como dizes, ter o discernimento, na hora, para identificar.
Beijinho
Amigos,
A Mimika fez-me reflectir mais um pouquito.
No livro do Eclesiastes, do qual gosto muito, podemos encontrar muitas respostas. Aconselho-vos a ir lendo de vez em quando. Faz bem! (a mim faz!)
beijinhos
Fa-
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