quinta-feira, dezembro 25, 2025

Deus acampou no meio de nós!

«Dia de Natal, tão significativo para a nossa vida!

Mas só quem participa na Eucaristia tem a graça de beneficiar deste dom. 

Temo que o Natal possa passar ao lado da vida de alguns, e, sendo o nosso coração o verdadeiro presépio, Jesus não tenha lugar para nascer, como aconteceu em Belém. 
Oxalá que a história não continue a repetir-se, pois é já tempo de termos aprendido como se realiza o "hoje" da nossa salvação.

Para ajudar um pouco, ofereço esta breve partilha.

Saudações no Deus Menino!

A paz e o amor de Deus Pai, que se manifestaram em Cristo, nascido para nossa salvação, estejam convosco!

Amigos: esta é saudação específica para a celebração do Natal, que o novo Missal romano nos apresenta. Por isso, a quero partilhar convosco. Assim se exprime o amor que Deus nos tem, ao dar-nos o seu Filho. Deus nasce entre nós, e oferece-nos a Vida, por Jesus. No Natal, Deus nasce como homem. para fazer de nós filhos de Deus. Que alegria e felicidade, Ele nos vem trazer! Vivamo-la em profundidade e gratidão. 

A solenidade da celebração litúrgica do Natal é de tal forma importante, que se reveste de sinais de festa por uma semana. Além disso, num convite a viver a grande riqueza da Palavra de Deus, porque a Palavra se fez Vida, no seio da Virgem Maria, apresenta-nos textos diferentes, consoante as horas, em que a Eucaristia é celebrada. Além disso, voltam as flores, entoa-se de novo o “Glória”, para juntar ao canto dos anjos, e os paramentos voltam a ser brancos. Mas também nas igrejas, somos convidados a contemplar a ternura das figuras dos presépios, que se multiplicaram nas casas, nas ruas e nas instituições, além da música alegre desta festa cristã.

 "Senhor, nosso Deus, que de modo admirável criastes o homem e de modo ainda mais admirável o renovastes, fazei que possamos participar na vida divina do vosso Filho que Se dignou assumir a nossa natureza…" 
(Oração de colecta da solenidade do Natal)

Por duas vezes se insiste no modo admirável, com que fomos criados e renovados por Deus. E o maior bem é poder participar na vida divina. Recebêmo-la no nosso Baptismo. Para o nosso maior bem, não a podemos ignorar e perder. 


"E o Verbo fez-se carne e habitou entre nós." (Evangelho: Jo. 1, 1-5.9-14)

Acolher a Palavra é participar na vida de Deus, porque montou a Sua tenda no meio de nós. O Filho de Deus torna-se um de nós, para nos dar a participar na vida de filhos de Deus. Ele dá ao homem a vida em plenitude para que cresçamos na mais perfeita realização. Importa saborear a Palavra, rezar o Verbo de Deus, presente no nosso coração. 


 No Natal somos chamados a pensar nos que não podem ter as nossas condições, para celebrá-lo em paz e alegria. 
 
Natal é partilha, amor, vida e serviço aos pobres e aos que mais sofrem. Não há Natal verdadeiro para os que se fecham em si. Vamos ser generosos!»
(Pe.Armando Duarte, partilha/reflexão para o Natal do Senhor)

Santo Natal!

segunda-feira, dezembro 22, 2025

Deus é Emanuel

«Saudações natalícias:
Porque Deus está connosco, queremos também estar com Ele e com os outros.

Natal: Deus vem ao nosso encontro.
 
Então aqui vai um pedacinho do Céu!
 
Renovadas saudações em Cristo!

"O Deus da esperança, que pela acção do Espírito Santo nos alegra com a sua paz, esteja convosco!"

Esta saudação, de novo extraída do novo Missal romano, acentua a virtude da esperança, tão marcante neste tempo litúrgico de Advento e preparando o Natal. Por isso, a repetimos, com a finalidade de nos encorajar a crescer na semente da esperança, que a liturgia nos oferece. Que ela cresça em nós, para que a alegria do nascimento de Jesus, Príncipe da Paz, jorre abundante em nossos corações!

A Palavra deste domingo, às portas do Natal, convida-nos a receber o Emanuel, “Deus connosco”, que nos traz uma vida plena e a salvação. “Ele é Jesus Cristo, nosso Senhor”, lembra-nos S. Paulo, na leitura da Carta aos Romanos. Por Ele recebemos a graça; por Ele somos chamados. Então importa que cada um procure corresponder. Saiamos da nossa zona de conforto, abramos o coração, para que Ele habite em nós e nasça nas nossas vidas. É aí o presépio em que Ele quer viver.

"Infundi, Senhor, a vossa graça em nossas almas, para que nós, que pela anunciação do Anjo conhecemos a encarnação de Cristo, vosso Filho, pela sua paixão e morte na cruz alcancemos a glória da ressurreição. Por NSJC…" (Oração de colecta do IV Domingo do Advento)

Esta oração, tão bela, é rezada diariamente na oração do Angelus, de manhã, ao meio-dia, e ao fim da tarde, com as 3 Ave-Marias, para que nos abramos para a graça que Cristo nos veio oferecer. Conhecendo a incarnação de Jesus, pedimos para alcançar a glória da Sua ressurreição.

“A Virgem conceberá e dará à luz um Filho, que será chamado ‘Emanuel’, que quer dizer ´Deus connosco´”  (Evangelho: Mt.1, 18-24)

O convite, feito a S. José, também nos é dirigido, para que possamos receber Jesus, cujo nome quer dizer Salvador, para acolhermos a salvação que Ele nos oferece. Com grande gratidão pelo SIM de Maria, pedimos que o dom do seu Filho nos transforme. Despertemos do sonho!

Aproximando-se a celebração do Natal, não esqueçamos que ele não nos pode deixar satisfeitos apenas com as prendas, a ceia em família, as luzes e a música. A Eucaristia é o maior dom que Jesus nos oferece. Se não deve haver domingo sem Missa, muito menos a celebração do Natal. Sem uma vivência eucarística, poderia tornar-se numa ilusão e mesmo numa mentira. Natal, sem Cristo, pode tornar-se consumismo, e sem cristianismo!

Uma felicitação muito grande a todos aqueles que quiseram preparar-se para vivê-lo melhor, celebrando o sacramento da Reconciliação. Porque o Filho de Deus quis fazer-se um de nós, assumindo a nossa natureza, também nós queremos viver como filhos de Deus, por isso, na Sua graça, vivendo a natureza divina. 

