sábado, agosto 09, 2025

“onde estiver o vosso tesouro, aí estará o vosso coração”

«Aqui estamos de novo, na continuidade da união que temos no Senhor, uns com os outros, como fruto da vivência eucarística. Na nossa pequenez cósmica, experimentamos uma dimensão infinitamente superior quando correspondemos ao dinamismo da fé, que nos projecta na caminhada de encontro com Deus. Não queremos estar apáticos e adormecidos, mas atentos ao compromisso de sermos discípulos de Jesus Cristo, numa vigilância activa da fé, que leva ao encontro dos bens e das realidades que não se vêem, como nos lembra a segunda leitura da Eucaristia deste domingo.

Temos a alegria de viver o XIX Domingo comum. 
A Palavra de Deus convida-nos a acolher o Senhor, para escutar os seus apelos e construir o Reino, “chamando-nos”, refere a primeira leitura. 
A Epístola aos Hebreus convida à experiência da fé, como Abraão. 
No evangelho, Jesus fala aos seus discípulos como “pequenino rebanho” (Lc. 12, 32), para lhe mostrar o que deve fazer, para que os tesouros deste mundo não sejam prioridade. 
Por isso, devemos estar vigilantes, à espera do Senhor, usando os bens, para acumular “um tesouro inesgotável nos céus” (Lc. 12, 33). Daí que se espere uma atitude de despreendimento e partilha com os mais necessitados, num coração liberto dos apegos terrenos, mais afeiçoado aos bens do alto, porque “onde estiver o vosso tesouro, aí estará o vosso coração” (Lc. 12, 34). Para isso, peçamos a Deus a confiança, para vivermos como filhos.

Deus eterno e omnipotente, a quem podemos chamar nosso Pai, fazei crescer o espírito filial em nossos corações, para merecermos entrar um dia na posse da herança prometida. Por NSJC…(Oração de colecta do XIX Domingo comum) 

O espírito filial, que deveremos experimentar regularmente, e fazer crescer, convida a levar-nos à relação com Deus Pai, para que a vida cresça em nós, de modo a usufruirmos um dia a felicidade da herança prometida, “o tesouro inesgotável do Reino”!

"Estai vós também preparados…" (Evangelho: Lc. 12, 32-48)

Reza! Faz encontro! Prepara-te! Jesus ama-te!
Levanta-te! Vamos em frente!»
(Pe. Armando Duarte, partilha/reflexão para o XIX Domingo comum ano C e semana que se lhe segue) 

 
«E Jesus pergunta: Onde está o teu tesouro? 
No sucesso? No dinheiro? No conforto? No que os outros pensam de ti? 
Ou… está em Deus, que não falha, que não desiste, que te conhece e te ama até ao fim?
(...)
que Ele nos encontre assim: 
De coração firme. De lâmpada acesa. 
E com o nosso tesouro… guardado n’Ele.»

sábado, agosto 02, 2025

Ricos aos olhos de Deus


«Com os votos de que não façais férias na relação com Deus, tal como os ramos devem estar unidos à cepa, para frutificar, aqui estamos a dar continuidade a esta partilha, para podermos vivificar, a partir da seiva que nos vem do Senhor, na grande graça da Eucaristia.
Há claramente uma advertência, a não sermos insensatos, e cairmos no vazio, em que podemos incorrer, se nos deixarmos levar, e contaminar, apenas pelos bens e valores deste mundo, acabando por colher uma tremenda desilusão, no nosso projecto de vida. Não nos iludamos, e procuremos mergulhar na verdadeira fonte de vida, que Jesus Cristo nos propõe e a liturgia alimenta.

Vamos então viver a grande riqueza que a Eucaristia deste XVIII Domingo comum nos proporciona. Convida-nos a questionar a atitude que tomamos face aos bens deste mundo. Eles não podem ser deuses a comandar o nosso sentido de vida. 
A 1ª leitura alerta para o vazio e desilusão, que podemos colher, se não nos advertimos a procurar afeiçoar-nos às coisas do Alto, como nos sugere a 2ª leitura, porque “a vossa vida está escondida com Cristo em Deus” (Col. 3, 3), assim nos lembra. E o evangelho é uma clara denúncia para a falência duma vida voltada e dominada pelos bens materiais. Então, não sejamos insensatos e loucos!

"Mostrai, Senhor, a vossa imensa bondade aos filhos que Vos imploram e dignai-Vos renovar e conservar os dons da vossa graça naqueles que se gloriam de Vos ter por seu criador e sua providência. Por NSJC…" (Oração de colecta do XVIII Domingo comum)

O evangelho do passado domingo convidava à oração confiante, pois “quem pede, recebe”. Como filhos, que Deus muito ama, pedimos hoje o que mais precisamos, os dons da graça de Deus, para saborearmos a bondade e a providência divina.

Em oração, deve pedir-se a bênção de “se tornar rico aos olhos de Deus”. (Evangelho: Lc. 12, 13-21)

Esta graça é de modo a remar contra a maré. Damo-nos conta de que, hoje, na sociedade, muita gente só pensa em si, nos seus bens, no que é material e visível, naquilo que o mundo sugere. Mas, afinal, para que serve, se partimos e deixamos tudo, se nada podemos transportar para a vida eterna? O que permanece para sempre é que devemos desejar: para nos afeiçoarmos às coisas do Alto, que não se corrompem, de modo a que façam parte de nós mesmos. Então, procuremos tornar-nos ricos “aos olhos de Deus”. É o que vale a pena! Peçamos essa riqueza!»
(Pe. Armando Duarte, partilha/reflexão para o XVIII Domingo comum – ano C e semana que se lhe segue) 


«Tem cuidado com o desejo desenfreado, insano de possuir dinheiro, objectos preciosos, coisas para te gabares, seres notado, seres visto, despertares interesse, inveja. Mas também, tem cuidado com o desejo de possuir e controlar pessoas. Esposa, marido, filhos, pais.
(...)
 porque tua felicidade não depende do julgamento dos outros, de gostos, de notoriedade, da tua aparência.
(...)  
Jesus não diz que a riqueza é uma coisa suja. Só diz que é perigoso. Porque o nosso coração é forjado para o infinito e só o infinito pode finalmente satisfazê-lo.»

sábado, julho 26, 2025

A respiração da nossa alma

«Que persistamos na relação com Deus, apesar das férias! Elas não podem significar pausa ou ausência de Deus, mas traduzir-se num dinamismo de vida, participando regularmente na vida sacramental e experiência de oração. Como o evangelho deste XVII Domingo Comum nos revela, Jesus reza. A oração é como a respiração da nossa alma, e digam-me se alguém consegue sobreviver sem respirar sempre!