Vale a pena recordar também que a vinda de Jesus é a maior expressão do amor que Deus nos tem. Então, queremos igualmente retribuir com amor, indo ao encontro dos que estão sós, dos mais isolados e mais frágeis. Procuremos sair de nós, e descobrir Cristo, presente nos outros, particularmente nos mais necessitados. Que tenhamos, assim, um santo Natal, com amor!»
 (Pe. Armando Duarte, partilha/reflexão ao IV Domingo Advento ano A e semana que se lhe segue)

«Que a nossa vida seja um tear de misericórdia, de justiça e de esperança.»

Com os votos de santo Natal!

segunda-feira, dezembro 15, 2025

Alegrai-vos !

«Olá, amigos!

Ao domingo da alegria, aqui vai uma achega para que a vossa alegria possa ser grande e fecunda!

A graça e a paz do Senhor que é, que era e que vem, estejam convosco!

De novo, amigos, uso uma saudação do Missal romano, que está em consonância com o tempo litúrgico que vivemos. Numa semana, em que ocorreu também a solenidade da Imaculada Conceição, felicito particularmente aqueles que participaram na Eucaristia, em honra d’Aquela que foi concebida sem mancha do pecado original, e nossa Mãe, porque os filhos nunca faltam a uma festa da Mãe. 
E vale a pena continuar a saborear a resposta que deu ao convite de Deus, que a todos nós beneficiou, e que frutifica por toda a eternidade: “Eis a escrava do Senhor; faça-se em mim segundo a Tua Palavra”.

O Senhor vem, e nós queremos preparar-nos para ir ao seu encontro. Estamos já no terceiro domingo do Advento, marcado pela proximidade libertadora de Deus, que vem alegrar os nossos corações. É também conhecido como o domingo da alegria, porque Deus não abandona os homens, e, como vivemos no dia 8, oferece-nos um plano de salvação. 

Na Palavra deste domingo, começa por nos alegrar, para vencer os desertos da criação, e dos homens em particular, pois o nosso Deus “vem salvar-nos”. Dando consistência à nossa esperança, convida-nos à paciência, pois o nosso Deus “está à porta”, lembra a segunda leitura. Deixemo-lO entrar nosso coração! No evangelho, aparece-nos João Baptista como mensageiro, a preparar a chegada de Jesus. Ele se apresenta com a clareza dos sinais do Reino.

"Deus de infinita bondade, que vedes o vosso povo esperar fielmente o Natal do Senhor, fazei-nos chegar às solenidades da nossa salvação e celebrá-las com renovada alegria. Por NSJC…" (Oração de colecta do III Domingo do Advento.)

Como vemos, nesta oração inicial se expressa a nossa alegria, que cresce em intensidade, na esperança de viver as solenidades do nascimento do nosso Salvador.

"O menor no reino dos Céus é maior do que ele [João Baptista]." (Evangelho: Mt. 11, 2-11)

Aqueles que fazem a experiência do Reino, que reconhecem os seus sinais e O acolhem no seu coração, são maiores que João Baptista. 
Se aderimos a Ele, que felicidade nos dá!»
 (Pe. Armando Duarte, partilha/reflexão ao III Domingo Advento (domingo Gaudete) ano A e semana que se lhe segue)

«Nós, os cristãos, temos o direito de nos alegrar, mesmo diante das dificuldades encontradas no dia-a-dia; temos o dever de manter a esperança, mesmo quando as possibilidades humanas fracassam; temos a oportunidade de continuar esperando, ainda quando os nossos cálculos se mostram errados. A nossa esperança e a nossa certeza não se fundamentam em nós, em nossas possibilidades, mas Naquele que vem, Naquele que o Pai do céu nos envia. Ele é a nossa paz, Ele deve ser a causa da nossa alegria!»

segunda-feira, dezembro 08, 2025

A Hora da Graça Universal - 8 de Dezembro

No dia 8 de Dezembro, em cada ano, das 12 às 13 horas, é quando a Santíssima Virgem Maria derrama maior quantidade de graças à face da Terra.

“Esta será a Minha Hora de Graça”. 

A Santíssima Virgem Maria prometeu que seja o que for que uma pessoa lhe peça na Hora da Graça (ainda que em casos considerados impossíveis) será concedido, se o pedido estiver de acordo com a vontade de Deus. 


Façamos a nossa oração no dia 8 de DezembroSolenidade da Imaculada Conceição da Virgem Maria,  pedindo a Deus as graças necessárias para a nossa vida, por intercessão da Santíssima Virgem, ao meio-dia, nessa Hora da Graça Universal. 


_ Rezar o Angelus
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo, 
 Assim como era no princípio, agora e sempre. Ámen. (3 vezes)

Oração:
«Maria da Imaculada Conceição, por todos os Vossos méritos, abri as portas do Vosso Coração e deixai espalhar pelo mundo todo, graças incontáveis, repletas de bênçãos espirituais e temporais.»

(Fazer os pedidos)

7 Ave-Marias, em honra das 7 dores do Coração Imaculado:
Primeira Dor 
Pela dor que sofrestes ao ouvir a profecia de Simeão, de que uma espada trespassaria o vosso Coração; Mãe de Deus, ouvi a nossa prece. 
Ave Maria... 

Segunda Dor 
Pela dor que sofrestes quando fugistes para o Egipto, apertando ao peito virginal o Menino Jesus, para salvar das fúrias do ímpio Herodes; Virgem Imaculada, ouvi a nossa prece. 
Avé Maria... 

Terceira Dor 
Pela dor que sofrestes quando da perda do Menino Jesus por três dias; Santíssima Senhora, ouvi a nossa prece. 
Avé Maria...
 
Quarta Dor 
Pela dor que sofrestes quando viste o querido Jesus com a Cruz ao ombro, a caminho do calvário; virgem Mãe das Dores, ouvi a nossa prece. 
Avé Maria... 

Quinta Dor 
Pela dor que sofrestes quando assististes à morte de Jesus, crucificado entre dois ladrões; Mãe da Divina graça, ouvi a nossa prece. 
Avé Maria...
 
Sexta Dor 
Pela dor que sofrestes quando recebestes nos vossos braços o corpo inanimado de Jesus, descido da Cruz; Mãe dos Pecadores, ouvi a nossa prece. 
Avé Maria...
 
Sétima Dor 
Pela dor que sofrestes quando o Corpo de Jesus foi depositado no sepulcro, ficando vós, na mais triste solidão; Senhora de todos os povos, ouvi a nossa prece. 
Avé Maria...

3 Glória ao Pai, em honra da Santíssima Trindade intercaladas com: 
“Rosa Mística, rogai por nós”.


_ Rezar o Salmo 51 (50) “Miserere” (do livro de Salmos da Bíblia):

1Tem misericórdia de mim, ó Deus, por teu amor;
por tua grande compaixão
apaga as minhas transgressões.

2Lava-me de toda a minha culpa
e purifica-me do meu pecado.

3Pois eu mesmo
reconheço as minhas transgressões,
e o meu pecado sempre me persegue.

4Contra ti, só contra ti, pequei
e fiz o que tu reprovas,
de modo que justa é a tua sentença
e tens razão em condenar-me.

5Sei que sou pecador desde que nasci;
sim, desde que me concebeu minha mãe.

6Sei que desejas a verdade no íntimo;
e no coração me ensinas a sabedoria.

7Purifica-me com hissopo, e ficarei puro;
lava-me, e mais branco do que a neve serei.

8Faze-me ouvir de novo júbilo e alegria,
e os ossos que esmagaste exultarão.

9Esconde o rosto dos meus pecados
e apaga todas as minhas iniquidades.

10Cria em mim um coração puro, ó Deus,
e renova dentro de mim um espírito estável.

11Não me expulses da tua presença
nem tires de mim o teu Santo Espírito.

12Devolve-me a alegria da tua salvação
e sustenta-me
com um espírito pronto a obedecer.

13Então ensinarei os teus caminhos
aos transgressores,
para que os pecadores se voltem para ti.

14Livra-me da culpa dos crimes de sangue,
ó Deus, Deus da minha salvação!
E a minha língua aclamará a tua justiça.

15Ó Senhor, dá palavras aos meus lábios,
e a minha boca anunciará o teu louvor.

16Não te deleitas em sacrifícios
nem te agradas em holocaustos,
senão eu os traria.

17Os sacrifícios que agradam a Deus
são um espírito quebrantado;
um coração quebrantado e contrito,
ó Deus, não desprezarás.

18Por tua boa vontade faze Sião prosperar;
ergue os muros de Jerusalém.

19Então te agradarás dos sacrifícios sinceros,
das ofertas queimadas e dos holocaustos;
e novilhos serão oferecidos sobre o teu altar.


_ De seguida, para completar os 60 minutos, também poderá meditar-se na Paixão de Jesus, rezar-se o Terço, louvar a Deus, ou rezar outras orações favoritas. 

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Nossa Senhora pediu oração e penitência também como preparação para este evento:

«penitência é aceitar todas as nossas cruzes diárias  voluntariamente. Não importa que sejam pequenas, aceitai-as com amor.»

Como oração de preparação rezar em novena -- durante 9 dias antes do dia da Imaculada Conceição, iniciando no dia 29 de Novembro -- o Salmo Miserere (acima descrito); e, eventualmente, também uma oração novena, ou  outra novena, à Imaculada Conceição; e ou, ainda, a oração a Maria da Imaculada Conceição, acima  descrita para a Hora da Graça.


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Mais sobre a Hora da Graça em:





sábado, novembro 29, 2025

De vigia


«O Senhor, que vem salvar-nos, esteja convosco!

Amigos: ano novo, vida nova!
Assim, ao começarmos um novo ano litúrgico, saúdo-vos com a proposta do Missal Romano para este tempo de Advento, que agora inicia. Sempre, um novo ano é expressão de alegria, não apenas pelo dom da vida com que continuamos a ser contemplados, mas sobretudo por esta vida nova, que recebemos de Cristo, no dinamismo da ressurreição. É para nós, então, a expressão da graça e do amor de Deus. Acolhemos com gratidão este dom, no encontro com Jesus Cristo, que vem salvar-nos! Efetivamente, o Advento evoca Aquele que vem. 
Até ao dia 16 de Dezembro, a liturgia convida-nos a abrir o coração, a preparar-se para a segunda vinda gloriosa de Cristo; 
a partir do dia 17, voltamo-nos para preparar, e celebrar, a primeira vinda do Senhor, que por amor nasceu no meio de nós!


Vivemos o primeiro domingo do Advento. 

Em comunhão com o Povo da primeira aliança, que esperou a chegada do Messias, e foi caminhando na fé, também nós, novo Povo de Deus, [esperamos] a segunda vinda jubilosa do Senhor. 

Por isso mesmo, as primeiras leituras destes domingos apresentam-nos a mensagem dos antigos profetas, nomeadamente Isaías, com o apelo ao acolhimento e realização das promessas de Deus. Neste domingo, em particular, suspiramos por um mundo de concórdia, de harmonia e de paz sem fim. 

A segunda leitura é da carta aos Romanos, com o apelo a despertar e a abandonar as obras das trevas. 

De sublinhar, no Evangelho, o convite de Jesus, aos seus discípulos, a uma atitude de vigilância, lembrando o que sucedeu nos dias de Noé.


"Despertai, Senhor, nos vossos fiéis, a vontade firme de se prepararem, pela prática das boas obras, para ir ao encontro de Cristo, de modo que, chamados um dia à sua direita, mereçam alcançar o reino dos Céus. Por NSJC…" 

(Oração de colecta do I Domingo do Advento)


Esta oração não só nos convida para o Natal, como também nos prepara para a segunda vinda de Cristo, mas sempre com gestos concretos, através das obras ajustadas a essa vivência. Neste sentido, vale a pena voltar a saboreá-la, como forma de vigilância orante.


"Estai vós também preparados" (Evangelho: Mt, 24,37-44)


Vigilância, é uma palavra de ordem do Evangelho deste domingo: para não andarmos desatentos, com falta de preparação, adormecidos e desviados da vivência da fé, num estilo de vida apenas a pensar neste mundo e no momento presente. 

Que a nossa oração nos leve a concretizar o modo de estar preparados, com obras e compromisso ajustado e coerente.


(Antes de mais, para vivermos bem o Advento, e prepararmos o Natal, procuremos concretizar alguma proposta da paróquia. Mas também nos ajudará, fazer algum propósito de ter um gesto de amor por alguém mais necessitado, ou de procurar viver o sacramento da Confissão, quando for possível, para celebrar mais autenticamente o Natal.)» (Pe.Armando Duarte, partilha/reflexão ao I Domingo Advento ano A e semana que se lhe segue)


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«Precisamos cada vez mais de fazer este exercício de vigilância sobre nós mesmos, de estarmos atentos à nossa vida, ao que se passa dentro de nós (desejos, angústias, temores, expetativas) e à nossa volta; precisamos de ler os grandiosos e humildes sinais dos tempos, para discernir se tal coisa, tal sentimento, tal movimento, tal acontecimento, se vem por bem ou, se pelo contrário, vem do Mal, para nos destruir.