Como é bom rezar e celebrar, para sentir como Deus está connosco, mergulhando na sua bondade e misericórdia. A graça baptismal precisa de ser alimentada, para crescermos nesta “vida com Cristo”, lembra a segunda leitura.

Queremos então penetrar na intimidade de Deus? Peçamos ajuda ao Espírito Santo! Ele nos conduz ao amor de Deus, numa experiência filial, com o Pai, e fraterna, com os irmãos. Alimentemo-nos da Palavra, particularmente a que vivifica a fé de toda a Igreja, neste domingo. Ao colocar diante dos nossos olhos os exemplos de Abraão e de Jesus, a Palavra de Deus mostra-nos a importância da oração e ensina-nos a atitude que os crentes devem assumir no seu diálogo com Deus. 

A oração é diálogo confiante, que responde e transforma. Ao mesmo tempo, partimos da experiência duma vida em Cristo, que tem que ser alimentada. O amor de Deus, derramado em nossos corações, cresce nesta intimidade. Por isso é sempre um dom que nos é concedido pela acção do Espírito Santo. Para lhe sermos dóceis, precisamos de fazer “escola de oração”, em que o Espírito nos ensina. 

"Deus, protector dos que em Vós esperam, sem Vós nada tem valor, nada é santo. Multiplicai sobre nós a vossa misericórdia, para que, conduzidos por Vós, usemos de tal modo os bens temporais, que possamos aderir deste já aos bens eternos. Por NSJC…"     (Oração de colecta do XVII Domingo comum)

Aqui está o sentido para o que referi anteriormente. Como precisamos de mergulhar no Senhor, com a ajuda do Espírito, de modo a frutificar, no uso dos bens temporais, mas aspirando aos bens eternos!

“Quando orardes, dizei: Pai”… (Evangelho: Lc. 11, 1-13)

Jesus nos ensina. Aprendamos, com Ele, a rezar, com confiança, como uma criança que se dirige ao papá! O Senhor nos concede, no Espírito, o que necessitamos. Façamos a experiência!»
(Pe. Armando Duarte, partilha/reflexão para o XVII Domingo comum – ano C e semana que se lhe segue) 

sábado, julho 19, 2025

Tempo para Deus

«Com certeza deves ter consciência que a relação com Deus não conhece férias, não suspendemos a relação mais bela e profunda da vida. Daí a persistência da nossa oração, da vivência eucarística e sacramental, duma vida em Cristo, que precisa de ser contínua e regular. Aliás, há pessoas que aproveitam o tempo de férias para um maior aprofundamento, com algum retiro ou experiência mais intensa na vida espiritual e comunitária. Além disso, há quem procure realizar algum voluntariado ou serviço aos outros. Assim se percebe também a continuidade desta reflexão, que partilho convosco, para manifestar a experiência de relação no Senhor, e no espírito comunitário e eclesial, que caraterizam a vivência da fé. É por tudo isto que faço votos de que saiamos deste tempo de repouso mais renovados e fortalecidos!

Vivemos o XVI Domingo do Tempo comum. Ele nos proporciona fazer uma reflexão sobre os nossos critérios, e os valores que dão mais sentido à vida, fecundada pela experiência de fé comprometida. A liturgia nos propõe o tema da hospitalidade e do acolhimento, que deveremos aprofundar. Deus e as suas propostas estão na base do que é mais importante para nós. 

A 1.ª leitura da Eucaristia propõe que estejamos atentos, porque Deus pode manifestar-se nos acontecimentos e nas pessoas que cruzam os nossos passos. Com uma atitude de acolhimento, podemos ser beneficiados com bênçãos surpreendentes. E a 2.ª leitura convida sobretudo a acolher o mistério d’Aquele, que esteve oculto, e agora se manifestou: “Cristo no meio de vós, esperança da glória” (Col. 1, 27). Mas, dum modo muito especial, são as figuras de Marta e de Maria, no evangelho, que nos proporcionam a oportunidade de fazer uma escolha, que deve representar a melhor parte para a nossa vida. Jesus e a sua Palavra representam a escolha certa e indispensável.

"Sede propício, Senhor, aos vossos servos, e multiplicai neles os dons da vossa graça, para que, fervorosos na fé, esperança e caridade, perseverem na fiel observância dos vossos mandamentos. Por NSJC…" (Oração de colecta do XVI Domingo comum)

Reparemos que o dom desta Eucaristia se concretiza na graça de sermos fiéis e praticantes, para a vivência das virtudes teologais da , da esperança e da caridade. É assim que a nossa fé frutificará, com as obras que a manifestam.

“Maria escolheu a melhor parte, que não lhe será tirada” (Evangelho: Lc. 10, 38-42)

Rezemos esta Palavra. 
Escutemos Jesus. Acolhamo-l’O. Não há graça e riqueza maior.» 
(Pe. Armando Duarte, partilha/reflexão para o XVI Domingo comum – ano C e semana que se lhe segue) 

 
«A inquietação… esse barulho dentro do coração… 
Que nos impede de ver quem está à nossa frente. 
Que nos faz confundir servir com controlar. 
Agir com amar.
(...)
Não basta fazer muito. 
É preciso amar bem. 
Não basta dizer “Sim, Senhor”… 
É preciso dar-Lhe lugar no nosso tempo, na nossa casa, no nosso silêncio. 

Que saibamos parar. 
Escutar. 
E amar. 

Porque o mais importante… nunca é urgente. 
Mas é eterno.»



sábado, julho 12, 2025

Cristo é o centro da nossa vida

«Por Ele e para Ele tudo foi criado!

Dá-te conta! Cristo é o centro da nossa vida. Não procurar entender isto, é o maior erro da nossa vida. E há por aí muita gente que prefere andar equivocada, foge à verdade, e vive o maior engano da sua história, e, quando se afasta de Jesus Cristo, da sua proposta, e da sua Igreja, acaba por nunca se encontrar consigo própria, com os seus valores, aquilo que dá sentido mais pleno à sua vida, e o caminho que permitiria a sua maior e perfeita realização. 

Tens, em cada domingo uma excelente oportunidade de te encontrares com Cristo, e com os irmãos na fé, para lhe fazeres perguntas, e obteres os desafios que te lança, para deixares a mediocridade, corrigires os erros, e encontrares o melhor caminho de realização e felicidade. 

Para que a vida cristã cresça em nós, e a fé se desenvolva e frutifique, tem que ser alimentada, numa experiência de relação de amor a Deus e aos irmãos. A primeira parte da Eucaristia, com a celebração da Palavra, permite esse alimento, pois a fé entra pelo ouvido, pela escuta e adesão à Palavra que nos é anunciada. 
A primeira leitura, do livro do Deuteronómio, começava com o convite: “Escutarás a voz do Senhor, teu Deus”; e terminava com a proposta: “Esta palavra está perto de ti, está na tua boca e no teu coração, para que a possas pôr em prática”. 
A segunda leitura, da Epístola aos Colossenses, nos centrava em Cristo Jesus, Primogénito de toda a criatura, por quem e para quem tudo foi criado. Quase no final, deixa a expressão do sentido maior que Ele dá à nossa vida na fé: “Aprouve a Deus que n’Ele residisse toda a plenitude”. 
É por Ele que nos vem a felicidade e a vida plena! Mas, o evangelho nos deixa ficar a proposta, para alcançar a vida eterna, como herança. Muitíssimo interessante este diálogo de Jesus com o doutor da lei, que convido a reler, na citação que apresento:

“Então vai e faz o mesmo”   (Evangelho: Lc. 10, 25-37)

Perante a tentação de também nos afastarmos, como os dois primeiros personagens, passando ao lado, somos convidados a aproximar-nos, como o samaritano, amar e servir o próximo. Jesus é o verdadeiro samaritano, que não foge, e ama, com um horizonte alargado. E eu?!

Senhor nosso Deus, que mostrais aos errantes a luz da vossa verdade, para poderem voltar ao bom caminho, concedei a quantos se declaram cristãos que, rejeitando tudo o que é indigno deste nome, sigam fielmente as exigências da sua fé. Por NSJC… (Oração de colecta do XV Domingo comum)

Como facilmente descobrimos, esta oração pede a graça de rever o estilo de vida que o Baptismo nos propõe, que nos tornou cristãos, filhos de Deus. Uma excelente oportunidade de aprofundar a vivência baptismal, para todos os que participamos na Eucaristia, com a necessidade de alimentar a fé pela Palavra de Deus, no nosso coração, e que há-de frutificar na experiência de amor.»
(Pe. Armando Duarte, partilha/reflexão para o XV Domingo comum – ano C e semana que se lhe segue) 

sábado, julho 05, 2025

Está perto o reino de Deus

«No passado domingo fomos desafiados ao seguimento de Jesus. Hoje somos convidados ao envio. Percebemos que vocação e missão se completam. Celebramos o XIV Domingo Comum, e a liturgia da Palavra apresenta-nos três figuras: 
_ a do profeta anónimo (Isaías), que convida os habitantes de Jerusalém a abrir-se a Deus que os ama; 
_ a de Paulo, que convida à identificação com Jesus Cristo, para um anúncio fiel com a glória da cruz; 
_ e a dos setenta e dois discípulos, que representam os seguidores de Jesus de todas as épocas.

 “Designou o Senhor setenta e dois discípulos e enviou-os dois a dois à Sua frente… Ide!” (Evangelho: Lc. 10, 1-12; 17-20)

O Evangelho de hoje apresenta-nos o tema do envio, com maior desenvolvimento. 
Os discípulos são enviados a continuar a obra libertadora de Jesus, anunciando a Boa Notícia aos homens de toda a terra e de todos os tempos. Com confiança e simplicidade de vida, contribuamos para a libertação do que oprime e escraviza a humanidade, realizando a salvação prometida. Se o profeta é enviado para libertar e alegrar o povo, será pela experiência do amor de Deus que consola e enche de júbilo. Mas para isso torna-se necessário seguir o caminho que Paulo nos apresenta, sem egoísmo e vaidade, mas com amor, espírito de serviço e doação a todos. Somos enviados em comunidade (2 a 2), mas é Jesus que anunciamos; é Ele que deve entrar em cada cidade e em cada coração. E vejamos como inscrevemos o nosso nome nos céus!

"Deus de bondade infinita, que, pela humilhação do vosso Filho, levantaste o mundo decaído, dai aos vossos fiéis uma santa alegria, para que, livres da escravidão do pecado, possam chegar à felicidade eterna. Por NSJC…" 
(Oração de colecta do XIV Domingo Comum)

O pecado escraviza, e Jesus Cristo libertou-nos. Por isso, importa viver em Cristo ressuscitado, na vida nova do baptismo, com a alegria que só Ele pode dar, para crescermos na autêntica felicidade, em ordem à vida imortal. É essa graça que pedimos neste domingo.


Recordando que no passado domingo éramos convidados a rezar o chamamento de Jesus: Segue-Me. Mas Ele chama para enviar em missão. É o desafio que nos lança hoje. Para isso, precisamos de estar disponíveis para o encontro com Ele, e a comunidade, pois nos envia, não isoladamente, mas em Igreja. Assim, digamos a Jesus: eis-me aqui! Podes enviar-me!»
(Pe. Armando Duarte, partilha/reflexão para o XIV Domingo comum – ano C e semana que se lhe segue)  

A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos!