A vigilância está ligada à fulgurante arte de tecer a vida colocando-a constantemente nas mãos de Deus, falando com Ele; ousar re-nascer e fazer re-nascer quem sofre ao nosso lado; dar sabor à nossa vida, colocando ao serviço de todos os nossos talentos.» Padre João Torres

sábado, novembro 22, 2025

Jesus Cristo reina em nós

«A graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, que por nós morreu e ressuscitou, esteja convosco!

Saúdo-vos, de novo, a partir do Missal Romano, como tenho referido, para vos ajudar a aprofundar toda a riqueza que nos proporciona, na perspectiva da vivência eucarística. Na saudação vai toda a expressão do que de mais belo nos habita. Um simples “bom dia” manifesta a nossa bondade e a comunicação do que de bom transmitimos aos outros. Por isso, numa vivência cristã e eucarística, comunicamos o dinamismo da vida que há em nós!


Estamos no último domingo do ano litúrgico, com a solenidade de Cristo Rei.
A Palavra de Deus convida-nos a tomar consciência da realeza de Jesus. Deixa claro, no entanto, que essa realeza não pode ser entendida à maneira dos reis deste mundo: é uma realeza que se exerce no amor, no serviço, no perdão, no dom da vida. Jesus Cristo é nosso Rei, e de todo o universo, porque n’Ele, e para Ele, todas as coisas foram criadas, lembra a 2ª leitura. Nós, que somos seguidores de pessoas e coisas, marcadas pela caducidade e precariedade, saibamos seguir e testemunhar Aquele que é nosso Rei eterno. Só Ele realiza plenamente a nossa vida!

«Deus eterno e omnipotente, que no vosso amado Filho, Rei do universo, quisestes instaurar todas as coisas, concedei propício que todas as criaturas, libertas da escravidão, sirvam a vossa majestade e Vos glorifiquem eternamente. Por NSJC…» (Oração de colecta XXXIV Domingo comum – Solenidade de Cristo Rei)

A realeza de Cristo não se manifesta num poder temporal e terreno, mas interior e espiritual. Ele quer reinar em nossos corações, libertando daquilo que nos escraviza. Como precisamos de assumir a beleza e a riqueza desta oração!

Logo na saudação inicial, invocámos Cristo morto e ressuscitado. É assim que somos convidados a contemplar Cristo, no alto da cruz, morto por nosso amor, que o Pai O ressuscitou, e O apresenta como nosso Rei e Senhor. Rezemos-Lhe como o malfeitor arrependido:

 

"Jesus, lembra-Te de mim, quando vieres com a tua realeza." (Evangelho: Lc. 23, 35-43)

 

Também Ele nos responderá, e nos oferecerá o Seu amor e a vida plena.
 Jesus, Tu és o meu único Rei e Senhor!

É dia de Cristo Rei, e é também Dia Mundial da Juventude. 
Se a juventude arrefecer, o mundo vai morrer de frio! Põe-te a mexer!»
(Pe. Armando Duarte, partilha/reflexão para o XXXIV Domingo comum ano C  – Solenidade de Cristo Rei, e semana que se lhe segue)


«Cristo Rei… Em que o seu Reino és tu.
Ele é Rei de cada rosto e de cada coração.
(...)
Abre as portas da tua vida a este Rei que quer reinar em ti.»
(Padre João Torres)

A cruz é o trono de um Deus que recusa qualquer poder e escolhe reinar no coração dos homens através do amor e do dom da vida.

segunda-feira, novembro 17, 2025

Vigilância comprometida com os valores do Reino

«A graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, que por nós se fez homem, esteja convosco!

Nesta saudação, assumi mais uma das versões, que nos apresenta o missal romano. Este novo missal, em vigor em Portugal, apresenta variadíssimas saudações, para o início da Eucaristia. Entre elas, são também propostas sugestões concretas para os tempos litúrgicos fortes, como o Advento, o Natal, a Quaresma e a Páscoa. É um objectivo enriquecedor, para não cair na monotonia. 

 

Recordo que estamos no penúltimo domingo do ano litúrgico, o XXXIII domingo do tempo comum. 
A liturgia deste dia reflecte sobre o sentido da história da salvação e aponta a meta final para onde Deus nos conduz: o novo céu e a nova terra da felicidade, e da vida plena e definitiva. 
Na nossa caminhada, cada dia faz renascer esta esperança, enfrentando adversidades, e assumindo um verdadeiro combate espiritual. Daí, importa assumir um cuidado vigilante para não sermos uns vencidos. Tudo começou na ressurreição de Jesus Cristo e culmina na sua segunda vinda gloriosa.

Alimentados pela Palavra do Senhor, em nós deve nascer “o sol da justiça”, que traz os “seus raios de salvação”, como nos anuncia a 1ª leitura. Para isso, não vivamos na ociosidade, lembra a 2ª leitura, e estejamos atentos aos sinais dos tempos, que nos alertam para a vigilância, comprometida com os valores do Reino.

"Senhor nosso Deus, concedei-nos a graça de encontrar sempre a alegria no vosso serviço, porque é uma felicidade verdadeira e profunda ser fiel ao autor de todos os bens. Por NSJC…" (Oração de colecta do XXXIII Domingo comum)

O advérbio sempre exprime a atitude permanente, que precisamos viver, para alcançar a felicidade e a vida plena. Para isso, sejamos constantes na nossa relação pessoal com Deus.

 

"Pela vossa perseverança salvareis as vossas almas" (Evangelho: Lc. 21, 5-19)

 

O evangelho de hoje convida-nos ao compromisso pela transformação do mundo, a partir dos valores do Reino. Será um caminho cheio de dificuldades e perseguições, mas o Senhor é a nossa força! Não tenhamos medo, pois nenhum cabelo da nossa cabeça se perderá!»

(Pe. Armando Duarte, partilha/reflexão para o XXXIII Domingo comum ano C e semana que se lhe segue)


 
"Jesus adverte-nos: «Não vos deixeis enganar, nem perturbar!»
Esse é o desafio — orientar o nosso olhar e o nosso coração para o essencial.
(...)
É hora de dizer: eu estou aqui!
É o momento de cultivar um estilo de vida cristã, paciente e tenaz, que nos ajude a responder a novas situações e desafios sem perder a paz nem a lucidez."

domingo, novembro 09, 2025

Dedicação da Basílica de Latrão

Das catacumbas à Luz 


Os primeiros cristãos usavam as catacumbas como locais de culto porque a sua fé era proibida e perseguida pelo Império Romano.