Ide!

sábado, junho 28, 2025

sexta-feira, junho 27, 2025

No mês do Sagrado Coração de Jesus


"Tomou, então, o pão e, depois de dar graças, partiu-o e distribuiu-o por eles, dizendo: «Isto é o meu corpo, que vai ser entregue por vós; fazei isto em minha memória.» Depois da ceia, fez o mesmo com o cálice, dizendo: «Este cálice é a nova Aliança no meu sangue, que vai ser derramado por vós.»" (Lc 22, 19-20)

É na Eucaristia que o Coração de Jesus, o seu amor, se dá todo a nós: corpo, sangue, alma e divindade. 
Ele é o Pão Vivo descido do Céu para ser nosso alimento.
Comungá-lo é viver d'Ele, é permanecer n'Ele, é receber a Vida, é alimentar-se do Pão celeste que dá vida, santifica, cura, transforma, purifica, fortalece, cristifica.
A Eucaristia é a presença de todo o Seu Coração (Amor) e, por isso, deve ser o centro da nossa vida.
No altar temos de aprender com Cristo, com o Seu Coração Eucarístico, a darmo-nos, a ser alimento para os outros viverem através do nosso dom e da nossa entrega, no serviço alegre e humilde, na dádiva de nós aos outros. 
(In: Dário Pedroso, S.J. - Coração Trespassado, O Amor Louco de Deus)


Na sexta-feira depois da oitava da festa do Corpo de Deus, a Igreja celebra a festa do Sagrado Coração de Jesus.
 
Mas a Igreja dedicou à sua veneração também um mês inteiro: o mês de Junho.

A Devoção ao Sagrado Coração de Jesus

sábado, junho 21, 2025

Uma pergunta que exige vida

«Retomado o tempo comum da liturgia, celebramos o XII Domingo comum.
A palavra de Deus coloca-nos a pessoa de Jesus, e a sua proposta, no centro, à espera da nossa resposta. Quem é Ele para nós, é o desafio que nos é dirigido. 
O messias e libertador convida-nos a identificar-nos com Ele, tomando a nossa cruz para segui-lO. D’Ele jorra a nascente de graça, que alimentará a nossa fé e a nossa vida, para que sejamos “revestidos de Cristo” (Gal. 3, 27), e O podermos testemunhar com autenticidade. 
Alguns, de entre nós, fizeram a Profissão de Fé, e outros começaram a comungar. Então, aqui fica o convite a alimentar-nos d’Ele, para que o testemunho seja coerente e verdadeiro.

Não esquecendo que precisamos de tomar a nossa cruz todos os dias, para sermos verdadeiros discípulos de Jesus Cristo, importa que a nossa resposta não seja abstracta e sem sentido, e também não se confunda com o erro das multidões. 
Na verdade, deveremos provar se somos, ou não, seguidores de Jesus. Todos os que foram baptizados estão revestidos de Cristo, lembra S. Paulo, na Epístola aos Gálatas. Então deveremos ser “um só em Cristo Jesus” (Gal. 3, 28). Com os colegas, diante dos amigos, na família, no nosso grupo, digamos quem é Cristo para nós, sem medo nem cobardia. O mundo precisa conhecer quem é Cristo, o amor que Ele tem por todos, a vida plena que oferece, a experiência de salvação que só Ele pode dar.

"Senhor, fazei-nos viver a cada instante no temor e no amor do vosso Santo Nome, porque nunca a vossa providência abandona aqueles que formais solidamente no vosso amor. Por NSJC…" (Oração de coleta do XII Domingo Comum)

Nós somos convidados a perceber que estamos em comunhão com Deus, não apenas quando estamos em Igreja, na celebração ou na nossa oração. Mas devemo-nos sentir sempre na presença de Deus, permanentemente, a cada instante, a experimentar o Seu amor, pois Ele está connosco em todos os momentos da vida. E com esta certeza, a experiência constante da Sua bondade é alimento sólido, para frutificarmos numa vida em Cristo.

“E vós, quem dizeis que Eu sou”?  (Evangelho: Lc. 9, 18-24)

Reparemos que Jesus está em oração, na intimidade com o Pai e no Espírito. Nesta comunhão com Deus, desafia os discípulos, fazendo-os mergulhar nesta fonte, para que possam unir a oração à vida, a relação com Deus, no sofrimento e na cruz de cada dia. A nossa comunhão com Jesus deve ser permanente, para que tenhamos constância no sofrimento e na dor, como consequência da prática dos valores e das atitudes, que o seguimento de Jesus nos inspira. Então digamos, na nossa oração a Jesus, quem é Ele para mim! Que lugar tem no meu coração?»
(Pe. Armando Duarte, partilha/reflexão para o XII Domingo comum – ano C e semana que se lhe segue)  

 
«Vivemos na superfície.
Na pressa que afoga, na conexão sem encontro, no amor sem raiz.
Tudo é passageiro.
Pessoas viram os rostos.
Promessas, vento.
Projetos, poeira.

É nesse mundo líquido, onde tudo escorre por entre os dedos,
que Jesus faz uma pergunta que corta o tempo:
“E tu… quem dizes que Eu sou?”

Não é uma pergunta para responder com os lábios.
É uma pergunta que exige vida.
Silêncio. Coragem.
Porque não se trata de opinião,
mas de existência.

sábado, junho 14, 2025

Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo!


«A liturgia deste domingo, (que seria o XI do Tempo Comum), convida-nos a celebrar a Santíssima Trindade, sempre após a solenidade do Pentecostes.
Em comum com a religião judaica e muçulmana, afirmamos a fé num Deus único, de unidade e de comunhão; é uma família divina, uma Comunidade de vida e de amor. É um só Deus em três pessoas divinas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. 
Na Eucaristia, começamos com essa invocação, logo no início, vamos renovando a comunhão com a Santíssima Trindade inúmeras vezes, ao longo da celebração, que termina com a bênção “em Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”.  Assim, queremos acolher os dons e a graça, para uma vida íntima com Deus, realizando uma relação pessoal com cada uma das pessoas da Santíssima Trindade.
Esta vivência, exprimindo a relação íntima e pessoal com Deus, faz-se sempre com o sentido comunitário de Igreja. 

Mais do que celebrar um só Deus em três pessoas, sempre difícil para a nossa compreensão, é um convite a celebrar o Deus de Amor, o sentido de família, pois fomos criados para entrar na comunhão deste mistério. Precisamos, por isso, mais do que compreender, viver e experimentar esta relação de amor. 


A oração que fazemos deve distinguir bem, quando falamos com Deus Pai, ou com Deus Filho, Jesus Cristo, ou ainda com Deus Espírito Santo, “Senhor que dá a Vida”, como afirmamos no Credo. Há o perigo de se tornar abstrata, e vaga, se não existe a relação pessoal.

Se podemos ter acesso a Deus, a partir da criação, como nos anuncia a 1ª leitura, é pela fé em Cristo que apoiamos a nossa esperança, lembra a 2ª leitura, e com o amor de Deus, que nos foi dado pelo Espírito Santo.

"Deus Pai, que revelastes aos homens o vosso admirável mistério, enviando ao mundo a Palavra da verdade, e o Espírito da santidade, concede-nos que, na profissão da verdadeira fé, reconheçamos a glória da eterna Trindade e adoremos a unidade na sua omnipotência. Por NSJC…"  (Oração de colecta na solenidade da Santíssima Trindade)

Reparemos que a oração se dirige a Deus Pai, que nos enviou o seu Filho Jesus, a Palavra da verdade, e o Espírito de santidade. Pela profissão da verdadeira fé, pede-se a graça de reconhecer um só Deus, em três pessoas, o único Absoluto a quem adoramos.

"Quando vier o Espírito da verdade, Ele vos guiará para a verdade plena."  
(Evangelho: Jo. 16,12-15)

Também nós temos dificuldade em compreender, quem é Deus, e tudo o que Ele tem para nos ensinar. Pelo amor, derramado em nossos corações, pelo Espírito Santo, temos a graça da vida plena e verdadeira, numa profunda comunhão no amor de Deus. Por isso, rezamos!»
(Pe. Armando Duarte, partilha/reflexão para a Solenidade da Santíssima Trindade – ano C e semana que se lhe segue)

Deus é amor (1Jo. 4, 8)

«Deus tem três jeitos de AMAR...
Chamamos a esses “jeitos” de Pessoas.

Deus é Trindade: Comunhão perfeita de Três Jeitos de Ser, de amar, de se dar, de se abrir, de estar em relação.

    Jeito de amar do Pai:
“Sou todo para ti! Dou-te todo o Meu Amor, dou-Me todo a Ti!”
→ Amor com jeito de dom total, de sonho, de iniciativa, de graça.
→ É o Amor que Jesus nos ensinou a chamar “Abba”, Papá.

    Jeito de amar do Filho:
“Sou todo por ti! Acolho o Teu Amor, recebo-Me todo de Ti!”
→ Amor com jeito de acolhimento, escuta, obediência, abertura.
→ É o Amor revelado na vida, palavras e gestos de Jesus.

     Jeito de amar do Espírito Santo:
“Sou todo para todos! Acolhe o Amor, acolhe o Amor!”
→ Amor com jeito de abraço, aliança, inspiração, laço de encontro.
→ É a ternura maternal de Deus, que nos une, anima e guia.

sábado, junho 07, 2025

O Espírito Santo que nos é dado

 

O amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo!


«Completa-se o tempo pascal com o Pentecostes, a vinda do Espírito Santo. 
Páscoa e Pentecostes são duas faces da mesma moeda: o dom à Igreja do Espírito de Cristo ressuscitado. 
Acolhamos com a alegria e gratidão um dom tão excelente, para colocar a render ao serviço dos irmãos. Com o Espírito Santo recebemos o dom de Deus, que dá vida, renova e transforma, para construir a comunidade e fazer surgir o Homem Novo, em cada um de nós. Que bom poder partilhar tema tão belo com jovens, que o não querem ser apenas na idade, mas vivê-lo em verdade! Aqui está o segredo: é pela vida em Cristo ressuscitado, e pela ação do Espírito, que se obtém a renovada juventude da alma!

Duma forma visível, é o primeiro dia da Igreja. “Igreja em saída”, em missão no meio dos homens. Maria e os Apóstolos estavam unidos, em oração no Cenáculo, mas o Espírito Santo impeliu-os para o meio da multidão. 
O pior que pode acontecer a um cristão é continuar fechado dentro de si. Precisa de reunir-se aos irmãos, acolher o dom do Espírito, e assumir a missão do envio. Como os Apóstolos e Maria, no Cenáculo, reunamo-nos em assembleia, para recebermos os dons, e podermos proclamar “as maravilhas de Deus”, assim finaliza a primeira leitura. Como membros dum só Corpo, invoquemos o Senhor, pois sabemos que “em cada um se manifestam os dons do Espírito para o bem comum” (1 Cor. 12, 7).

"Deus do universo, que no mistério do Pentecostes santificais a Igreja, dispersa entre todos os povos e nações, derramai sobre a terra os dons do Espírito Santo, de modo que também hoje se renovem no coração dos fiéis os prodígios realizados nos primórdios da pregação do Evangelho. Por NSJC…"     (Oração de colecta no domingo de Pentecostes)

O que se pede nesta solenidade, não é o Espírito, por medida, mas que seja derramado abundantemente, para continuar a operar as maravilhas da primeira hora. O Espírito Santo acompanha sempre a Igreja, e só Ele a renova e edifica. Invoquemo-lO com confiança!

"Recebei o Espírito Santo" (Evangelho: Jo. 20, 19-23)

Os discípulos em Éfeso nem sequer sabiam que existia o Espírito Santo (Cf. Act. 19, 2), mas muitos de nós ouvimos falar d´Ele, continuando a desconhecê-lO. 
Peçamo-lO, na nossa oração, sem medo, e com toda a confiança. O Pai do céu dá o Espírito Santo àqueles que lho pedem. Abramos e renovemos o nosso coração. Ele nos diz: “Recebei…”  Acolhamos com gratidão!»
(Pe. Armando Duarte, partilha/reflexão para a Solenidade do Pentecostes – ano C e semana que se lhe segue)



 
Senhor, que, pelo Espírito Santo, estais sempre presente no mundo: 
Senhor, tende piedade de nós. 
     R: Senhor, tende piedade de nós. 