Quando o imperador Constantino se converteu ao Cristianismo, no ano 313, deu liberdade de culto aos cristãos e ofereceu-lhes as terras de Latrão para construir um templo.

Do quarto século ao décimo quarto, Latrão foi a principal sede do papado, tornando-se o símbolo e o coração da vida da Igreja.

"Ao longo dos séculos, a Basílica foi destruída, várias vezes, mas sempre reconstruída: sua última reconstrução deu-se sob o Pontificado de Bento XIII, que a reconsagrou em 1724. Desde então, a festa que hoje celebramos, foi estendida a toda a cristandade." 
(...)
"A festa da Dedicação da Basílica de Latrão, que celebramos hoje, nos permite recordar o caminho do Povo e o zelo constante e fiel de Deus. No entanto, recordamos que, hoje, cada um de nós é a "casa de Deus”, em Jesus ressuscitado, porque o Espírito mora em mim, em cada um de nós (1Cor 3,16)."

«Celebrar a Basílica de Latrão é recordar a nossa própria vocação:
ser templo.
Ser morada.
Ser Igreja.
(...)
somos pedras vivas do sonho de Deus.
E unidas a Cristo,
essas pedras formam o templo onde o Amor habita.» 
9 de Novembro, Dedicação da Basílica de Latrão

«Vi a água sair do templo
e todos aqueles a quem chegou esta água foram salvos» 
(da primeira leitura, retirada da Profecia de Ezequiel)

Salmo Responsorial (Salmo 45):
"Os braços dum rio alegram a cidade de Deus, a mais santa das moradas do Altíssimo." Salmo e Análise litúrgica e musical  
("Este salmo é muito profundo e com esta análise minuciosa acaba por nos conduzir à cidade santa e enchemo-nos de alegria quando o cantamos.")
 mp3 


sexta-feira, novembro 07, 2025

Dia Mundial dos Pobres

(actualização)

Por vontade explícita na Carta Apostólica Misericórdia et Misera (20 de Novembro de 2016), o Papa Francisco instituiu o XXXIII Domingo do Tempo Comum como Dia Mundial dos Pobres, pois, nas suas palavras, o encontro com os pobres que nos rodeiam "será um momento propício para encontrar o Deus que buscamos".


«Tu és a minha esperança» (cf. Sl 71,5)
9.º Dia Mundial dos Pobres - 16 de novembro de 2025

8.º Dia Mundial dos Pobres - 17 de Novembro de 2024
 
7.º Dia Mundial dos Pobres 19 de Novembro de 2023

 6.º Dia Mundial dos Pobres 13 de Novembro de 2022

«Sempre tereis pobres entre vós» (Mc 14, 7)
 5.º Dia Mundial dos Pobres - 14 de Novembro de 2021

«Estende a tua mão ao pobre» (Sir 7, 32)
 4.º Dia Mundial dos Pobres - 15 de Novembro de 2020
Este ano vivido numa situação ainda mais difícil, com a pandemia.

«A esperança dos pobres jamais se frustrará» (Sal 9, 19)
3.º Dia Mundial dos Pobres - 17 de Novembro de 2019

«Este pobre clama e o Senhor o escuta» (Sal 34, 7)
 2.º Dia Mundial dos Pobres - 18 de Novembro de 2018

 
 1.º Dia Mundial dos Pobres - 19 de Novembro de 2017
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Fica sempre um pouco de perfume,
Nas mãos que oferecem rosas,
Nas mãos que sabem ser generosas. (Bis)

Dar o pouco que se tem
Ao que tem menos ainda,
Enriquece o doador,
Torna a alma ainda mais linda.

Dar um pouco de alegria,
Parece coisa tão singela,
Aos olhos de Deus, porém
É das graças a mais bela.
(Fica sempre um pouco de perfume, Irmã Judith Junqueira Vilella)  Acordes e ouvir
                                                                                  Pauta



segunda-feira, outubro 27, 2025

A humildade é a verdade


«Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

Esta é uma saudação bem conhecida, pois se usava muito há algumas décadas. E, é bom dizê-lo, que se usa ainda em ambientes e comunidades profundamente cristãs. Assim vamos também enriquecendo a nossa formação, para procurarmos cada vez mais ter uma vida em Cristo. Glória a Ele pelos séculos dos séculos, assim termina a segunda leitura, com uma expressão de louvor!

No início de mais uma partilha eucarística, quando estamos a falar de saudações, quero também chamar a atenção para a saudação que se usa no início da Missa, que se inspira exatamente nas saudações bíblicas, que vos apresentei em partilhas anteriores. Na próxima semana, começarei a apresentá-las. Contudo, estejam já atentos a elas, e reparem como são normalmente trinitárias, isto é, convidam à relação com as três pessoas da Santíssima Trindade.

Como estamos gratos por chegarmos à celebração do XXX Domingo comum, aproximando-nos do fim do ano litúrgico, que ocorre daqui a cerca de um mês, com a solenidade de Jesus Cristo, Rei do Universo. Isto significa que tudo se encaminha para que Cristo reine em nossos corações, seja o nosso Rei e Senhor. É por isso que em cada semana, no domingo, que é dia do Senhor, vamos ao Seu encontro, para correspondermos ao chamamento que nos dirige como seus discípulos, seus seguidores.

Neste domingo, a liturgia da Palavra anuncia-nos que Deus está do lado dos humildes e dos pobres, sabendo que Ele não faz acepção de pessoas, como lembra a 1ª leitura.

"Deus omnipotente e omnipotente, aumentai em nós a fé a esperança e caridade; e para merecermos alcançar o que prometeis, fazei-nos amar o que mandais. Por NSJC…" (Oração de colecta do XXX Domingo comum)
A oração pede o aumento das três virtudes essenciais (teologais) da vida cristã. Para isso, há uma condição: viver o amor, para alcançar as suas promessas.
O crente, diante de Deus, deve ser humilde. Só assim pode acolher o dom da Deus. Demo-nos conta que, com muita frequência, se não nos apresentamos com a arrogância do fariseu, presumimos e estamos convencidos de sermos melhores e superiores aos outros. Cuidado!...
"Todo aquele que se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado" (Evangelho: Lc 18, 9-14)

Diz santa Teresa de Jesus que a humildade é a verdade! Húmus é terra. Por isso, rezemos com os pés assentes na terra, e não em bicos de pés, como o fariseu!»
(Pe. Armando Duarte, partilha/reflexão para o XXX Domingo comum ano C e semana que se lhe segue)

«A oração deve ser humilde, ou seja, o diálogo simples de um coração que não quer impor a Deus as suas próprias vontades e urgências, mas se dispõe a escutá-Lo e acolhê-Lo.
(...) Basta que te atires para o Seu colo e te deixes aí ficar.

Não precisas apresentar-Lhe os teus méritos nem justificar a tua vida.
Basta que sintas o que Ele quer de ti…
E depois, vivas a missão que te foi confiada, sendo testemunha d’Ele no mundo.»
  https://fb.watch/CYC2vfLy_3/

sábado, outubro 18, 2025

Rezar sempre sem desanimar

«A todos, chamados à santidade, as melhores bênçãos de Deus!

Queremos progredir no caminho que Jesus Cristo nos oferece na Sua Igreja, porque somos membros, uns com os outros, do mesmo Corpo, e assim procuramos manter uma relação estreita, uma comunhão íntima, que há-de crescer e frutificar. Tal desígnio justifica esta partilha, para manifestar um apoio ao aprofundamento do tesouro maravilhoso que o Senhor nos oferece na santíssima Eucaristia.

Como é bom sentirmo-nos próximos e unidos, na celebração dos mistérios centrais da nossa fé! Como estamos gratos a Deus por dom tão maravilhoso em que nos dá a participar! Vamos fazer da Eucaristia o momento mais alto, central e essencial, do domingo e da nossa semana.

Neste domingo celebra-se o 29º do Tempo comum. Uma vez mais, Deus veio ao nosso encontro, dialogar connosco e falar ao nosso coração. E sempre espera que não fiquemos surdos aos seus apelos, instalados no nosso comodismo, ou fechados na apatia, na indiferença ou no egoísmo. Queremos escutar a Sua Palavra, crescer na sabedoria divina, para progredir na fé e no testemunho, que devemos dar do seu amor. Assim nos convida na segunda leitura. Então Ele atende a oração perseverante do que n’Ele confia. Que a nossa fé seja firme!

"Deus eterno e omnipotente, dai-nos a graça de consagrarmos sempre ao vosso serviço a dedicação da nossa vontade e a sinceridade do nosso coração. Por NSJC…"  (Oração de colecta do XXIX Domingo comum)

Nesta oração pedimos uma graça fundamental para a nossa vontade e o nosso coração: a dedicação e a sinceridade. Sejamos firmes e verdadeiros na nossa relação com Deus.

Deus conhece as nossas necessidades, porque nos ama, e está atento ao que nos é necessário. Ele oferece a salvação a todas as pessoas, que precisam de confiar n’Ele, e estabelecer uma relação persistente. Ter fé é estar e viver n’Ele. Por isso, interroguemo-nos e rezemos:

“Quando voltar o Filho do Homem, encontrará fé sobre a terra?”  (Evangelho: Lc. 18, 1-8)

Este Evangelho começa com uma “parábola sobre a necessidade de rezar sempre sem desanimar”. Por isso, no diálogo, entreguemo-nos nas mãos de Deus, e confiemos sempre n’Ele. Convidando à oração, manifestemos a fé, para estarmos em Cristo. Como está a nossa fé? Será que transforma a minha vida? Frutifica? Compromete-nos?»

(Pe. Armando Duarte, partilha/reflexão para o XXIX Domingo comum ano C e semana que se lhe segue)


🙏 REZAR 🙏


«O evangelho deste domingo narra-nos uma parábola de Jesus,
“sobre a necessidade de orar sempre sem desanimar”.
(...)
Somos chamados a insistir não para convencer Deus,
mas para converter os nossos corações.
A oração é o santuário onde descobrimos o verdadeiro rosto de Deus.

A arte de rezar é a arte de ser —
não se trata de um mero falar, mas de um falar-se, um falar-se confiante.
O que realmente importa não são as palavras.
Podemos falar-nos de muitas maneiras — em silêncio,
naquela fronteira ardente que é o calar ou o ficar e nada mais.

💫 Rezar é respirar, porque a oração é como o ar para a nossa vida.
Rezar é pensar, é conhecer Deus, como fazia Maria,
que guardava os eventos no seu coração.

Rezar é também lutar com Deus, sobretudo quando se está na aridez,
na escuridão da vida, quando elevamos ao céu o nosso grito desesperado.

E, finalmente, rezar é amar, poder abraçar Deus.»

Porque:
"O nosso auxílio vem do Senhor, que fez o céu e a terra."
SALMO RESPONSORIAL Sl 120 (121)

sábado, outubro 11, 2025

Ser gratos e seguir caminho

«Graça e paz da parte de Deus nosso Pai, e da do Senhor, Jesus Cristo!

Esta é uma saudação corrente em várias cartas de S. Paulo, e que quero usar, para vos ajudar a mergulhar na Palavra de Deus, e perceber como ela é fonte de inspiração, para o nosso ser e agir de cristãos.

Estamos a retomar do caminho catequético em muitas comunidades. Que nos disponhamos a fazer a verdadeira iniciação cristã, progredindo na fé, na vivência sacramental e no crescimento comunitário. O grande ideal é crescer para uma fé adulta, e não nos contentarmos com umas vagas noções, que não permitem sinais de verdadeira maturidade cristã.

Chegámos ao XXVIII Domingo comum, em que a liturgia nos mostra, com exemplos concretos, como Deus tem um projecto de salvação para oferecer a todos os homens, sem excepção; reconhecer o dom de Deus, acolhê-lo com amor e gratidão, é a condição para vencer a alienação, o sofrimento, o afastamento de Deus e dos irmãos, e chegar à vida plena. Porque a Palavra de Deus “não está encadeada”, como lembra a segunda leitura, libertemo-nos das amarras, que impedem sermos curados e fazermos a experiência de salvação.


"Nós vos pedimos, Senhor, que a vossa graça preceda e acompanhe sempre as nossas acções e nos torne cada vez mais atentos à prática das boas obras. Por NSJC..."
(Oração de coleta do XXVIII Domingo comum)

Para realizar algo de bom, devemos estar abertos à graça de Deus, para que seja ela sempre a frutificar em nós! É o que pedimos nesta oração inicial.


No caminho dez leprosos suplicam a Jesus que se compadeça deles. Jesus curou-os, mas só um soube agradecer. Nove foram curados na sua pele, e voltaram à vida velha; só um experimentou uma vida nova, grato pelo dom recebido, e seguiu o caminho de Jesus com fé.