Cristo, que dais o Espírito Santo para o perdão dos pecados: 
Cristo, tende piedade de nós. 
     R: Cristo, tende piedade de nós. 

Senhor, que enviais o Espírito Santo para criar um mundo novo: 
Senhor, tende piedade de nós. 
     R: Senhor, tende piedade de nós.
(Acto penitencial no Pentecostes)

sábado, maio 31, 2025

Corações ao alto!

«Com a Ascensão, a liturgia pascal encaminha-nos para a vida plena no Senhor ressuscitado. Efectivamente, no final de um caminho, percorrido no amor e na doação, está a vida definitiva, em comunhão com Deus. Mas o caminho continua, agora connosco, seguidores de Jesus Cristo, para realizar o projecto libertador de Deus, de modo a beneficiar toda a humanidade. 
Completada a obra de reconciliação, e de renovação de toda a criação, Jesus continua a dar vida nova, agora no seio do Pai. Cristo, cabeça do Corpo, continua a dar a Vida, para que Ele seja “tudo em todos” (Ef. 1, 23), como termina a segunda leitura. Tenhamos o coração sempre aberto, e supliquemos o Espírito Santo, para sermos suas testemunhas, até aos confins da terra e à plenitude dos tempos.

A Ascensão de Jesus abre o caminho à humanidade. A nossa natureza, enriquecida com a vida divina de Cristo, acolhe o chamamento a participar da glória, de que beneficia a nossa Cabeça, em que o Corpo anseia unir-se e viver. Se os discípulos “estavam continuamente no templo” (Lc. 24, 53), como refere o evangelho deste domingo, precisamos de estar unidos, na assembleia dominical, para ser iluminados e fortalecidos pelo Espírito Santo, continuando o plano de Jesus. Não há outro caminho, mais ninguém consegue este desígnio, senão pela graça de Jesus Cristo. Assim, por Ele, procuremos corresponder à esperança a fomos chamados.

"Deus omnipotente, fazei-nos exultar em santa alegria e em filial acção de graças, porque a ascensão de Cristo, vosso Filho, é a nossa esperança: tendo-nos precedido na glória como nossa Cabeça, para aí nos chama como membros do seu Corpo. Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo." (Oração de colecta na solenidade da Ascensão)

Esta oração expressa a forma como devemos viver a Ascensão: com alegria e acção de graças, porque nos indica que a porta foi aberta. O Corpo, que é a Igreja, é chamado a unir-se à Cabeça, que é Cristo, e participar da Sua glória.

"Eu vos enviarei Aquele que foi prometido por meu Pai"  Evangelho: Lc. 24, 46-53

Na semana passada, rezávamos a Jesus que prometeu voltar e ficar connosco. No evangelho deste domingo, concretiza a promessa com o envio do Espírito Santo. 
Como O vemos? Ele é a força e poder de Deus, não à maneira do homem, mas como dom que renova, fortalece, vivifica e salva. Invoquemo-lO! Sem Ele, nada podemos fazer, pois vem em auxílio da nossa fraqueza.»
(Pe. Armando Duarte, partilha/reflexão para o VII Domingo de Páscoa – Ascensão do Senhor – ano C e semana que se lhe segue)

«Na Ascensão, Jesus eleva-se ao Céu.
Deixou de estar connosco para estar em nós.
(...)
Corações ao alto! Que saibamos responder efectivamente que o nosso coração está em Deus porque Ele está no nosso coração.»


sábado, maio 24, 2025

Deus quer viver em nós

«Jesus caminha connosco. Ele anunciou aos seus que ia partir, “mas voltarei para junto de vós” (Jo. 14, 28), como nos anuncia o evangelho. Ele cumpriu a promessa do envio do Espírito Santo, e por isso acompanha a caminhada terrena da Igreja, que é convidada a permanecer no Seu Amor. 
Mas isto é esquecido por muitos cristãos, que se afastam, e não se encontram com Ele e os irmãos. Tenhamos muito cuidado, para não nos deixarmos vencer e morrer por dentro. 
Esta presença do Senhor, junto dos seus, na comunidade inicial, beneficiava um punhado de discípulos, mas agora tem uma dimensão universal, com a assistência do Espírito a toda a Igreja. Oxalá persistamos nesta união: “O Espírito Santo e nós” (Act 15, 28), como na primeira leitura deste domingo.

Porque Jesus vai sempre ao nosso lado, ninguém se quer desvincular dessa unidade, para não correr o risco de se perder, e permitir que o erro, o desconhecimento e a desorientação nos dominem. O Paráclito (Espírito Santo) será o nosso advogado, defensor e intercessor. Com Ele, estamos seguros e confiantes. Proximamente celebraremos a Ascensão de Jesus ao céu, mas a Sua morada permanente será a Igreja, e cada um de nós, templos do Espírito Santo. É preciso que O sintamos a viver em nós, a transmitir-nos a Sua graça, e a experimentar o Seu amor.

"Concedei-nos, Deus omnipotente, a graça de viver dignamente estes dias de alegria em honra de Cristo ressuscitado, de modo que a nossa vida corresponda sempre aos mistérios que celebramos. Por NSJC…"  (Oração de colecta do domingo VI da Páscoa)

A experiência pascal no Senhor ressuscitado enche-nos de alegria, porque se alarga o nosso horizonte. Não nos sentimos limitados a uma vivência precária e passageira, mas fortalecidos com o sentido duma vida eterna e de plenitude. Essa riqueza abundante e esse tesouro insondável brotam da celebração da Eucaristia. Como somos felizes por viver estes mistérios!

"Vou partir, mas voltarei para junto de vós" (Evangelho: Jo. 14, 23-29)

Ao anunciar que vai partir, Jesus promete voltar para junto dos seus. Ele continua connosco, e, pelo Espírito Santo, nos alegra e torna felizes. Na nossa oração, agradeçamos a Jesus o amor, a vida, a graça, e tantos dons que nos oferece. Demos-Lhe graças por todos os bens com que nos enriquece.»
(Pe. Armando Duarte, partilha/reflexão para o VI Domingo de Páscoa ano C e semana que se lhe segue)

 
«Jesus diz: “Faremos nele a nossa morada.” 
Imagina: Deus quer viver em ti. 
Não como visita, mas como presença constante. 
Mas... será que há espaço? 
Será que o teu coração está disponível? 
Ou está cheio de ruído, pressa, distração? 