“Levanta-te e segue o teu caminho; a tua fé te salvou”. (Evangelho: Lc. 17, 11-19)

Precisamos de abrir o coração a Jesus, para que seja renovado por Ele. Ter fé é viver n’Ele, libertar-se de todo o tipo de lepra, e seguir o seu caminho, como discípulo.»
(Pe. Armando Duarte, partilha/reflexão para o XXVIII Domingo comum ano C e semana que se lhe segue)

«Jesus cura dez leprosos, mas só um volta para dizer “obrigado”.
Talvez os outros pensassem que, «por serem judeus, por serem da casa», tinham o direito de serem curados!
Só o estrangeiro é que inverte a marcha da sua vida — para agradecer.
A verdadeira gratidão une aquele que dá e aquele que recebe, num amor gratuito, que não tem preço.
A gratidão toca o nosso ser essencial, pois ativa o que há de melhor em nós.
(...)
“Se a minha oração consistir apenas em dizer ‘obrigado’, já é bastante.”
Dizer obrigado — e senti-lo — muitas vezes muda a vida!»

sábado, outubro 04, 2025

A Aventura da Fé

 «Graça, misericórdia e paz!

Assim saúda a 2ª Carta de S. João. Deste modo, seguindo uma pedagogia bíblica, também é oportunidade de descobrir tanta riqueza que a Bíblia nos apresenta, e não ficamos limitados a uma simples saudação habitual!

Vivemos o XXVII Domingo comum. A Palavra de Deus apresenta vários temas, mas o Evangelho convida os discípulos a aderir, com alma e coração, ao projecto de vida que Deus nos oferece, em Jesus Cristo. O encontro com Deus, e a abertura aos dons que nos oferece, leva à vivência da fé. Com humildade e confiança nos comprometemos na construção do Reino, para que Deus possa realizar a Sua salvação. Empenhemo-nos, pois, com o auxílio do Espírito Santo, para que a fé nos comprometa num testemunho coerente, e finalmente nos sintamos instrumentos de Deus, como nos pede a segunda leitura.

"Deus eterno e omnipotente, que, no vosso amor infinito, cumulais de bens os que vos imploram muito além dos seus méritos e desejos, pela vossa misericórdia, libertai a nossa consciência de toda a inquietação e dai-nos o que nem sequer ousamos pedir. Por NSJC…" (Oração de colecta do XXVII Domingo comum)

Sempre nos devemos fixar nesta oração de entrada, pois ela apresenta motivos importantíssimos para a nossa participação regular. Reparai como a graça de Deus excede muito mais do que possamos desejar e pedir. Além disso nos liberta das inquietações e bloqueios interiores, para que nos enriqueça e frutifique. Que bom é o encontro com o nosso Deus!


O Senhor está sempre disponível a aumentar a nossa fé, mas espera a disponibilidade para lhe obedecermos e sermos coerentes com ela. Pode ser pequenina, mas deve transformar o nosso coração. Depois de pô-la em prática, devemos ser confiantes e humildes. Assim nos sugere o que Senhor nos convida a rezar ao longo desta semana:


‘Somos servos inúteis; fizemos o que devíamos fazer’  (Evangelho: Lc. 17, 5-10)


Esta oração nos ajudará a não cair na arrogância dos fariseus, e a sermos constantes na relação com Deus.»

(Pe. Armando Duarte, partilha/reflexão para o XXVII Domingo comum ano C e semana que se lhe segue)



"Seguir Jesus é viver a aventura da fé: 

 🌟 fazer caminho com Ele,
 🌟 identificar-se cada vez mais com Ele, 
 🌟 revestir-se do Seu estilo de vida. 

 A fé não é peso, é caminho. Não é medo, é confiança. Não é rotina, é aventura com Deus."

sábado, setembro 27, 2025

Fazer da vida uma coisa maior

«A todos, saúde!

Estou a saudar-vos como o faz também a carta de S. Tiago (cf. Tgo. 1,1). Tem sempre sentido e actualidade. Com a saúde nos aproximamos com o que aspiramos mais profundamente: a salvação. Ela é a saúde plena, do corpo e da alma! Que todos então possamos respirar a saúde integral e total!

Estamos em tempo de retomarmos a caminhada catequética. Devemos todos procurar entender o que sempre foi a catequese: iniciação cristã. Esta iniciação requer também vida sacramental, de oração, e relação comunitária.

Naturalmente nunca deveremos interromper a vivência sacramental, como se depreende, pois ninguém sobrevive sem alimento.

A Igreja convidou-nos a celebrar o XXVI Domingo comum. Ela propõe-nos, de novo, a reflexão sobre a nossa relação com os bens deste mundo... Aliás, já no passado domingo éramos convidados a rezar: “Não podeis servir a Deus e ao dinheiro”.

"Senhor, que dais a maior prova do vosso poder quando perdoais e Vos compadeceis, derramai sobre nós a vossa graça, para que, correndo prontamente para os bens prometidos, nos tornemos um dia participantes da felicidade celeste. Por NSJC…"      (Oração de colecta do XXVI Domingo comum)

Reparai bem no que pedimos nesta oração: que a graça de Deus seja derramada sobre nós! Para isso, precisamos de correr prontamente para viver na felicidade celeste. Como é possível ficarmos indiferentes, adormecidos, e não participar na Eucaristia dominical?


“Eles têm Moisés e os Profetas: que os oiçam!” (Evangelho: Lc. 16, 19-31)


Para nós a resposta será: temos a Sagrada Escritura, a Palavra de Deus na Bíblia! Esta é a melhor fonte, onde devemos mergulhar. Então, podemos abrir a Bíblia, na citação que acima é apresentada, e voltar a meditar o texto do evangelho deste domingo. Procuremos confrontar a nossa vida, com esta parábola, e verifiquemos se não estaremos também a ter atitudes como aquele rico avarento, se não embarcamos num espírito consumista, a pensar só em nós, desatentos aos mais necessitados, se não nos fechamos no nosso comodismo!...»