A maior guerra… não é lá fora. É cá dentro. 
Entre o medo e a confiança. 
Entre a raiva e o perdão. Entre o egoísmo e o dom.»
Padre João Torres

sábado, maio 17, 2025

"Amai-vos uns aos outros"

 Progredimos na nossa caminhada pascal, com um horizonte cada vez mais belo, porque se realiza com o sentido mais pleno, em Cristo ressuscitado. É d’Ele que brota a Vida, que partilhamos no caminho, em comunidade, e se edifica, dando continuidade ao dinamismo do Espírito, que conduz a Igreja desde a primeira hora, para abrir a todos “a porta da fé” (Act. 14, 27). Permaneçamos, pois, firmes, para que o Senhor realize a maravilhosa obra, que em nós começou. Não desanimes, nem te demitas desta aventura!

Caminhemos juntos, em atitude de escuta, de diálogo e de partilha. Que ninguém se feche e se isole, porque estaria a negar o sentido da pessoa humana, que é relação, abertura e complementaridade. A maravilha do plano de Deus aponta para a criação de novos céus e nova terra, com o Espírito de Deus a “renovar todas as coisas” (Ap 21, 5ª).

A nota característica dos cristãos, em Igreja, há-de ser com a sinalização do amor. Assim o indica a liturgia deste domingo, para identificar os seguidores de Jesus, com capacidade de amar e dar a vida. É o mandamento novo que Jesus deixa ficar aos Seus discípulos, após o lava-pés na última Ceia. Ele lembra aos cristãos de todos os tempos: “Como Eu vos amei, amai-vos também uns aos outros! (Jo. 13, 34). Precisamos de continuar o dinamismo da comunidade inicial, como lembra a primeira leitura, progredindo para a nova Jerusalém, com a certeza de que Deus vai no nosso meio, libertando e salvando.

"Senhor nosso Deus, que nos enviaste o Salvador e nos fizestes vossos filhos adoptivos, atendei com paternal bondade as nossas súplicas e concedei que, pela nossa fé em Cristo, alcancemos a verdadeira liberdade e a herança eterna. Por NSJC…"  (Oração de colecta do domingo V da Páscoa)

Deus manifesta o Seu amor pelos homens, enviando-nos o Filho, Jesus Cristo, que deu a Vida para nos salvar. Não só se fez um de nós, mas tornou-nos participantes da Sua vida, sobrenatural, divina e eterna. Por isso Lhe suplicamos, com toda a confiança, que acolha o nosso pedido, para termos verdadeira liberdade e uma herança que não se corrompe! A grande graça que experimentamos é sermos filhos no Filho, com a vida divina e eterna!

"Dou-vos um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros."  (Evangelho: Jo. 13, 31-33ª.34-35)

Jesus deu o exemplo, lavando os pés aos discípulos. E eles não devem ser mais do que o Mestre.

Como estou eu, então, a distinguir-me como discípulo de Cristo? Que gestos concretos de amor manifesto no meu testemunho cristão? Não seria bom eu dar sinais de amor, oferecendo-me para alguns serviços na comunidade?

(Pe. Armando Duarte, partilha/reflexão para o V Domingo de Páscoa ano C e semana que se lhe segue)

«O mais fácil… é amar quem nos ama. Quem nos entende. Quem nos faz bem. É fácil ser atento com os nossos. Viver fechado no nosso pequeno mundo.
(...)
Jesus disse: "Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei." 
Não é amar à nossa maneira. Nem só quando sentimos. Mas com um amor sem medida. Que se aproxima de quem ninguém vê. Que dá tempo. Que dá perdão. Que dá tudo. 

Este amor… não nasce só da vontade. Não se aprende só nos livros. Este amor vem de Jesus. 
Se deixarmos que Ele nos ame primeiro, o nosso coração começa a alargar. E então… amar torna-se possível.»
.

sábado, maio 10, 2025

O Bom Pastor chama-nos e cuida de nós

 «O quarto domingo de Páscoa é dia do Bom Pastor e Dia Mundial de Oração pelas Vocações. 

No Evangelho deste domingo Jesus apresenta-Se como o Bom Pastor, que ama, cuida e protege as suas ovelhas. E estas escutam-nO e seguem-nO, porque Ele lhes dá uma vida em plenitude. Jesus Cristo confiou aos apóstolos, e seus sucessores, os bispos e os sacerdotes, continuarem este cuidado pelo Seu rebanho. Na Igreja de hoje, continua-se a missão de anunciar a Boa Nova, com a alegria do Espírito Santo.

Para podermos ouvir a voz do nosso Bom Pastor, Jesus Cristo, temos que ir ao seu encontro, experimentar a sua bondade e sentir o zelo extremoso que Ele tem por nós. Por isso a Eucaristia proporciona essa graça preciosa, que oxalá tenhamos aproveitado. É uma experiência de amor, que se torna indispensável para O podermos escutar e viver a ternura que Ele tem por cada um de nós. Ele nos conhece, e espera que nos aproximemos d’Ele, pois ninguém segue um estranho. Então, somos convidados a estar unidos a Ele, como Ele está unido com Pai. Só assim esta união pode dar bons frutos! Deste modo, abramo-nos para a oração inicial desta Eucaristia!

"Deus eterno e omnipotente, conduzi-nos à posse das alegrias celestes, para que o pequenino rebanho dos vossos fiéis chegue um dia à glória do reino, onde já se encontra o seu poderoso Pastor, Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo…"  (Oração de colecta do domingo IV da Páscoa)

Antes de mais, esta oração expressa a alegria profunda, de encontro uns com os outros no Senhor, com a consciência de sermos o seu “pequenino rebanho”. Viemos à sua presença para sermos conduzidos por Ele, caminhando para a glória do reino imortal. Ele veio ensinar-nos o caminho, e Ele próprio é o caminho, para que não nos enganemos! Aí já se encontra, como nossa cabeça, e aguarda o encontro com o Corpo, de que fazemos parte. Que felicidade!

"Eu e o Pai somos um só!"      (Evangelho: Jo. 10, 27-30)

Para termos a feliz experiência de entrar nesta unidade, precisamos da oração. Por isso escutemos Jesus rezar em nós essa unidade, para vivermos na comunhão de amor. E aproveitemos também para rezarmos pelos outros, para que nos sintamos um só, no Senhor!»

(Pe. Armando Duarte, partilha/reflexão para o IV Domingo de Páscoa ano C e semana que se lhe segue)

 
«Jesus apresenta-Se como o Bom Pastor.
Não um dono. Não um chefe.
Mas Aquele que conhece.
Que chama pelo nome.
Que dá a vida. E fica. Mesmo quando todos se vão.
Num mundo que nos deixa cansados, dispersos, sozinhos...
Ele conhece o que escondemos:
o medo, a ferida, o cansaço por trás do sorriso.
E mesmo assim — chama-nos.
Não com gritos.
Mas com um sussurro.
Deus não impõe. Espera. E fala ao coração.
Para escutar essa voz, é preciso parar.
E isso assusta. Porque essa voz pede mais.
Pede verdade.
Pede entrega.
Pede caminho.
A fé não é costume.
É encontro.
É deixar-se conduzir por um Amor que nunca desiste.
Ele continua a chamar.
E o mundo tem fome.
Fome de sentido. Fome de paz. Fome de um Amor que não passa.
Talvez a vocação comece aqui:
no silêncio onde descobrimos que viver…
é dar a vida.»
Conhecidos pelo nome - Padre João Torres

domingo, maio 04, 2025

"Segue-me!"

«Estamos na semana das vocações, pois o próximo domingo é o dia mundial consagrado à oração pelas vocações. Sabemos que cada baptizado é chamado por Deus, a corresponder à vocação à santidade, dom do Senhor para todos, com a graça de serem filhos. Nascemos de Deus, e vamos para Deus: o caminho da santidade é a proposta mais perfeita à união com Deus. Procuremos ser santos, porque o nosso Deus é Santo. Mas importa que cada um procure descobrir o caminho que Jesus lhe oferece, na sua vocação pessoal, procurando o sentido mais pleno para a vida, na realização dos mais belos ideais.
Um dia, um jovem pediu a Jesus que mostrasse a melhor forma de corresponder, mas não foi capaz de seguir a indicação que lhe deu, porque estava preso às riquezas do mundo. Deixemo-nos escolher por Ele, “porque não fostes vós que me escolhestes” (Jo 15, 16). Quem O encontra tem um tesouro! É uma experiência de maior amor. Somos chamados a dar testemunho da ressurreição do Senhor, pela acção do Espírito Santo, como nos pede a Palavra de Deus deste domingo.

Queremos testemunhar a ressurreição de Jesus, pelo dom do Espírito Santo, sem medo, mas por amor! “Deve obedecer-se antes a Deus do que aos homens” (Act. 5), respondiam os Apóstolos a quem os queria proibir. Sejamos corajosos! Jesus nos impulsionará, para sermos comunidade renovada e fortalecida, em que a Eucaristia alimenta a vida e a missão da Igreja, ao longo dos séculos. Assim convida a segunda leitura. O êxito da missão da Igreja obtém-se com a força da Palavra, o dom do Espírito, e a presença do Ressuscitado, a actualizar o milagre da pesca abundante da evangelização. Com a presença de Jesus, os discípulos estão em missão ao longo dos tempos, mas precisam de manifestar o seu amor pelo Senhor.

"Exulte sempre o vosso povo, Senhor, com a renovada juventude da alma, de modo que, alegrando-se agora por se ver restituído à glória da adoção divina, aguarde o dia da ressurreição na esperança da felicidade eterna. Por NSJC…"    (Oração de colecta do domingo III da Páscoa)

De novo nos enchemos de alegria, por nos reunirmos, uns com os outros no Senhor ressuscitado. A nossa alegria é tanto maior, se experimentarmos o dom de sermos filhos de Deus, pelo baptismo. Leva-nos a crescer para a felicidade eterna e imortal, na ressurreição final. Por isso, não poderemos aparecer vencidos, como estão muitos. Não queremos apenas ser jovens, no nosso corpo, mas ter uma juventude de alma. É a graça que se pede nesta Eucaristia!

"Sim, Senhor, Tu sabes que Te amo!..."  Evangelho: Jo. 21, 1-19)

Por nós, nada conseguimos. Só com Jesus se realiza pesca abundante. Jesus prepara a refeição, e convida: “Vinde comer”! Correspondamos ao Seu convite, e manifestemos-lhe o nosso amor, em oração. Então estaremos disponíveis para o Seu chamamento: "Segue-me!"

 Continuação de feliz Páscoa!»

(Pe. Armando Duarte, partilha/reflexão para a terceira semana da Páscoa, ano C)

quinta-feira, maio 01, 2025

Em Maio... e além



 Atrevam-se!

Precisamos de grande Revolução desta.

"Rezem o Terço todos os dias" - pediu Nossa Senhora em Fátima


++++++
Para além do Terço do Rosário

existem muitas outras sugestões de Terços Devocionais, por exemplo o


ou outros, como o:
ou da VITÓRIA

Nas contas pequenas:
Eu hei-de vencer
 Jesus Cristo me ama e me resgata com o seu poder.
..
No final de cada dezena: 
Deus tem o poder: Deus tem o querer; esta batalha hei-de vercer.
...
Finalizar o terço com a
 Salvé Rainha

++++++
Que podes vencer! (ouvir mp3) (Simplus)

Já sei que não te posso mais ajudar 
Sei bem que não vais mudar 
Tudo o que fazes é fácil de prever 
Tens o teu rumo a correr 
Será que não vais esperar 
Tens surpresas para aceitar 

Tens tudo pra viver 
Será que não sabes 
Que podes vencer 
o teu medo de perder. 
Sai desse mundo 
Tens tudo para ver 
Será que não sabes 
Que deixas fugir 
O que a vida nos dá pra sorrir
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*(sobre o Terço)

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