(Pe. Armando Duarte, partilha/reflexão para o XXVI Domingo comum ano C e semana que se lhe segue)


"Nós não vivemos apenas em função de nós próprios, das nossas PAIXÕES, dos nossos DESEJOS, das nossas IDEIAS, nós somos chamados a fazer da vida uma coisa maior....
(...)
Ainda que sem moralismos bacocos, não podemos fugir a esta verdade: a pessoa não vale por aquilo que tem, mas por aquilo que ama! Uma dimensão deste amor que constrói a Vida com um alcance que derrota a própria morte, é a PARTILHA.
(...)
 A posse das coisas não é eterna. E quem vive empanturrado de si descobrir-se-á, na Vida, o quão magro se pode ficar quando a irmã Morte nos rouba o que temos e nos deixa ficar apenas com o que somos… Quem se fecha radicalmente em si próprio talvez se venha a descobrir assim, eternamente desiludido e isolado… Esta é a armadilha do individualismo.

✨ Tudo o que tivermos de fazer pelo outro, é agora!
Não é amanhã, nem depois de morrer! É em vida, irmãos, em vida!"

sábado, setembro 20, 2025

Não se trata de ter ou não ter, mas de partilhar ou não partilhar

«Graça e paz vos sejam dadas em abundância!

Hoje apresento a saudação das cartas de S. Pedro. Facilmente descobrem que esta é também uma pedagogia, para vos convidar a abrir regularmente a Bíblia, porque nela está um alimento de vida eterna. Recordem o que Jesus disse: “Nem só de pão vive o homem, mas…”

Vivemos o XXV Domingo comum, em que a Palavra de Deus nos sugere uma reflexão sobre o lugar que o dinheiro e os outros bens materiais devem assumir na nossa vida. De acordo com a mensagem que nos é proposta, os discípulos de Jesus devem evitar que a ganância ou o desejo imoderado do lucro manipulem as suas vidas e condicionem as suas opções; em contrapartida, são convidados a procurar os valores do "Reino".


"Senhor, que fizestes consistir a plenitude da lei no vosso amor e no amor do próximo, dai-nos a graça de cumprirmos este duplo mandamento, para alcançarmos a vida eterna. Por NSJC..." (Oração de colecta do XXV Domingo comum)

O amor, para ser verdadeiro, deve ser a Deus e aos outros. A graça, que hoje pedimos a Deus, é de não ficarmos com um coração estreito e velho! Mas que seja grande e novo, para termos a vida eterna. Demo-nos conta que hoje muita gente não acredita na vida eterna, e só pensa neste mundo. Por isso, que Ele nos permita alargar a estreiteza dos horizontes deste mundo!

O Evangelho apresenta a parábola do administrador astuto. Nela, Jesus oferece aos discípulos o exemplo de um homem que percebeu como os bens deste mundo eram caducos e precários e que os usou para assegurar valores mais duradouros e consistentes... Jesus avisa os seus discípulos para fazerem o mesmo.


"Não podeis servir a Deus e ao dinheiro." (Evangelho: Lc. 16, 1-13)

 

Com uma história que apresenta contornos de caso real, tirado da vida, Jesus instrui os discípulos acerca da forma como se hão-de situar face aos bens deste mundo. Ser-nos-á muito útil rezar ao longo da semana esta Palavra. O dinheiro pode ser um ídolo, um falso deus, que queremos evitar.
(Pe. Armando Duarte, partilha/reflexão para o XXV Domingo comum ano C e semana que se lhe segue)


Ver também:

segunda-feira, setembro 08, 2025

Acompanhantes ou seguidores?

«A todos, a graça e a paz de Cristo!

Não sei se algum dos meus amigos teve a curiosidade de verificar como S. Paulo, normalmente, começa e termina as suas cartas, com saudações cristãs. Para vos ajudar, optei hoje por fazer uma dessas saudações. E assim quero desejar-vos o que há de mais belo e profundo na vida cristã.

Começámos o mês de Setembro, e vivemos o XXIII Domingo Comum, cuja liturgia nos convida a tomar consciência de quanto é exigente a dinâmica do "Reino". Realmente, optar pelo "Reino" não é escolher um caminho de facilidade, mas de verdade, e assim aceitar percorrer um caminho de renúncia e de dom da vida. O Evangelho traça as coordenadas do "caminho do discípulo": nele, o "Reino" deve ter a primazia sobre as pessoas que amamos, sobre os nossos bens, sobre os próprios interesses e esquemas pessoais. Jesus não admite meios-termos. É uma aventura a tempo inteiro, sem hesitações e “meias tintas”! Para isso, é preciso tomar uma decisão, para encontrar a verdadeira felicidade, como lembra a primeira leitura, e o amor é o valor fundamental, lembra a segunda.

 

"Senhor nosso Deus, que nos enviastes o Salvador e nos fizestes vossos filhos adoptivos, atendei com paternal bondade as nossas súplicas e concedei que, pela nossa fé em Cristo, alcancemos a verdadeira liberdade e a herança eterna. Por NSJC…" (Oração de colecta do XXIII Domingo comum)

Antes de mais, esta oração lembra-nos que somos baptizados e discípulos de Cristo, para que vivamos como filhos de Deus. Assim suplicamos, com fé em Cristo, a graça de sermos livres, para alcançar a felicidade eterna.

 

"Quem de entre vós não renunciar a todos os seus bens, não pode ser meu discípulo".    (Evangelho: Lc. 14, 25-33)

 

Os bens materiais podem tornar-se o deus da nossa vida. Por isso não nos podemos deixar escravizar por eles. Precisamos de força interior para escolher Jesus, e os valores que nos propõe, para nos tornarmos verdadeiros discípulos. Muitos não são capazes de ir além de “tirar” umas tantas comunhões, mas sem sentido nenhum. É preciso esta relação pessoal com Cristo, e o Reino. Daí a proposta a rezarmos esta Palavra.» 
(Pe. Armando Duarte, partilha/reflexão para o XXIII Domingo comum ano C e semana que se lhe segue)


«Viajar com alguém não é sinal de segui-Lo,
[segui-lo] é aderir ao seu projecto, identificar-se com Ele.
(...)
[Jesus] aproveita para fixar as linhas que distinguem acompanhantes de seguidores.
Não basta simplesmente acompanhar Jesus.

É necessário:
Dispor de si; ou seja, deixar de viver apenas para o “eu”.
Dispor dos seus; não é ignorar a sua família… esses laços são bons, mas não devem ser entraves.
Dispor do que é seu, dos bens; não é deitar tudo a perder. É querer fazer estrada sem cargas desnecessárias.
(...)
Jesus não quer alguém sem amor na vida,
sovina de afectos ou que julga amar o céu porque não ama ninguém sobre a terra.
JESUS QUER ALGUÉM QUE CONFIE N’ELE.
Se não o conheceres, não o amarás; mas se chegares a conhecê-Lo, nunca O abandonarás.»
Padre João Torres

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